23. farsas e mentiras

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P.O.V SUGURU NIRAGI

Tóquio, antes da Borderland.

Enfim, eu era o centro das atenções, todos seus olhares cruéis eram direcionados a mim como se eu fosse algum tipo de atração turística, como se eu tivesse acabado de confessar um assassinato em voz alta para todos ali ouvirem. Como se eu fosse um showzinho particular para que a classe se entretesse, mas desta vez nem mesmo iriam disfarçar, me encarariam sem nenhum pudor ao invés de insessantemente criar rumores sobre minha pessoa, evitar olhar para meu rosto e ignorar todos meus ematomas.

Todos ali em hipócritas de merda.

Me fazendo de espetáculo, logo eu, aqueles que quase de maneira compulsiva evitavam trocar olhares com minha pessoa.

Eu era o mais novo showzinho da classe, e eles adoravam.

— Você está bem? — Hyori perguntou, o tom de voz preocupado que eu já não mais sabia se era simples deboche da parte dela, ou se realmente se importava com o que acontecia comigo.

Sinceramente, eu poderia morrer e ninguém nem ao menos se importaria. Mas eu sorrio, lanço um sorriso ladino para a classe que imediatamente desvia o olhar.

Eu andaria por estes corredores como se esta fosse minha passarela, meu tapete vermelho. Caminhava de maneira rítmica e confiante. Eu poderia ser expulso agora mesmo e nem mesmo iria me importar.

A vida acadêmica é divertida, mas eu odeio o sistema e odeio as pessoas que estão nele.

Foda-se a escola.

Foda-se esses alunos

Foda-se a minha mãe

A vida é insuportável quando eu estou nesse lugar.

Tudo o que eu preciso é que esse policial seja idiota o bastante pra não suspeitar de mim.

Um diploma seria bom, mas ser expulso de uma escola não parece tão ruim assim.

Mas seria muito ruim ser acusado de assassinato.

Com minhas digitais por todo o lugar...

Porra, eu morava lá, óbvio que as minhas digitais estão por toda a casa.

Parando à frente da sala do diretor, eu engoli seco, tinha de manter a postura de rapaz triste que acaba de se recuperar de um bullying intenso. Porra, não pensa nisso Niragi, isso te deixa mal. Ugh.

Não me importo de ser expulso, mas com o senso de "família é tudo" dos criminosos, não acho que alguém que assassinou a própria mãe seria bem recebido em uma penitenciária. Eu seria massacrado em menos de uma semana.

Bom, tudo é sobre aparência. Ajeitei meu uniforme e baguncei os cabelos, apenas para dar um ar de coitadinho em mim. Tento parecer menos confiante, um retrato de mim mesmo no início do ano.

Eu não mudei tanto assim, mudei?

Apenas coloco uma máscara sobre minha máscara e bato na porta.

Minha expressão gritaria "por favor não me odeie, sou apenas um camponês tentando sobreviver. Me espancaram e me deram três facadas ontem. Não preciso de mais más notícias, minha vida inteira já é uma desventura, sou fraco e anêmico, se você me empurrar eu saio voando. Eu nasci com ossos de vidro e pele de papel, toda manhã eu quebro minhas pernas, e toda tarde eu quebro meus braços. À noite, eu deito acordado em agonia até meus ataques cardíacos me colocarem para dormir"

Por fim, adentro ao escritório do diretor, a figura masculina do oficial de justiça era aterrorizante e ao mesmo tempo reconfortante. Me sentia seguro com sua imponência, mas também tinha a sensação de que ele poderia me dar um mata leão a qualquer momento. A Silhueta máscula e pomposa era aterrorizante. Os cabelos bem penteados e o cheiro forte de colônia o tornavam mais memorável.

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⏰ Última atualização: May 22, 2021 ⏰

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