Capítulo 4 - O poder da empatia

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Estava tão cansada que dormi até as 13:00pm parecia que um caminhão havia passado por cima de mim, acordei com a cara toda marcada e os locais das mordidas incharam, formigavam e latejavam doía muito, não podia contar para ninguém porque eu levaria um belo puxão de orelha então decidi seguir o conselho da enfermeira e fazer tratamento. Meus pensamentos me aterrorizavam dizendo que tudo desabaria, que eu perderia o controle e isso estava me paralisando, mas como dizer que eu preciso de ajuda? Ninguém vai me levar a sério, mas ao mesmo tempo não dá para ficar assim está na hora de colocar um ponto final nesse sofrimento.

Meu pai chegou mais tarde do que o previsto e eu já estava dormindo de novo pois o dia tinha sido complicado, mil sentimentos, pensamentos, medos e emaranhados, já estava a noite então ele não percebera que eu me encontrava mal. Não havia comido muito, estava enjoada e qualquer movimento me dava tontura. No domingo de manhã acordei com uma fome de leão e comi muito o dia inteiro, como era possível? Um dia você vive de vento e sem vontade para nada e no outro você quer comer tudo a sua volta. Quando fui falar com ele sobre o tratamento não tive coragem e me calei, me senti coagida pela minha própria mente.

Conversamos sobre a viagem dele e nos divertimos um pouco, com o meu herói o dia passa e nem percebemos, tudo vira motivo de risada, é incrível. Já era noite novamente e amanhã seria o dia do meu tormento de iniciar novamente mas agora eu teria uma nova amiga para tornar meus dias mais leves. Confesso que seguia exausta e não estava preparada para iniciar a semana, mas o tempo não para por simplesmente estarmos cansados de existir... Infelizmente. Me deitei para descansar e meu pai também, os dias anteriores foram puxados para ele também, tive uma noite de sono muito produtiva uma vez que eu não preguei o olho eu fiquei imaginando como a minha vida seria se eu não fosse doente e azarada.

Aquela segunda-feira nublada seria difícil, tínhamos 2 aulas seguidas de Língua Portuguesa, minha tortura de sempre, para que isso? É desinteressante ver aquele professor falando 1h e 40min sem parar, ninguém aguenta é insuportável, depois reclamam do rendimento nas aulas, com um cronograma desse quem consegue se manter ativo sem parar ouvindo um assunto bem entediante? A Anne concordava comigo:

- Nem me fale, na minha outra escola eu tinha 2 aulas seguidas de física, era uma morte lenta - Ela contava e ria da situação.

- Aquela professora me intimida muito acho que parte das minhas doenças vem desse meu medo dela... - Disse desapercebida

- Doenças? Que doenças? Por Deus você está doente? Por que não me disse antes? - Ela segura na minha mão e eu sinto uma pontada no lugar da mordida e rapidamente coloco a mão no bolso do moletom

- E-e-u disse doenças? Não, eu quis dizer que, bom, ela é desgastante só isso... - Eu tentei contornar a situação mas não deu muito certo.

- Lotte está tudo bem? - Ela parou na minha frente - O que você está escondendo? Pode falar comigo ok? Se não quiser conversar sobre isso agora eu vou entender, mas saiba que eu estou do seu lado para o que der e vier.

- É só uma fase ruim Anne, vai passar... Espero - Meus olhos se encheram de lagrimas ao ver ela se preocupar daquela forma, em seguida, ela me abraçou e disse no meu ouvido que ficaria tudo bem, confesso que não consegui segurar e me emocionei, um pouquinho.

Chegamos até a escola e como sempre com ela eu me sentia bem, amada e confortável. As duas ultimas aulas eram a tortura diária, e sentindo o clima pesado do ambiente, a professora não parecia muito contente aquele dia, havia chupado limão certeza, não estava respondendo nem os bom dias que a turma estava desejando. No meio da aula ela começou a dar sermão na sala por não termos avisado a ela que um quadro de analise sintática estava incompleto e ela não havia terminado de passar aquela matéria e aparentemente a culpa era nossa por ela não controlar o material dado:

Emoções & TempestadesOnde histórias criam vida. Descubra agora