Capítulo 6 - O cerne da desconfiança

20 1 1
                                    

Consegui dormir por apenas 2 horas, as 05:00am eu acordei com o meu corpo me torturando, sentia meu coração acelerado, calor, muita dor no peito, tremores, minhas pernas não paravam de se movimentar, dor de estomago, enjoo, moleza, minha visão parecia que estava com as laterais tampadas, não tinha capacidade para levantar da cama, era como se tivesse criado raízes com espinhos que pinicassem as minhas costas tensionadas, comecei a ter calafrios, e ao finalmente conseguir sentar o enjoo piorou, corri para o banheiro com forças que não sei de onde tirei, ao chegar me sentei ao lado da privada e vomitei vento, já que não havia comido nada ainda. O suor escorria pelo o meu rosto, me sentia fraca e só queria ajuda, comecei a chorar, tive repetições de alguns sintomas por fim me encostei na porta do banheiro fechei os olhos e me vi completamente perdida no meu eu tão intenso e horripilante que eu mesma criei era como se estivesse morta por dentro, ou talvez morrendo aos pouquinhos.

Depois de esperar a tempestade passar, tive o mínimo de animo para conseguir me arrumar para ir a escola, ainda sentia cansaço, enjoo leve, dor no peito, coração disparado, respiração intensa e me negava a comer porém sentia fome, que desgastante! Comi um pedaço bem pequeno do bolo de amendoim que eu adorava e meu estomago rejeitou mais alimentos, tudo isso por causa de uma simples apresentação de trabalho, não vale nem apena, quando me olhei no espelho pouco tempo antes de sair reparei que estava pálida, com olheiras escuras e com uma cara bem cansada também. Fechei toda a casa e fui em direção a escola, quando encontrei a Anne ela também não estava muito bem:

- Olá Lotte! Como você está? - Ela estava com o rosto inchado.

- Oi! Estou péssima, não dormi a noite toda e passei mal, muito mal tudo por causa de um trabalho, mas vejo que você também não está muito bem, o que houve? - Olhei para ela que começou a chorar de imediato.

- Ah Lotte, eu não quero falar sobre isso, não me sinto a vontade, é muito delicado... - Ela enxugou as lagrimas e apoiou a cabeça no meu ombro enquanto andávamos.

- Tudo bem eu entendo, o dia está difícil, mas se quiser conversar eu estou aqui...

- Obrigada, mas acho que hoje só quero ficar mais quietinha. - Ela levantou o olhar e fixou ele a frente.

- Queremos, ficaremos na nossa ok? - Ela concordou com a cabeça e seguimos o caminho inteiro em silencio.

Quando chegamos a escola me lembrei do que a professora havia dito e meu corpo gelou por dentro, sentia que precisava sumir da vista dela mas observando o ambiente percebi que o carro dela já estava estacionado e ela se encontrava em frente a sala dos professores conversando com a Callie nossa professora de matemática. Ela me viu e sorriu, passamos por ela que nos cumprimentou:

- Bom dia meninas! Como vocês estão? - Ela esboçava um sorriso falso, ela sabia que me incomodava.

- Bom dia! Vou muito bem professora obrigada! - Disse a Anne que sorriu de volta.

- Olá, estou bem. - Tentei devolver a simpatia mas não consegui. - Anne precisamos ir...

- Claro! Vamos, até mais tarde.

- Até.

Saímos de perto e comentei com a Anne sobre a atitude da professora:

- Você não achou estranho aquela simpatia dela? Ela não é assim!

- Acredito que ela esteja mudando Lotte, tente dar uma chance. Ela parece ser uma boa pessoa.

- Acho que você tem memoria curta Anne. - Arqueei a sobrancelha

- Bom, ela levou uma bronca da diretora e talvez deve ter caído na real do quão cruel ela foi. - Ela ergueu os ombros.

- Sei lá ainda não acredito, tenho meus motivos... - Ela ficou calada.

Emoções & TempestadesOnde histórias criam vida. Descubra agora