Capítulo 16 - Como uma Supernova

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Voltei para o meu quarto, foram 15 minutos perambulando com muita dificuldade, meu peito ainda estava doendo. A noite me trouxeram a janta e meu pai foi me ver, queria saber como eu estava:

- Oi filha, você melhorou? - Ele se sentou ao meu lado.

- Melhorando, eu acho, você falou com a Katherine? - Perguntei enquanto me arrumava para comer.

- Sim, eu liguei para ela e a avisei, ela ficou preocupada, e disse que assim que você sair do hospital e melhorar é pra você mandar mensagem pra ela pra marcar a sessão.

- Ah! Que bom, confesso que fiquei com medo de você esquecer...

- Foi a primeira coisa que fiz no meu almoço. Inclusive filha, eu tenho uma viagem para fazer e ela vai demorar em média 2 dias, não consigo adiar, eu tentei mas não deu e com o seu estado atual estou preocupado em deixar você sozinha, tudo bem que você está no hospital e não pode receber muita visita para não piorar o seu quadro. - Ele demonstrava chateação, e me senti como um peso na vida dele.

- Tudo bem papai, eu sei me cuidar, e te garanto que a dona Angelina, que me ajudou a vir para o hospital, provavelmente virá me visitar então estarei segura. Nada vai acontecer, pode ir tranquilo. - Eu o acalmei mas só queria sair do assunto.

- Acredito em você! Eu preciso ir, seu médico disse que não era para demorar então é melhor ir descansar, eles já sabem que irei viajar então não se preocupe em esconder isso. - Ele acariciou minha cabeça.

Nos despedimos e ele foi embora e eu segui comendo, ele me trouxe o meu celular também, precisava avisar a Anne que eu estava doente, já que não a veria por alguns dias. Mandei mensagem com uma certa dificuldade, a claridade atrapalhava meus olhos. Terminei de comer, tomei um banho e acabei adormecendo enquanto assistia televisão.

De manhã, acordei com meu celular despertando, eu havia esquecido de desligar o alarme e acabei perdendo o sono, então peguei o caderno que meu pai havia levado e fui desenhar com uma caneta, não havia nada para fazer. Minha dor no peito havia melhorado, mas ainda estava ali, reparei que eu estava melhorando aos poucos e aquilo me deixava feliz. As 08:00 tomei café e fiz minha inalação, a enfermeira foi dar mais uma volta comigo pelo hospital, o pouco que andei foi o suficiente para aumentar minha dor. Precisei retornar para o meu leito, o médico suspendeu a caminhada e agora eu estaria obrigatoriamente confinada dentro de um quarto deprimente. Aplicaram medicação na veia para que a dor diminuísse, acabei pegando no sono. Depois de um cochilo, acordei com meu corpo agitado, estava com espasmos, respiração ofegante, coração acelerado, faltava muito ar no pulmão e minha mente me dizia que algo ia dar errado, a dor aumentara novamente e minha pressão foi nas alturas e os aparelhos os quais estavam ligados a mim começaram a apitar, um barulho chato, agudo, que me irritava. Meu médico chegou e aplicou um calmante, que foi me deixando mole, meu corpo parou de se mexer de modo espontâneo, as coisas voltaram ao normal, mas meu pulmão ainda estava doendo e meu peito queimava como fogo, parecia que a cada troca de ar eu levava um murro.

Eu estava muito cansada e estressada, tudo me irritava. As enfermeiras não falavam comigo quando entravam para que não piorasse a situação. Passei o resto da manhã parecendo um morto vivo, com um sono leve que me fazia acordar com qualquer barulho. Eu almocei e meu humor melhorou, as dores diminuíram e eu pude tirar um cochilo que recompôs minhas energias. Acordei depois de uma hora, e tentamos fazer a caminhada novamente, e dessa vez não tive nenhum problema, conheci a ala da pediatria e era bem infantil, um ótimo ambiente. Voltei para o quarto e fiz uma inalação. Peguei a caneta e fui escrever um pouquinho, até que vejo um rosto familiar entrando no quarto:

- Com licença Charlotte, tem alguém querendo te ver. - Ela deu espaço e o a cara desanimada da dona Elizabeth apareceu. - Vou deixar vocês para conversarem.

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