Capítulo 5 - A busca pela paralisia

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Saí da escola aquele dia me despedi da Anne e fui para a casa, havia um trabalho de história que era para ser entregue na quarta-feira, só de imaginar a minha apresentação já podia sentir minha coluna se contraindo, o professor era bem sério então as apresentações que ele pedia eram avaliadas rigorosamente, ele não perdia tempo para tirar pontos quando não gostava de algo, confesso que as aulas dele eram bem interessantes ele tinha paixão quando contava sobre as guerras e revoluções. Por tanto, esse trabalho deveria estar impecável para que eu não sofresse na prova. Depois de almoçar, fui pesquisar e começar aquela tortura, minha cabeça só focava na apresentação, estava muito difícil absorver alguma coisa, mas tinha muito pouco tempo para procrastinar, eu sentia meu coração bater um pouco mais rápido e o desespero apareceu junto com todos os pensamentos que me contavam que algo daria errado e logo comecei a chorar, um choro baixo com lagrimas curtas.

Depois de muito escrever, ler, apagar e revisar consegui terminar e eu seguia no medo, então fui treinar a apresentação olhando para o nada e eu tremia, gaguejava, suava era horrível, não sei se conseguiria fazer aquilo me doía internamente era horripilante. Mais tarde meu pai chegou e eu iria tentar falar com ele sobre o tratamento, mas perdi a oportunidade quando minha mãe apareceu para deixar nossa vida mais difícil:

- Benjamim, onde está a Charlotte? Precisamos conversar! - Meu pai olhou para ela e arqueou as sobrancelhas.

- Ela está no quarto, sobre o que você quer falar Elizabeth? Creio que minha filha não tirou nenhuma nota baixa então não tem necessidade a sua visita... - Ele não fazia contato visual.

- Não estou aqui por causa de notas e sim por conta do tratamento que a escola quer que ela faça, me sugeriram que eu a levasse ao psiquiatra para que fosse confirmado o possível diagnóstico dela. - Ela parecia estar incomodada com essa situação

- Diagnóstico? Se você está se referindo ao dia da apresentação, não precisa ficar preocupada... Se é que você realmente está não é mesmo?

- Você não sabe nada do que eu penso ou deixo de pensar, a diretora disse que ela passou mal então acho que você não está cuidando dela da maneira correta... Quero a guarda dela, para que eu a eduque.

- Como é? Essa conversa já foi encerrada! Você não tem a guarda dela porque ela preferiu ficar comigo já que nunca se importou em estar presente, o que aconteceu foi apenas uma crise de pânico e agora ela está bem! - Nesse momento eu entrei na cozinha e o assunto foi silenciado.

- Oi filha tudo bem? Vim te ver! - Ela estava muito estranha.

- Me ver? O que aconteceu? Pode falar, sei que você não veio aqui para me ver, está aqui para falar sobre o que houve na escola, pois bem meu pai já sabe, não precisa se dar o luxo de vir fazer a minha cova. - Peguei um copo d'agua e bebi.

- Esta vendo Benjamim? É disso que estou falando! Você não consegue dar uma educação apropriada a ela, será melhor assim. - Meu pai ficou serio

- O que será melhor assim? Papai? - Eu olhei para ele com duvida

- Seu pai vai passar a sua guarda para mim, para que você seja uma boa moça!

- O QUE? Você aceitou isso?

- Não vou dar a custodia para você, esquece! Você nunca se importou em cuidar dela por que agora está tão interessada? - Ele parecia bem bravo.

- Estou preocupada com o bem estar dela! Se você não me entregar por bem, eu vou na justiça e você será obrigado! Um filho deve ficar com a mãe! - Ela cruzou os braços e bateu os pés no chão.

- Deve ficar com a mãe quando ela se interessa por ele desde pequeno, a única coisa que você fez foi cuidar de mim nos primeiros meses porque não tinha outra opção, senão nem isso teria feito! Eu não vou morar com você!

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