Esperança

472 41 52
                                    



Não ter a animação escandalosa da Srª Brief logo pela amanhã poderia até soar como algo agradável, de certa forma, mas o silêncio que tomava conta da mesa da cozinha durante a primeira refeição do dia era absurdamente ensurdecedor.

Sentados um ao lado do outro, os pais de Bulma tentavam controlar a angustia que consumia seus corações. Uma vida inteira passava diante de seus olhos. Pequenas lembranças como os primeiros passos da filha ou o primeiro veículo que ela projetou para corporação, ainda quando criança, inundavam suas mentes. Era como se tentassem se apegar ao passado para buscar não pensar no presente terrível em que se encontravam.

Após o termino da refeição, ambos seguiram sentados à mesa. Srº Brief estava com as mãos entrelaçadas olhando para a parede, pouco distante a sua frente, porém sem focar em absolutamente nada. Ao sentir o toque de sua amada esposa em seu ombro, virou seu rosto em direção a ela e apoiou uma de suas mãos sobre a de Srª Brief.

Com uma voz chorosa e um pouco desesperada, ela decide quebrar o silêncio:

_ O que vamos fazer, querido? Eu quero minha Bulminha de volta.

_ Nós dois queremos.

_ Deveríamos levar ela ao hospital. Quem sabe os médicos consigam...

_ Querida, não acho que lá eles poderiam fazer algo por ela. Sabemos pouco sobre essa bactéria que contaminou nossa filha. E se mais pessoas forem contaminadas?

_ Nós precisamos fazer alguma coisa! _ Srª Brief deixou que seu tom de voz, sempre calmo, se exaltasse por um instante. _ Eu não quero perder nossa menina.

Srº Brief, tentando acalmar a esposa, que começava a deixar as lagrimas rolarem por seu rosto, abraçou-a com cuidado e carinho.

_ Não vou deixar que o pior aconteça, querida. Vou salvar a nossa filha nem que isso custe a minha própria vida. _ Sussurrou o patriarca da família.

Assim, abraçados, os dois permaneceram por um tempo como uma forma de dar forças um para o outro.

___________________________________________________________________________

Vegeta não queria voltar para a corporação, não queria encarar a realidade que o machucava tanto. O sentimento de culpa o deixava furioso, angustiado, aterrorizado. Descontava sua ira em grandes rochas em um lugar afastado da Capital. Um lugar que ele conhecia muito bem e que, de certa forma, lhe trazia um pouco de acalento ao coração graças a lembrança recente que se construíra ali. Esse local era justamente onde levou Bulma para mostrar sua forma de super saiyajin e cumprir sua promessa. Ele lembrava de seus olhos azuis brilhantes e a alegria da terráquea em vê-lo atingir seu maior objetivo.

"Isso tudo é culpa minha. Ela confiou em mim e eu a decepcionei. Que espécie de idiota eu sou?"

O príncipe da raça guerreira sempre se orgulhou de ser um estrategista, um lutador nato e com habilidades invejáveis. O que Vegeta nunca imaginou é que estaria de frente com um inimigo tão insignificante para si, mas que representava um perigo real ao único ser vivo com quem realmente se importou em toda sua vida. Definitivamente, a terráquea era diferente e o que sentia por ela não se comparava a nada que tenha presenciado antes.

Esse inimigo era praticamente invisível. Suas habilidades de combate não faziam a mínima diferença nesse momento e isso o castigava profundamente. A sensação de impotência o corroía por dentro. Vegeta cerrou seus punhos e seus olhos, como se tentasse tirar à força alguma ideia de sua mente. A oscilação entre sua forma normal e de super saiyajin fazia as pedras ao seu redor se afastarem do chão.

Bulma e Vegeta - O princípio, o meio e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora