"Não tenho medo"

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O sábado passou rápido e a noite se aproximou. Já era fim de tarde e Bulma não havia saído do quarto. Passou o dia todo triste e confusa, deitada em sua cama. Não queria olhar para Vegeta, não queria nem sequer pensar no saiyajin, mas sua mente traiçoeira não deixava ela esquecer tudo o que ocorreu entre eles no dia anterior. A cientista não conseguia entender o que havia acontecido para que ele tivesse ficado tão irritado subitamente. Será que lembrou de Zake ou ela fez algo que o deixou naquele estado? Não poderia ser isso. Revisava todos os passos que deu, cada palavra que disse... Nada fazia sentido para ela. Vegeta parecia querer aquele beijo tanto quanto ela queria, parecia desejar seu corpo tanto quanto ela desejava o dele, mas então, qual era o motivo para que o saiyajin tivesse surtado daquela forma e falado aquelas coisas?

A fim de tentar relaxar um pouco, Bulma foi em direção ao banheiro. Queria deixar que a água levasse embora esse turbilhão de emoções que estava sentindo. Definitivamente, ela tinha a confirmação do que tanto temia: estava se sentindo cada vez mais atraída pelo saiyajin.

"Não posso... Jamais isso daria certo. Olha o que aconteceu na noite passada. Ele... Ele é assim. Nunca vai demonstrar sentimentos por ninguém. Provavelmente ele nem saiba o que é ter sentimentos... Ele... Ele não sabe o que está sentindo? Por kami-sama, ele não faz ideia do que está acontecendo com ele mesmo... Ou... Ou ele só sente algum tipo de atração física por mim e não quer ir além disso. O que você esperava de um assassino frio e cruel, Bulma Brief? Me sinto uma idiota por ter pensado que estava ocorrendo algo entre nós. Que tola! Vegeta não consegue demonstrar nada por ninguém e, com certeza, também não quer. Pareço uma iludida pensando que comigo seria diferente... Ele não deveria brincar assim com as pessoas... Aquele sádico!"

Depois de sair do banho, sentiu que deveria comer alguma coisa, mas fome de fato, não tinha. Bulma, na verdade, estava alimentando um pouco de raiva dentro de si, graças a reação que o saiyajin teve e as palavras que usou com ela.

Todos esses pensamentos começaram a deixa-la com irritada. Não deveria deixar que ele a usasse como bem entendesse e decidiu que iria falar o que pensava para o saiyajin. Foi até a sacada e percebendo que ele ainda estava na nave, ficou o esperando tempo suficiente para fumar alguns cigarros.

"Quem aquele príncipe de meia tigela pensa que é pra me tratar dessa forma? Não sou um 'brinquedinho alienígena' dele. Ele vai me ouvir."

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Durante todo o dia, Vegeta ficou trancado na capsula de gravidade. Saiu para almoçar e não viu Bulma durante a refeição. Falava pra si mesmo que não estava arrependido de ter agido da forma que agiu, mas internamente ele estava. A dor que sentia e que sumia quando estava perto da cientista, voltou a assombra-lo. Parecia que seu peito estava sendo pressionado, que estava apertado, mas não sucumbiria a correr de volta para os braços dela. Queria atingir seus objetivos e, jamais poderia, deixando-se distrair dessa forma, mesmo que no fundo, soubesse o quanto desejava sentir o toque delicado da terráquea em seu corpo e o cheiro bom que vinha de seus cabelos azuis e de sua pele.

Na capsula de gravidade, a tarde, em meio ao seu árduo treinamento, lembrou do sabor da boca de Bulma, lembrou de sentir seu corpo contra o dela, as fantásticas pernas da cientista segurando com força em torno de sua cintura e como estava imerso em prazer desvendando aquele corpo deslumbrante . O saiyajin parou por um instante e sentiu raiva, mas essa raiva era por ter saído do quarto dela ou por se sentir tão atraído por uma simples humana?

Por fim, tentando voltar a se concentrar em seu treino, aumentou ainda mais a gravidade.

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Bulma e Vegeta - O princípio, o meio e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora