O saiyajin invisível

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Semanas se passaram e os dois teimosos atingiram a marca de um mês evitando ao máximo terem algum tipo de interação. Pouco se falavam e quando trocavam algumas raras palavras, era apenas sobre coisas com um mínimo de importância, do contrário, nem olhavam um para o outro. Não abririam mão de seu orgulho tão fácil.

Srº e Srª Brief notaram o comportamento estranho dos dois porém, no fundo, se sentiam mais aliviados com a tranquilidade que havia tomado conta da casa. Isso não significava que estavam felizes com a situação, mas como Vegeta e Bulma pouco conversavam, também cessaram-se as brigas e discussões.

Diferente dos pais de Bulma, nenhum deles estava, realmente, aliviado com aquela paz forçada e o fato de estarem tão distantes. Sentiam falta da companhia assistindo TV, dos olhares atrevidos que se cruzavam, das conversas sobre assuntos aleatórios e que os dois gostavam... Do magnetismo que os puxava um para o outro. Não estava sendo um mês fácil.

Em um dos breves momentos que trocaram algumas frases, o assunto que predominou foi sobre o Kakaroto. A cientista entrava pela sala depois do dia todo trabalhando no laboratório e Vegeta estava sentado no sofá, aguardando o horário do jantar. Engolindo a seco seu orgulho perguntou:

_ Tem notícias do Kakaroto? _ Sem tirar seus olhos da TV.

Bulma o ignorou.

_ Responda, terráquea!

_ A mim, saiyajin nenhum dá ordens. _ Disse Bulma, já subindo as escadas.

_ Garota mal educada.

Em outro episódio, falaram rapidamente sobre um livro de Bulma que tratava de fatos científicos e havia sumido quando, na verdade, o saiyajin pegou da sala porque achou o título interessante.

_ O que está procurando, terráquea? _ Silêncio. _ Pare de me ignorar!

_ Pff.

_ Ora, mas como é malcriada.

Bulma seguia procurando quando seu pai entrou na sala.

_ O que está fazendo, minha filha? Sua mãe ficará chateada com a bagunça.

_ Depois eu arrumo, papai. Por acaso viu minha enciclopédia de fatos científicos? Eu tinha algumas anotações lá e...

_ Está comigo, garota. _ Disse o saiyajin. _ Se tivesse me respondido não precisaria perder tempo procurando.

_ Me devolva.

Bulma esperou na porta do quarto de Vegeta e ele lhe entregou o livro. Suas mãos se encostaram, Bulma sentiu a pele arrepiando e o príncipe sorriu debochado. A cientista não retribuiu, deu-lhe as costas e se retirou.

"Mas que mulher mais mal agradecida."

Os dias passavam silenciosos e entediantes. Cada um focado em suas próprias tarefas e objetivos. Em um desses dias, ao final desse longo mês, Bulma se deu conta de que não desceu mais para conversar com Raka. Queria aproveitar para ver como estavam se saindo os novos protótipos da corporação. Decidiu que iria até o subsolo e almoçaria com ele, já que estaria por lá de qualquer forma e, agora que seu pai estava cuidando de toda a parte burocrática e ajudando a avaliar os projetos, sobraria mais tempo para poder colocar a mão na massa e sujar bastante seu uniforme. Ela sabia que faria bem a ela estar no meio de várias pessoas, trabalhando igualmente, para melhorar cada vez mais a qualidade dos produtos que comercializavam.

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Vegeta já estava frustrado. Não importava o que fizesse, o quão duro treinasse, não conseguia se transformar em um super saiyajin. Duvidou de sua capacidade, teve vontade de acabar com tudo. Ele estava no limite de sua sanidade em relação a toda essa situação e para ajudar a terráquea não falava com ele, nem sequer quando ele tentava incitar uma briga. As vezes ele se sentia como alguém invisível para ela e isso deixava seu ego tão murcho quanto a expressão cansada de seu rosto. Por ser o príncipe de sua raça, nunca o trataram com tanta indiferença como Bulma estava fazendo. Se sentia solitário e perdido naquele planeta medíocre.

Bulma e Vegeta - O princípio, o meio e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora