A invasão

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Ryko Yasui era um homem calmo. Desde a infância já se destacava por seu intelecto afiado e sua astucia para resolver problemas de qualquer espécie. A única coisa que nunca conseguiu resolver era referente aos ataques que sofria de seus colegas nos tempos de escola. Essa mágoa e raiva que habitavam seu peito jamais desapareceram mesmo com o passar do tempo. Era algo que ele não entendia e não conseguia superar. Tentava dizer para si mesmo que tudo o que passou, as agressões físicas e verbais, eram apenas uma manifestação de inveja por causa de sua genialidade.

Após se formar e fazer seu doutorado, não demorou para que começasse a despontar dentro de sua área de atuação. Apesar de tudo isso, seu ego sempre lhe dizia que o que recebia era pouco para sanar todas as humilhações que havia passado. Não se sentia valorizado o suficiente e queria mais dinheiro e mais fama.

Essa bactéria era a oportunidade perfeita para tentar tapar esses buracos de seu passado. Se o mundo não poderia lhe oferecer o que ele achava que merecia, ele daria ao mundo o que julgava ser uma punição adequada.

Era noite e Yasui andava de um lado para o outro na sala de recepção de seu laboratório, que ficava em sua própria casa. Não sabia bem o que esperar, mas agora já estava feito. Seu e-mail com uma proposta tentadora já havia sido enviado e respondido pela BioKent Corps.

A BioKent era uma empresa privada, com forte poderio militar que já havia se envolvido em diversas polemicas. Ninguém sabia dizer ao certo qual era o foco de suas pesquisas, nem mesmo seus próprios funcionários. Certa vez, um empregado de baixo escalão pediu demissão. Existia um mistério enorme em relação ao paradeiro desse homem e apesar de todas investigações apontarem a BioKent Corps como a responsável pelo desaparecimento, nada foi feito a respeito e o caso foi encerrado. Era como se eles estivessem imunes a qualquer coisa. O responsável pela empresa era cunhado do Imperador, o que lhe dava muitas vantagens e explicava muitas coisas.

Yasui escutou uma batida forte na porta de seu laboratório. Ao olhar na câmera de segurança, percebeu na hora de quem se tratava. Quase não acreditou no que seus olhos viam, não estava esperando por isso, mas o próprio chefão da BioKent estava ali, parado em sua porta com dois brutamontes, um de cada lado.

Após um aceno breve com a cabeça e sem pedir licença, logo que a porta do laboratório se abriu, os três homens entraram.

_ É uma verdadeira e imensa honra receber o senhor em minha casa, Srº Hiroshi. _ Disse Yasui estendendo a mão para cumprimentar aquele velho com olhar afiado e sorriso debochado.

_ Você tem minha atenção, Drº Yasui. Conseguiu despertar meu interesse em seu e-mail. O que poderia ser tão interessante para que não pudesse ser tratado de forma remota?

_ E-eu acho que encontrei algo que a BioKent Corps poderia utilizar em suas pesquisas. Sei do seu interesse crescente envolvendo armas biológicas. Acho que poderia ajudar.

_ Ora, ora, ora... Como você sabe disso?

_ Eu pude deduzir lendo algumas pesquisas divulgadas pela BioKent. Sei que o proposito descrito era outro mas, com todo respeito Srº Hiroshi, eu consigo ver as intenções por traz dos papeis.

O velho soltou uma gargalhada.

_ Realmente vejo que a fama de seu nome lhe cai bem. Sem mais enrolações, o que você tem pra mim?

Rapidamente Yasui começou a explicar tudo o que havia descoberto sobre a bactéria e seu alto grau de contágio. Descreveu os sintomas e todos os agravantes possíveis após a contaminação. Não os poupou de nenhum mínimo detalhe e mostrou todas as pesquisas realizadas. A cada palavra, o sorriso amarelo do velho se abria mais e seus olhos pareciam ter um brilho insano. As atrocidades que se passavam naquela mente eram incontáveis e deixariam qualquer pessoa com o mínimo senso de empatia enojadas.

Bulma e Vegeta - O princípio, o meio e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora