Conflitos de uma guerra interna

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_ Não faça isso, Bulma...

_ Gosto quando fala o meu nome.

Prevendo o que estava prestes a acontecer, o saiyajin fez menção de sair e começou a flutuar, mas era como se uma força imensa o puxasse para baixo. Nunca havia se esforçado tanto para poder voar. Bulma se aproximou cada vez mais e o alcançou antes que pudesse sair dali. A cientista abraçou Vegeta carinhosamente, encostando sua cabeça no centro de seu peito. Ela pode ouvir as batidas aceleradas daquele coração orgulhoso e pode sentir sua respiração intensa.

O príncipe dos saiyajins não queria mais ceder a aquela terráquea e estava assustado com o fato de que, tudo o que Bulma descreveu a respeito de como é se apaixonar por alguém, caia como uma luva com o que sentia ao se aproximar dela. Não podia ser verdade. Não se imaginava naquela situação. Vegeta não queria nem encarar aqueles olhos pois sabia o poder que eles tinham sobre seu corpo e mente. Se ousasse mergulhar naquele azul, não conseguiria resistir.

Sentindo que as mãos de Bulma, agora, deslizavam por seu corpo, Vegeta tremeu. Bulma percorreu devagar o peito largo do saiyajin até alcançar seus ombros e como se ela fosse infinitamente mais forte que ele, começou a puxa-lo para baixo com delicadeza, enquanto olhava para seu rosto, buscando a escuridão de seus olhos.

Os pés dele tocaram o chão novamente, seus músculos estavam contraídos devido a força que fazia para se manter firme em sua decisão de nunca mais toca-la. Mesmo estando tão próximo da cientista, manteve seu rosto virado e os olhos fechados.

Bulma seguiu com suas mãos até a nuca do saiyajin, passou os dedos entre seus cabelos negros, sutilmente aproximou seu rosto do dele e sussurrou em seu ouvido:

_ Não se preocupe, eu sinto o mesmo, Vegeta. Está tudo bem.

Escutando aquelas palavras, o saiyajin, confuso, virou seu rosto em direção ao dela, mas manteve os olhos cerrados. A cientista tocou levemente seus lábios nos dele e se afastou um pouco. Vegeta não pode mais evitar, não conseguiu mais sustentar seu orgulho, não conseguia mais aguentar e acabou cedendo. Deixou que, mais uma vez, a escuridão de seu rosto mergulhasse no azul dos olhos de Bulma.

Os dois se beijaram ardentemente, com uma paixão tão feroz que mal conseguiam respirar. Sentir o corpo um do outro era como se fosse uma necessidade vital. Era nítido o quanto queriam estar juntos e o quanto desejavam aquela troca de caricias. Aquele beijo foi diferente, foi cheio de sentimentos e certezas. O único lugar em que queriam estar era qualquer um, desde que estivessem juntos.

A brisa da noite batia tentando em vão refrescar os dois corpos que estavam quentes como uma chama em brasa. Não houveram movimentos atrevidos durante esse beijo, apenas caricias delicadas da parte de Bulma e as mãos do saiyajin que, com fervor, agarravam a cintura da cientista, a puxando contra seu corpo robusto.

Aquela tonalidade azul vibrante tomou por completo os pensamentos de Vegeta. A sensação de paz que Bulma lhe causava dominou sua mente, enquanto seu peito se inundava daquela ardência calorosa que parecia preencher todo o vazio e frieza que guardou em sua alma durante a vida.

A cientista se entregou e deixou que seu coração comandasse. Pela primeira vez, lhe passou pela cabeça que poderia dar certo, que Vegeta também sentia o mesmo que ela e que nunca foi somente atração física. Todo o receio, toda a angustia, toda a dúvida que estava nos pensamentos de Bulma foi embora naquele instante. Ela não queria que aquele momento terminasse nunca, mas os fantasmas do saiyajin insistiam em aparecer.

As manchas escuras, aos poucos, começaram a tomar o lugar do azul. A raiva que Vegeta sentia começava a querer se manifestar. Ele tentou lutar contra, tentou se manter firme o máximo que pode, seu único desejo era continuar ali, porém os pensamentos negativos voltaram com agressividade.

Bulma e Vegeta - O princípio, o meio e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora