O final de semana - Parte 1

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Bem cedo na manhã seguinte, ao se olhar no espelho, Bulma gritou tão alto que provavelmente o bairro inteiro escutou:

_ MEU ROSTO! MEU LINDO ROSTO! QUE COISA HORRÍVEL!

Vegeta acordou com a gritaria, saiu furioso por ter seu sono interrompido e bateu na porta do quarto daquela garota escandalosa:

_ Pare com essa palhaçada, sua mulher louca.

Ela abriu a porta com os grandes olhos marejados e um hematoma roxo em seu rosto:

_ Olha pra isso, Vegeta. Olha pra essa marca horrível. Pareço um de vocês com a cara toda arrebentada e ainda por cima deixei meu sapato na estrada, ele era tão novinho, tão lindo...

_ Pare de choradeiras._ Disse Vegeta irritado e com cara de sono_ Isso aí não foi nada de mais. Poderia ter sido muito pior.

_ M-Mas, mas...

_ Se não parar com esse escândalo eu mesmo me encarrego de deixar seu rosto inteiro da mesma cor. _ Vegeta puxou a maçaneta e fechou a porta do quarto de Bulma com força.

_ SEU GROSSO!

A jovem ficou por mais alguns minutos analisando a marca em seu rosto, mas apesar disso, estava decidida a fazer algo produtivo de seu sábado. Cuidadosamente, fez uma maquiagem pesada o bastante para esconder e evitar perguntas desnecessárias e intrometidas de sua mãe ou de quem quer que fosse. Levou um bom tempo em sua jornada para mascarar o hematoma.

Enquanto se arrumava percebeu o quanto estava enjoada daquele cabelo com permanente. Queria um corte novo e era isso que iria fazer: Passar o dia no salão sendo paparicada e arrumar aquele cabelo da qual não aguentava mais ver refletido no espelho.

Colocou um óculos escuro enorme e saiu na esperança de não ser vista por ninguém.

Caminhando a passos largos pelo jardim, passou por Vegeta que se alongava por perto, enquanto ele nem se deu ao trabalho de virar o rosto na direção da humana que o observava... Pelo menos não enquanto ela estava olhando. Foi só ela ficar de costas que ele não resistiu em admirar por um breve momento aquela bela mulher andando apressada até seu carro. Logo se voltou a nave e entrou para dar início ao treinamento em gravidade aumentada.

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Chegando ao salão, ela decidiu: Seria sua clássica franja e seu cabelo naturalmente liso novamente, talvez buscando uma nostalgia dentro de si de uma época que jamais voltaria.

Enquanto estava lá sentada na cadeira do salão foleando uma revista, cheia de papel alumínio pela cabeça, a cabeleireira notou uma leve marca em seu rosto e não resistiu em falar com sua voz grave e serena:

_ Hei, garota, você deveria terminar com ele e denuncia-lo.

_Ahn?_ Bulma soltou confusa.

_ Isso não está certo. Eu tinha uma amiga que passou pelo mesmo problema e procurou ajuda. Hoje ela deu a volta por cima e esta ótima. Você é jovem, merece alguém melhor. Se precisar, ligue neste número._ E lhe entregou um papel com o número 180.

Bulma sorriu com a compaixão da cabeleireira, uma mulher grande e corpulenta que já tinha por volta de seus 50 anos e uma aparência impecavelmente bem cuidada.

_ Obrigada. _ Disse Bulma, sem querer dar maiores explicações. Estava satisfeita só por ver uma atitude como aquela.

Após os cuidados com o cabelo, decidiu que deveria exibir um pouco seu novo visual pela rua e aproveitar para fazer umas compras no shopping. Passeou pelas diversas lojas, olhando com bastante interesse novas coleções e tendências. Experimentou muitas peças e comprou várias roupas e sapatos, estava com tantas caixas e sacolas que mal conseguia andar.

Bulma e Vegeta - O princípio, o meio e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora