Bulma e Vegeta - O princípio, o meio e o amor

"Seja minha"

O frio era cortante, mas o calor que emanava de seus corpos, parecia o suficiente para não darem atenção ao vento gelado que batia contra seus rostos. Bulma estava agarrada ao pescoço de Vegeta, enquanto ele a envolvia entre seus braços com firmeza, como se estivesse querendo mostrar que nunca mais a soltaria. O saiyajin estava ansioso para ver a reação da terráquea. Passou por maus bocados até conseguir atingir a forma de super saiyajin e estava orgulhoso de sua façanha. Precisava compartilhar com a pessoa que mais o ajudou e que foi responsável por realizar esse sonho.

Bulma acariciava os cabelos negros do príncipe, sutilmente. Como sentiu falta de ter aqueles braços fortes em volta de seu corpo, daqueles olhos negros como a noite que a invadiam e a desarmavam por completo. Apesar do passado sombrio e de ainda haver resquícios de frieza naquele saiyajin orgulhoso, ela se sentia segura com ele, como se Vegeta preenchesse perfeitamente um espaço em seu coração que antes nunca foi tocado daquela forma.

O barulho do vento quebrava o silencio entre os dois. Os corações batiam em sintonia novamente durante o voo para longe da cidade. Demorou um tempo até que chegassem ao topo de uma montanha isolada com algumas poucas árvores e pedras lisas.

Vagarosamente, Vegeta pousou naquele solo, levemente molhado com a chuva fina que caia do céu fechado. Ao colocar a terráquea no chão, sem tirar as mãos de seu corpo, pediu para que ela se sentasse em uma pedra próxima. Bulma ficou sem entender e o saiyajin a soltou, começando a se afastar um pouco.

_ O que está fazendo, Vegeta?

_ Você já vai saber.

Assim que tomou uma certa distância para segurança da terráquea, começou a mudar sua feição, como se estivesse se concentrando o máximo que podia, buscando recordar dentro de si aquele sentimento que o fez se transformar pela primeira vez.

_ O que está acontecendo? _ Perguntou Bulma, confusa.

_ Quieta.

Aos poucos, toda aquela angustia, toda aquela raiva, começava a emanar de seu corpo. Vegeta cerrava os punhos e os olhos com força, todos os seus músculos estavam contraídos. Tamanha a força que fazia, deixou escapar alguns rugidos baixos. A cientista estava um pouco assustada, mas aos poucos começou a ligar os pontos em sua cabeça. Ao redor do saiyajin, algumas pequenas pedras começavam a flutuar e o chão rochoso se partia embaixo de seus pés. Seus cabelos começavam a oscilar entre o preto e o loiro.

Com um grito alto, rasgando o silencio daquele lugar afastado, finalmente seus cabelos assumiram aquele tom amarelado e um brilho enorme emanou de seu corpo. Bulma estava catatônica vislumbrando aquela cena mágica. De um de seus olhos azuis como o mar, uma lagrima caiu silenciosamente e rolou pela maça de seu rosto.

Vegeta abriu os olhos e o tom esverdeado como uma esmeralda se chocou contra o azul radiante da terráquea. Ao perceber que algumas lágrimas rolavam pelo rosto dela, ficou um pouco perplexo. Seu coração se apertou por um instante e pensou se talvez tivesse a assustado de alguma forma.

_ O que foi? _ Perguntou o saiyajin, pasmo.

_ N-nada... Eu só estou feliz por você... _ Bulma passou as mãos pela bochecha molhada e se levantou.

_ Mas então por que está chorando, terráquea?

_ São lágrimas de alegria, seu bobo.

Ao dizer isso, com um enorme sorriso tomando conta de seus lábios, a cientista correu para abraça-lo. Pulou no colo de Vegeta, que a segurou carinhosamente.

_ Estou orgulhosa. Sabia que você ia conseguir. _ Disse ela, agarrando com força o pescoço do príncipe da raça guerreira e pousando seu rosto em seu ombro forte.