Capítulo 1

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Termino de arrumar as coisas no meu mais novo quarto, no prédio do campus da UCLA

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Termino de arrumar as coisas no meu mais novo quarto, no prédio do campus da UCLA. Meu lado do quarto está perfeitamente arrumado, com tudo em seu devido lugar.

Me afasto dois passos para examinar a cena geral, fazendo um pequeno checklist na mente:

Cama: ok

Travesseiro em ângulo de 30 graus: ok

Sapatos no armário, separados e arrumados por tipo de uso: ok

Calcinhas na gaveta, separadas e arrumadas por cor: ok

Roupas no guarda-roupa devidamente dobradas ou em cabides, separadas por cor e estação: ok

Escrivaninha: ok

Acho que está tudo certo.

Dou mais um passo para trás, mas acabo esbarrando em alguém que não vi chegando.

- AI! - A menina grita quando piso no pé dela.

- Sinto muito. Sinto muito mesmo! - Digo, ajudando-a a se equilibrar.

- Você deve ser a Angel. - Ela fala, me olhando com curiosidade.

- Sou sim. E você é?

- Alice. Sou sua colega de quarto. Estava imaginando quando você finalmente ia aparecer.

Avalio a loirinha que está parada na minha frente. Ela começou a tagarelar alguma coisa, mas me perdi no meio do assunto, por isso continuo apenas assentindo.

Até que, num determinado momento da conversa, ela enrosca o braço no meu e diz:

- Pega suas coisas e vem. Vou te mostrar os campus e te apresentar pra todo mundo. Os garotos vão PIRAR nesse seu cabelo ruivo.

- O que tem meu cabelo? - Pergunto, com o cenho franzido.

- Ah, vai! Sabe o que dizem sobre as ruivas... - Alice levanta uma sobrancelha loira para mim, enquanto pego a mochila com meus materiais, mas não tenho tempo para responder. - Nossa, você realmente tem tudo organizado.

- Não mexa em nada. - Aviso, num tom amistoso. - Não gosto que mexam nas minhas coisas.

- Sem problemas. - Ela levanta as duas mãos em rendição, depois me puxa para si novamente.

Alice fecha a porta do quarto atrás de nós e me puxa para uma verdadeira procissão por todo o enorme campus da UCLA. Ela me apresenta vagamente para alguns de seus amigos e mais duas meninas se juntam ao nosso grupo: Cristina e Joana. Ambas lindas, com corpos esculturais e, adivinha só, da mesma turma que eu!

Primeiro dia e já fiz amigas!

Ainda estou comemorando internamente quando Alice pergunta qual será a minha primeira aula. Olho no papel.

- Hm... Estatística.

- Ótimo, é a mesma grade que a minha. Vamos.

Nos despedimos de Cristina e Joana e seguimos em direção ao auditório. A cada pessoa que encontramos, Alice tece praticamente toda a vida do ser: nome, sobrenome, se namora, com quem ficou no semestre passado (e por "ficar", ela quer dizer "transar". Acredite, eu perguntei. Fiquei vermelho escarlate com as coisas que ela me contou), até mesmo fofocas mais absurdas, sobre quantos drinks a pessoa consegue tomar. Essa garota é uma enciclopédia ambulante das fofocas da UCLA.

Finalmente, nos acomodamos no auditório da aula de Estatística. Começo a arrumar meus materiais sobre a mesa da arquibancada, alinhando minhas canetas, ouvindo o tagarelar de Alice se misturando aos outros barulhos, quando de repente o burburinho aumenta.

Alice me cutuca nas costelas, chamando minha atenção.

- Olha lá! É o Scott Mayfield. Gato demais! - Ela arfa.

Olho para cima, na direção do olhar dela. Um garoto está entrando no auditório, sozinho. Ele veste uma jaqueta de motoqueiro preta, com o capuz por cima da cabeça, lançando uma sombra sobre seu rosto. A calça jeans preta é cheia de correntes penduradas e há alguns anéis em seus dedos. O visual termina com um coturno em estilo militar que parece pesado.

- Ele nunca fala com ninguém fora da turminha dele. - Alice resmunga, enquanto o garoto adentra na sala. - Tipo, ninguém mesmo, nem os professores. Ele entrega os trabalhos, faz as provas, e só. Ele só conversa com os amigos dele e algumas garotas.

- Coitado... - Começo a sentir um pouco de pena do rapaz que se aproxima cada vez mais de nós, achando que talvez ele seja muito tímido ou algo assim.

- Coitado nada. - Alice ri. - Ele é um badboy de marca maior, isso sim. Isso tudo é pose de durão. E como eu queria provar se é duro mesmo... - Ela morde o lábio e eu coro violentamente. - Ah, qual é Angel! Você não pode ser tão anjinho quanto seu nome sugere.

- Eu não falei nada. - Dou de ombros. - Mas, então... Esse tal Scott...

- Ah, sim. - Ela rapidamente volta ao assunto. - Ele vive se metendo em confusão. Brigas de bar, corridas ilegais, e esse tipo de coisa. É melhor ficar longe dele, anjinho. Esse tipo de cara é encrenca na certa.

No mesmo momento em que ela fala isso, o tal Scott passa ao nosso lado. Sua aura ameaçadora faz com que eu me contraia em meu banco, mas então ele ergue o rosto e seus olhos azuis focalizam em nós, com certeza tendo ouvido a última frase de Alice.

- Oi, Scott. - Alice diz, animada por receber um pouco da atenção dele. - Essa aqui é minha nova colega de quarto.

Scott me avalia por inteiro, passando o olhar por todo o meu corpo, e sinto meu rosto ardendo de vergonha. Então ele simplesmente dá um aceno de cabeça e sai andando novamente, em direção ao fundo da sala.

Faço um esforço hercúleo para não me virar e o seguir com o olhar. "Encrenca na certa". Anotado.

Bad boy | Livro 1 - The revealing chemistryOnde histórias criam vida. Descubra agora