Capítulo 5

2.4K 173 11
                                    

- Angel, se arruma

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Angel, se arruma. A gente vai sair. - Alice entra no quarto esbaforida.

Levanto os olhos do meu livro e a observo com cenho franzido.

- Sair pra onde?

- Tá rolando uma festa lá na casa da Megan e a gente vai. - Ela diz, como se fosse a coisa mais normal do mundo, já vasculhando suas roupas.

- É dia de semana, Alice. - A repreendo. - A gente tem aula amanhã.

- Ah, vai. Aquele professor já te ama. - Ela dá uma voltinha no espelho, avaliando o top que pegou. - Você precisa largar um pouco esses livros e curtir a vida na faculdade.

- Eu não tô aqui pra curtir. Eu tô aqui pra…

- Estudar e dar uma vida melhor pra sua avó. - Ela fala, junto comigo. - Eu sei. Mas uma noite só não vai fazer você ser reprovada.

Alice deixa suas roupas de lado e vem até mim, pegando minhas duas mãos e me puxando até que eu fique de pé. Ela faz uma carinha de cachorrinho pidão e eu amoleço. Não consigo dizer “não” a quase ninguém. Eis meu defeito.

- Tá bom, mas a gente vai voltar cedo.

- O “seu” cedo ou o “meu” cedo? - Ela pergunta, brincalhona.

- É sério, Alice.

- Tá bom, tá bom. - Ela faz um biquinho lindinho antes de se virar para o meu guarda-roupa. - Vamos ver o que você tem aí…

- NÃO! - Grito, assim que ela abre a porta do meu armário. - Não desarrume minhas coisas!

- Calma, garota, eu não ia roubar nada. - Ela levanta as duas mãos.

- Eu sei, eu sei… - Sento-me na minha cama. - É TOC. - Suspiro profundamente.

- Que merda. - Ela se senta ao meu lado. - Tão ruim assim?

- Quando eu era mais jovem era pior, mas fiz tratamento e agora consigo levar de boa. Quase sempre. - Levanto uma sobrancelha.

- Você é uma caixinha de surpresas, Angel. - Ela se levanta em um pulo. - Então se arruma que a gente vai badalar!

[...]

A festa na casa da tal Megan está lotada!

Tem gente saindo de todo lugar possível (e impossível também), o que dificulta bastante nossa entrada na casa.

Depois de muito debate, a Alice finalmente aceitou a minha escolha de roupa: um vestidinho leve, cor de rosa, com várias flores estampadas e renda decorando. Uma maquiagem leve, uma sapatilha e pronto.

Alice me puxa pelo braço, forçando nossa entrada na casa. Ela fala com todo mundo (todo mundo MESMO) e eu apenas acompanho o fluxo. Quando ela pára, eu estanco e acabo batendo contra suas costas.

- Angel! - Ela resmunga.

- Desculpa… - Digo, baixinho, um pouco intimidada com o grupo de rapazes à nossa frente.

- Alice… - Um moreno bonito fala, chegando perto dela. - Tá gata, hein.

- Geralmente tô. - Ela diz, dando uma piscadinha para ele. - O grupinho todo de vocês tá aqui?

- É… - Ele coça a nuca e olha para mim. - Eles geralmente sempre estão.

- Bom, então por que não vai passear com um deles? - Alice diz e eu coro com a sua falta de educação.

- Alice, você não precisa ser grossa com as pessoas. - A repreendo, puxando-a pelo braço.

- Deixa, ruivinha. - Ele morde o lábio. - Essa aí tem tesão acumulado. - Sorri, tocando o cabelo da mesma.

Eu fico ainda mais vermelha.

-Ah, Dean… É tanto tesão que você nem daria conta. - Ela responde.

- Oh, diabinha Loira. - O cara sorri e morde o lábio. - Não sei se nenhum de nós dois daria conta. - Uma mão recai sobre seu ombro e tanto ele, quanto eu, olhamos para o dono dela, vendo o Scott, parado atrás do Dean. De cara fechada, como sempre. - Mano. - Dean bate no ombro do Scott, mas os olhos azuis do mesmo estão intensamente grudados em mim, como se me fuzilassem.  

Eu olho para baixo, mordendo o lábio, envergonhada.

- Isso mesmo, Scott. Leva seu macaquinho daqui. - Alice diz, rindo. Ela me puxa pela cintura. - Tenho que mostrar a Angel pra todo mundo!

- Foge mesmo, Alice. - Dean sorri. - Acumula mais, depois nossa noite será irresistível. - Enquanto Dean fala, sinto os olhos do Scott ainda grudados em mim e fico ainda mais vermelha (se é que é possível).

- Não estou fugindo. - Ela me aperta ainda mais contra si. - Só quero preservar a integridade física da minha amiga. - Arregalo os olhos para ela (Ela não tá falando de…) - Sabia que sua “queridinha” ameaçou minha Angel? - Ela levanta uma sobrancelha desafiadoramente para o Scott.

Aguardo alguma reação exagerada dos garotos, ou eles dizerem que a Alice ficou doida, mas ao invés disso vejo Scott franzir o cenho e trincar o maxilar, olhando para o Dean ameaçadoramente. Este último percebe o que se passa com o amigo.

- Concordo. - Ele fala, como se entendesse o que Scott quis dizer apenas com o olhar. - Vamos.

E assim, os dois nos deixam.

- Ele realmente não fala com ninguém? - Pergunto, observando as costas largas de Scott e Dean se afastando de nós.

- Só com quem ele acha digno. - Alice dá de ombros.

- Ah, então eu não sou digna? - Pergunto, me sentindo ofendida.

- Se serve de consolo, eu também não. - Ela ri e me puxa para andarmos pelo meio da festa.

[...]

Olho para o relógio do meu celular novamente. 2 horas da manhã. Eu devia estar dormindo à essa hora!

Uma rápida olhada para Alice me garante que ela ainda está grudada à boca de Adam, ao meu lado no sofá. Desvio o olhar rapidamente. Todos ao redor ainda estão bebendo e se divertindo e, no canto mais longe possível, próximo às escadas, está o grupinho de Dean e Scott. Os outros garotos eu ainda não conheço, mas é inegável que é um grupo muito atraente. A dica? Além do óbvio, o bando de mulheres que os rodeia (um deles chega a estar com uma garota em cada braço!), os olhares lascivos das demais presentes e o leve ciúme ou inveja que emana dos demais garotos.

Um cara já muito bêbado senta do meu outro lado, passando um braço por detrás do meu pescoço.

- Oi, gata. - Ele fala, com a voz grogue.

Franzo o cenho e decido o ignorar. Me viro para Alice novamente, mas dessa vez ela está literalmente montada em Adam.

Está na hora de ir embora.

- Alice, eu tô indo. - Informo, mas acho que ela nem me ouviu.

- Quer uma carona? - O cara do meu outro lado pergunta.

- Não, obrigada. - Respondo e me levanto às pressas.

Contorno as pessoas que estão espalhadas pela sala, passando rapidamente por Scott e seu grupo, antes de abrir a porta para a brisa leve da madrugada e deixar aquela festa para trás.

Bad boy | Livro 1 - The revealing chemistryOnde histórias criam vida. Descubra agora