Capi. 2

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Maria Cecília

Acordo com uma dor de cabeça terrível. Não sei se é pela ressaca ou a dor do arrependimento, pois infelizmente consigo lembrar de tudo que aconteceu na noite passada, e por mais que eu não tenha feito coisas ridículas, ainda sim poderia ter me comportado melhor.

Me levanto e vou direito ao espelho. Meu estado é decadente; Meu cabelo está preso, mas não deixar de estar totalmente bagunçado e armado, minha cara está inchada, estou fedendo a bebida. Eu poderia, facilmente assustar uma criança.
Olho para a blusa que estou vestida, e uma porção de lembranças vem na minha mente.

- Droga! Preciso devolver pra ela. - Tiro a blusa da menina estranha que me emprestou ontem, para já colocar pra lavar.
Eu confesso que ela foi muito educada ao me emprestar a blusa, mesmo que fosse obrigação dela, ainda sim foi educada, e sem contar que não perdeu a paciência comigo, porque além de bêbada, eu também estava estressada, e acabei descontando tudo nela sendo uma mal educada. Mas ela deve entender, né? Uma adolescente mal educada é o que mais deve aparecer na vida dela, ou de qualquer pessoa.
Poucas lembranças dela, mas a marcante foi ela pedindo meu número, eu recusando e ela ficando indignada. Hilária. Deve ser uma dessas meninas que tem tudo na mão, provavelmente ficou ofendida com o seu primeiro "não."

Mas antes de devolver, preciso saber aonde encontrar ela, o que nao vai ser difícil, porque acho que ela conhece minha irmã, não lembro muito bem da conversa delas, mas deve ser algo desse tipo.
Preciso colocar pra lavar, depois devolver pra ela e pedir desculpas por ter sido tão idiota.
Eu não sou a menina mais simpática do mundo, confesso, mas também não sou tão mal educada assim.

Tento colocar meu cabelo em rabo de cavalo, e depois de muita dificuldade, finalmente consigo prender de uma forma decente. Cabelo cacheado é lindo, mas é tão difícil de lidar.

- CECI, VEM TOMAR CAFÉ! - Lua grita.

Ótima forma de começar o dia.

- ESTOU INDO. - Desço as escadas, e antes de completar os 3 últimos degraus já pergunto. - Lua, cê sabe em que lugar mora aquela tua amiga da balada ontem? Queria falar com ela! - Termino de descer.

- Essa aqui? - Lua chama minha atenção, e então quando olho dou de cara com a menina de ontem. - Ela é nossa vizinha temporária.

A minha cara nesse momento é de vergonha. Vergonha por estar descabelada e apenas de sutiã e um short curto que quase parece uma calcinha. Vergonha por lembrar de como tratei ela na noite passada. E vergonha por ter perguntado dela com ela ouvindo.

- Queria saber de mim é? - Ela solta um sorriso convencido, e depois me olha de cima a baixo. Sinto tudo meu queimar.

- Sim, mas para entregar tua camisa. - Desço as escadas tentando não mostrar minha vergonha. - Toma aqui. Eu ia colocar pra lavar, mas você deve ter maquina de lavar em casa, né? - Ela me olha assustada, mas depois sorrir pegando a camisa.

Eu não sei porque, mas não consigo ser educada com essa garota, por mais que eu tente, sempre tem algo dentro de mim implorando pra ser idiota com ela. E fico mais puta ainda porque ela nunca rebate, sempre com esse sorrisinho idiota na cara.

- Maria Cecília, o que deu em você, em? - Lua me olha séria. - Por que é tão grossa com a Lay ?

- Ela é criança, é normal ela fazer isso. - Layana fala enquanto me olha, provavelmente querendo me irritar.

Criança??

- Não sou criança, tenho 16 anos já! - Ela rir. - Você fala como se já tivesse 30 anos!

Por obra do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora