Capítulo 4 - A primeira cena

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Finalmente havia chegado o dia. 

Acordei cedo. 

Tinha alugado um pequeno apartamento, bem simplisinho, próximo ao set de gravação.

Era simples, mas enfim, era meu.


Naquela manhã não consegui tomar café direito. 

Tomei um banho quente, demorado e relaxante. Deixei a água cair por vários minutos nas minhas costas.  Precisava relaxar.


Coloquei uma camiseta branca, estampada com corações e uma calça jeans frouxa e rasgada. Uma botinha de salto preta. Fiz um coque despojado no cabelo. Bem na moda, como eu gostava.

Alguns dias atrás, tinha feito um corte no cabelo e o pintado de castanho claro. Eu e Pedro Caíres, produtor da novela, idealizamos um corte super cute para a Mia. Era diferente e despojado. Todo repicado. Dava um ar de rebeldia e autenticidade. Me sentia linda com ele.

Tomei um táxi. Puxei conversa com o motorista, na tentativa de me distrair. Mas pra minha sorte, chegamos bem rápido.


Cheguei ao set de gravação e por mais que eu já tivesse feito isso várias vezes, eu sempre me emocionava. Ficava nervosa como se nunca tivesse atuado antes.


Me dirigi ao camarim. 

Na verdade, eu cheguei bem cedo, então pude olhar com muita atenção cada figurino, cada item que compunha Mia Colluci. Era uma forma de me conectar com a personagem.

Essa personagem me trazia um frescor tão grande. Eu já a amava profundamente.


_ Anahí ? Vim te ajudar a fazer uma make basic chique de arrasar pra sua primeira cena. Disse Charlie abrindo a porta. Daqui pra frente, ele cuidaria da maquiagem e cabelo de Mia Colucci.

_AhhhhhhhhCharlizito você é um máximo. Capricha que a Mia merece.

Me arrumei bem rápido e com nós no estomago me dirigi ao estúdio onde gravaria minha primeira cena.

Era uma cena rápida, mas bem agitada. Nela eu conheceria a personagem de Dulce,Roberta. Começamos a gravação.

Roberta fazia jus como nenhum outro personagem ao nome da novela, era Rebelde,inegavelmente rebelde. 

Ao contrário de Dulce que era sempre calma, reflexiva e ponderada, Roberta era impulsiva, desprendida etinha um espirito intensamente revolucionário. 

Era uma personagem e tanto. Eu sabia que seria grande na novela.


Em relação a Mia, eramos um meio termo: Ela carregava, assim como eu, umsenso de justiça e solidariedade, e expunha sem vergonha seus gostos epreferencias. Mas de maneira completamente oposta a mim, era mimada ecaprichosa, ás vezes até egoísta por ver o mundo apenas do seu ponto de vista que era cercado de privilégios.

Bem, estávamos com outros atores, filmando num ritmo célere.


No desenrolar da cena, fui vendo o quanto Dulce era perfeita no que fazia.Apesar de Roberta ser seu oposto, ela a fazia tão bem e com tanta verdade, quepor instantes eu me esqueci que estávamos em cena. Parecia real.


Naquele instante passei a admirá-la ainda mais.

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