Capítulo 28 - Tarde Demais

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Porque tienes miedo de sentir, porque eres alérgico a soniar ...

De volta ao México.

Eu fui o assunto no avião. Mesmo estando ali.

Mai tentava controlar a situação mas tadinha, era muito pra ela.

Durante toda viagem de volta ela tentou me distrair com filmes e histórias.

Pelo ao menos assim eu podia chorar.

E chorar foi tudo o que eu fiz.

Ao chegarmos, Mai se ofereceu para ir pra casa comigo.

Any: Não precisa amiga. Eu preciso estar sozinha um pouco. Mas te ligo se eu enlouquecer.

Fui pra casa. Aos prantos no táxi. Chorei mais quando cheguei.

Meu forro de cama tinha ainda o cheiro dele.

Todo meu apartamento tinha marcas da nossa curta e intensa história.

O que eu te fiz poncho ? Porque me machucar assim? Porque eu ?

Eu não entendia.

Seria castigo? Por eu desejar e amar tão profundamente o homem que minha amiga ama ?

Eu era uma má amiga. Eu já sabia disso.

Mas ao mesmo tempo. Céus !
Eu não quis me apaixonar por Poncho.
Eu não quis me perder no seu olhar misterioso na primeira vez que nos vimos.
Nem em todas as vezes seguintes.
Eu não queria sentir borboletas no estômago sempre que pensasse nele.
Eu não queria sentir meu corpo arder em chamas a cada vez que ele se aproximava de mim.
Eu não queria desejar tão profundamente o seu corpo sobre o meu.

Eu não queria nada disso!
Eu nao escolhi nada disso.

Eu sentia como se tivessem me colocado a força em um labirinto do qual eu não conseguiria sair de maneira alguma.
Como se eu estivesse condenada a estar presa ali. Pra sempre.

Nossas almas pareciam conectadas por um fio mágico.

Por qualquer caminho que eu andasse, eu sempre terminaria em Poncho.
Era assim que eu me sentia.

Então porque meu Deus! Porque eu estava sendo castigada por um destino do qual eu não tinha como evitar ou escapar ?

Se me dissessem como escapar, eu juro, eu escaparia.

O que eu sentia por Poncho era ... Como céu. Era encantador. Era mágico.

Mas viver aquilo ... viver esse amor vinha sendo uma tormenta e, depois de tantas tempestades na minha vida eu realmente me sentia sem forças pra essa nova tribulação.

O meu celular a apitava e tocava a cada segundo.

Poncho.

Mas eu não o atendia e tampouco lia suas mensagens. Apagava assim que chegavam, sem se quer abri-las.

Meu coração doía tanto que cheguei a pensar estar morrendo.

Não tinha fome. Mas me forcei a comer algo no almoço pois o medo de uma recaída me corroeu.

Tomei um banho quente, deixando a água cair sobre mim por minutos, como se conseguisse lavar toda a confusão e dor que sentia.

Deitei na cama. Apenas com um roupão de semana cor creme. Os cabelos molhados e não penteados.
Não tive ânimo de me trocar ou me arrumar.
Teríamos o dia de folga para recuperar as energias, pois dali pra frente seriam horas de ensaio e gravações.

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