Capitulo 19 - Forro de cama

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Ainda era tarde quando Poncho e eu chegamos ao meu apartamento.

Eu estava ainda muito fraca, então dormi durante todo percurso.

Poncho: Chegamos bela adormecida!

Acordei num bocejo. Meu rosto esmagava a janela lateral do carro.

Anahi: uff! Acabei dormindo.

Poncho: Percebi. - sorriu maroto.

Desafivelei o sinto com cuidado, sob o olhar de Poncho.

Abri a porta e com certa dificuldade me pus para fora do carro.

Ainda restavam alguns raios de sol.

Olhei para o céu e respirei fundo, aproveitando aquele sol por um instante.

Quando olhei para o lado, Poncho estava de pé com uma pequena mala nas mãos.

Era onde estavam os pertences que usei enquanto fiquei no hospital.

Ele apoiou meu braco esquerdo em seus ombros, passando-o por trás de seu pescoço e foi lentamente caminhando comigo.

Ao entrarmos me deparei com o apartamento arrumado e cheiroso, completamente diferente do estado em que recordava tê-lo deixado.

Olhei para Poncho confusa.

Poncho: Sua mãe deixou tudo organizado pra você. Inclusive ela disse que isso aqui estava um caos - levou as mãos na cintura - Eu sinceramente não sabia que a Dona Anahí Giovana era uma porquinha!

Esbocei um sorriso.

Anahi: Não estava com muito ânimo.  Limpar o apartamento nem passava pela minha cabeça.

Pontuei com mais firmeza do que o necessário.

Ele sorriu.

Poncho: Relaxa loirinha! Olha, se eu fosse você ia tomar um banho pra tirar esse peso de hospital do corpo.

Ele mudou o semblante divertido que estava até então para um semblante sério e compassivo.

Num lapso eu me virei para ele e segurei em uma de suas mãos.

Anahi: Poncho ... eu quero... quero muito te agradecer por estar aqui e por tudo que tem feito por mim. Minha mãe disse que você passou todo tempo no hospital.
Sempre demonstra preocupação e cuidado.

Suspirei.

Anahi: Nos conhecemos a tão pouco tempo... eu não sei... bem... parece que nos conhecemos a tempos, mas na verdade são poucos meses. Te agradeço muito por isso.

Ele apertou a minha mão.

Poncho: eu não costumo fazer isso sempre sabe - sorriu, retornando ao semblante divertido - mas tenho que passar quase 24 horas do meu dia, todos os dias, gravando infinitas cenas com você. Preciso que esteja pra que isso funcione.

O Miguel precisa da Mia. - Concluiu ele.

Eu assenti.

O soltei e me dirigi ao banheiro

Passei pelo corredor.

Lembrei da sensação de tontura e escuridão. Das forças se esvaindo do meu corpo. De bater fortemente no chão.

Sacudi a cabeça tentando afastar a sensação.

Prossegui.

Entrei em meu quarto.

Lembrei da cena que tive com Poncho ali.
Lembrar disso me fazia questionar suas intenções.

O que ele queria comigo? Porque ele estava ali ?
Ele tinha interesse por mim ? Ou teria sido apenas um rompante de desejo ?
Estaria ele apaixonado como eu estava ? Ou teria sido apenas um momento em que o personagem se confundiu com o autor, deixando -o confuso ?

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