Capítulo 30 - Consequências

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" Você precisa arcar com as consequências dos seus atos Alfonso Herrera"

Terminamos o ensaio por ali. Nenhum de nós tinha meios de continuar.

Pedro subiu ao palco e anunciou "um pequeno incidente" que nos impediria de continuar naquela tarde, mas prometeu marcar um outro dia para que os fãs não se sentissem prejudicados.

Juntei minhas coisas na mochila e comecei a caminhar rumo a saída do local. Poncho vinha logo atrás dando passos largos, buscando me alcançar.

Dulce que já estava mais perto do pequeno portão na saída de trás se aproximou de mim trepida e pálida.

Dulce: Você se importa de ir sozinha Any ? Eu queria conversar com Poncho ... - concluiu sem graça.

Any: Claro que não. Pra ser sincera ele nem precisa ir. Mas eu estou sem forças pra brigar com aquele cabeça dura hoje.

Dulce: Imagina Any. Não é bom mesmo que você fique sozinha com aquele babaca atrás de você. Eu só preciso conversar com ele antes...

Any: Eu te entendo Dul. Acima de qualquer coisa, espero que você fique bem.

Eu me sentia uma falsa em dar qualquer Conselho a Dulce sobre Poncho. Por isso tentava ser o mais breve e sucinta que conseguisse.

Eu realmente não queria seu mal e isso era tudo o que podia dizer 100% de coração.

Ela me deu um abraço com os olhos cheios d'água.

Aquilo me cortava o coração.

Atravessei o portal chegando a rua e me pus a procurar um táxi.

Encontrei fácil.

Subi e me sentei. Quando o carro ia dar a partida poncho abriu a porta ofegante.

Poncho: Não precisa do táxi. Estou de carro.

Any: Mas ... você e Dulce...

Poncho: Já estamos resolvidos. Vem Any...

Ele estava nervoso. Elétrico e impaciente.

Any: Poncho eu já tomei o tempo desse senhor então vou com ele. Além do mais você e Dulce precisam conversar.

Eu ainda sentia um imenso mal estar. As palavras saiam um pouco trêmulas.

Poncho: Não seja por isso ...

Poncho caminhou contornando o carro, chegando até a janela do motorista. Fez sinal pra que ele abaixasse o vidro e lhe entregou uma quantia de dinheiro.

Poncho: Pelo seu tempo, senhor! Desculpe qualquer coisa.
Agora desce Any - disse se voltando pra mim.

Desci contrariada e nervosa.

Any: Baixa essa bola Alfonso.

Pisei alto e andei até o seu carro.
Sentei no banco de trás deixando -o sozinho na frente.

Poncho: Sem pirraça Any!

Any: Se não gosta de pirraça não devia andar comigo pois é só o que sei fazer.

Ele virou os olhos e ligou o carro.

Poncho: Quer música?

Any: Sempre.

Ele ligou a rádio. Like a Prayer de Madonna tocando.

Desde o meu coma, quando descobri a anorexia, eu associava essa música a Alfonso, pois, juro que enquanto estava desligada, essa música era tudo o que se passava em minha mente, até que ouvi a voz dele a me chamar.

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