Capítulo 25 - Salva-me do Canadá - Parte 1

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Eu não entendia Alfonso Herrera.

Aquele beijo inesperado fez com que eu o entendesse menos ainda.

Aparentemente estava bravo comigo. Implicou comigo metade do dia, me ignorou completamente na outra metade e no fim do dia, me beijou com tanta paixão que fez com que eu perdesse o ar.

Quando ele saiu do camarim eu ainda tentava assimilar o que tinha acontecido.
Fiquei ali, escorada na mesa, me dividindo entre a raiva pelo seu comportamento e pelo amor que sentia por ele.

A linha entre o amor e o ódio é tênue.

Depois de passar uns 15 minutos parada ali eu sai disparada a sua procura mas já era tarde demais: ele já havia deixado o estúdio.

Voltei ao camarim e peguei minhas coisas.
Sai do estúdio e com alguma dificuldade consegui tomar um táxi.

Estava ansiosa. Não resisti. Acabei ligando para Poncho.

"Alô? Poncho ?

Poncho: Any. Oi "

Ele pareceu desconcertado.

Anahí: Já está em sua casa ?

Poncho: Não. Na verdade, estou em um bar próximo ao estúdio.

Meu sangue gelou. Eu queria ir até lá. Mas queria estar mais arrumada.

Eu queria provocá-lo. Mostrar que também posso deixar ele louco se eu quiser. Mostrar a ele que ele não está mexendo com qualquer uma.

Fiquei alguns minutos em silêncio, refletindo o que fazer.

Poncho: Anyyy ?? Tudo bem ai ?

Anahí: Você ... Poderia vir até minha casa quando sair daí?

Houve mais alguns minutos de silêncio.

Poncho: eu ... olha ... eu ...

Ele parecia relutante e... também enrolava um pouco a língua, como se já tivesse bebido o suficiente para não ter mais tanto controle sobre si.

Eu aguardei em silêncio toda sua confusão.

Poncho: Não estou ... não sei. Você sabe ! Mesmo assim ... Tu tu tudo bem. Eu vou.

Anahí: Aguardo você.

Desliguei o telefone e refleti em silêncio o restante do percurso até em casa.
Cheguei e fui direto ao banho. Hidratei a pele, lavei os cabelos.

Passei apenas um rímel e uma leve cobertura de base.
Penteei os cabelos e os sequei com secador, deixando a franjinha solta mas jogando-a um pouco de lado.

Fui até o closet. Pensei em várias coisas para vestir. Me decidi por chocar sem pretensão.

Peguei uma camisola de seda preta. Ela era justa e tinha detalhes de renda nos dois lados da cintura e no colo. Era curta. Deixava grande parte de minhas pernas a mostra.

Me banhei em cremes e me perfumei e fui me sentar na sala assistindo televisão. Na verdade mal via o que estava passando. Minha cabeça estava ardendo em pensamentos.

Em poucos minutos ouvi a campainha tocar. Meu coração foi a boca.

Repassei o plano em minha cabeça: Pedir que ele entre, sentar no sofá, perguntar sobre a implicância e sobre o beijo, ser bastante sensual, mandá-lo embora assim que conversarmos.

assenti para mim mesma e fui o atender. Abri a porta lentamente.

Anahí: Oi. 

Ele arregalou os olhos ao me ver. Foi engraçada a expressão que ele fez. Parecia realmente ter bebido bastante. 

Poncho: Caramba Anahí! Que isso mulher!?

Anahí: Entra. Apontei pro sofá.

Ele entrou sem tirar os olhos de mim. Não estava cambaleando, mas andava de maneira engraçada. Eu segurava o sorriso.

Ele se sentou e já se apressou.

Poncho: A gente é muito diferente. Você liga pra coisas que eu não me importo. Eu me estresso. Você tá um gata pqp.

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