Poin of view - Capitulo 27 - O desespero dos que não sabem amar

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Eu sempre fui um cara de poucas palavras e grandes atitudes. O meu mundo sempre girou no meu compasso, seguindo o ritmo que eu indicava.

Todos os setores da minha vida eu sempre comandei.

Não me acho pretensioso por pensar assim. Apenas sei o que quero e trabalho com unhas e dentes para conseguir.

A vida sempre reconheceu meu esforço e sempre seguiu da maneira que eu esperei que seguisse.

Antes de Rebelde, minhas pretensões já estavam definidas. Seria um pequeno passo pra alavancar minha carreira. Só o primeiro passo.

De certo eu não esperava que o projeto se tornaria algo tão grande, mas isso só facilitava meu planos. Só o tornava mais rápido e palpável. Não me assustava essa velocidade. Eu queria.

Eis o que de fato me assustou - aqueles olhos.
Azuis. Profundos como mar.
Aquela boca. Macia. Que se encaixava perfeitamente na minha.
Aquele corpo. Desenhado e moldado para o meu. Era como um quebra cabeças. Tudo se encaixava perfeitamente.
Anahí era o motivo da minha completa desordem.

Eu, modéstia parte, sempre me dei bem com as mulheres. Sabia conversar, sabia cativar. Sabia envolve-las.
Nunca quis nada sério com ninguém. Pulava de namoro a namoro aproveitando o que tinha de bom em cada um; criando laços, tendo experiências e fazendo amizades. Depois seguia em frente para novas descobertas. Sem dramas.

Eu na verdade, não pensava em compromissos como sendo realmente sérios, já que casar, ter filhos, constituir família era uma das últimas coisas que planejava fazer na vida.

Agora, eu só queria aproveitar. Construir uma carreira sólida e viver minha liberdade.

Mas tudo mudou quando Anahí chegou, e eu se quer entendia o porquê.

Estar com ela me transportava pra outra dimensão, onde todos os meus planos viravam pó e somente ela importava.

ISSO, Isso me dava medo.

Era como se o meu mundo não girasse mais ao meu comando, mas ao comando dela.

E como alguém pode interferir tanto assim na vida do outro ?

Eu estava possesso com ela aquele dia.
Tinha ido do ódio a adoração tantas vezes que meu corpo tremia.

Sai do estúdio e fui para um bar ali perto. Não queria pensar
Só queria me esquecer um pouco do mundo em um copo de tequila.

Na verdade, foram 1, 2 3 ...

Meu celular tocou.

Era ela.

Atendi meio desconcertado.

Venha até meu ap ela disse.

Como pode essa mulher. Não quis dizer não. Eu iria. Eu estou indo.

Não sem antes beber mais 1, 2 , 3 ,4 ,5 shoots.

Agora sim Any. Estou indo.

Não tinha condições de dirigir. Fui de carro até o estúdio e de lá tomei um táxi até a o apartamento de Anahí.

Ela abriu a porta reluzente como uma estrela.

Eu nunca senti esse frio na espinha. Que nervos ela me dá.

Ela tentava conversar. Eu tentava escutar. Mas só conseguia imaginar como conseguiria dar um beijo nela. Tocar sua pele macia. Sentir o cheiro do seu cabelo.

"Água por favor"

Ela se levantou toda rebolativa, caminhando em direção a cozinha. A segui pé ante pé.

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