Capítulo 7 - Ucker

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Já tínhamos cerca de um mês de gravações. As cenas estavam bem adiantadas e em breve a novela estrearia na televisão nacional.


Rebelde era o nome.

Me soava perfeitamente bem com a aquela fase da minha vida. Naquele momento, eu era dona de mim. Era dona do meu destino e o estava traçando conforme minhas vontades. Num mundo tão louco como o que vivemos, é uma ato de coragem e rebeldia ousar ser o que é e correr atrás dos seus sonhos.
Acho que por isso eu esperava tanto daquele trabalho. 

Sentia que ao assistir à novela o público também sentiria a vontade de se rebelar e de construir a sua própria história.

Mas apesar de tudo isso, tinha uma coisa que eu ainda não conseguia controlar: Meus sentimentos.
Isso me afetava profundamente. Era como se a cada dia no trabalho eu provasse de um mel amargo, pois, embora ali estivesse a esperança de concretizar meu sonho e enfim ser grande em minha carreira, ali também estava meu objeto de desejo mais profundo e proibido: Alfonso.
A aproximação – inevitável – de nossos personagens ocasionava uma aproximação – inevitável – entre nós dois. Com isso, meu sentimento parecia se multiplicar.

O conhecendo mais, eu me encantava mais. Muito mais. Tudo bem que ele não era lá muito ajuizado, mas era um idealista e sonhador incorrigível. Era determinado e levava a vida de uma forma tão segura, que parecia saber exatamente onde cada passo dado iria o levar. Isso me encantava tremendamente.

Ao mesmo tempo, Dulce se mostrou uma companheira gigante.

Bem, já havíamos trabalhado juntas outras vezes mas nunca tivemos a oportunidade de ser tão próximas quanto agora.

A cada dia eu a considerava mais.Por isso toda essa confusão sentimental que eu vinha nutrindo em relação a Alfonso me deixava extremamente mal e desconcertada.

Buscando resolver essa questão, minha mente começou a trabalhar silenciosamente em uma solução e acabou encontrando a resposta bem ali ao lado. A resposta tinha nome e sobrenome e aqui vou usá-lo para descrever a ideia –  Ucker.

Ucker trabalhava com a gente nesse projeto rebelde. Era o par romântico de Dulce.

Eu o conhecia desde criança pois chegamos a fazer alguns trabalhos juntos. Ficamos amigos. Grandes amigos, mas com o tempo acabamos nos afastando bastante.

Não. 

Eu não pretendia usá-lo para tirar da cabeça quem nela não deveria estar. Eu só pretendia mostrar ao meu coração uma possibilidade possível e mais coerente de amor.

Eu não via mal algum nisso. Achava uma saída perfeitamente lógica e plausível para minha situação.

E o ucker, meu Deus, que amor era Ucker. Carinhoso, coeso, simpático, companheiro. Ele tinha tudo que uma mulher poderia querer em parceiro e ainda era bem forte e gato.

Decidi então começar meu "Projeto Ucker " imediatamente.

_ Bebê como vai? Disse ao entrar no set de gravação.

_ Vou bem bebê. Respondeu ele com um sorriso largo.

_ Estava pensando ... Depois das gravações, poderíamos sair pra sei lá, jantar ou dançar. A tempos não faço algo diferente.

Ucker: _ Nossa! Estou na mesma situação. Podemos chamar, Dulce e Poncho. Maite e Christian. O que acha?


Anahí: _ Ai bebe, porque faz isso comigo. Pensei em irmos nos dois apenas. Dulce e Poncho namoram e eu não tô afim de segurar vela. Eu amo Chris, mas ele havia me dito que essa semana estaria se mudando e não poderia sair e quanto a Maite, não gosto muito dela. Nariz super em pé.  

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