dois;

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Aviso de possível gatilho: abuso psicológico, violência.

- Então... você não tá bravo?

- Não, não estou. Fui errado dessa vez, amor, perdão. - Ikuya suspirou pesadamente. - Não me estresse mais daquele jeito, por favor.

- Não vou, desculpa. - Ikuya sorriu, te dando um beijo na testa. - Eu preciso ir, ok? Sua aula já começou, melhor ir também.

- Sim, tô indo também.

Ele sorriu, te dando um breve selinho e se virando, sumindo do seu campo de visão. Você se sentia aliviada por ele ter pedido desculpas, ficou feliz que ele reconheceu o erro, pelo menos dessa vez. Você arrumou sua bolsa nos ombros, tomando seu caminho até a sala de aula mais uma vez.

As aulas se passaram normais, você não conseguiu prestar muita atenção, olhava o celular praticamente de segundo a segundo, era inevitável, você nunca sabia se Ikuya ia mandar algo ou não e o moreno não gostava quando você demorava pra responder. Mas no fim, ele não tinha mandado nada demais, só avisando que já tinha ido pra casa e não teria como te levar embora hoje, você respondeu que não tinha problemas, que pegaria carona com Izumi.

Já na última aula, faltando apenas dez minutos pra acabar, alguns membros do conselho entraram na sua sala, incluindo Atsumu. Tinha um garoto moreno de máscara, você não se lembrava dele e um outro menor, com os cabelos bagunçados e ruivos. Eles se apresentaram como Kiyomi Sakusa e Shouyo Hinata, você já tinha escutado falar deles, afinal, não tinha como não escutar, já que eram todos do conselho. Você não prestou atenção em nadinha do que o Miya dizia, mas o olhou incrédula quando ele disse;

- E como sabem, nossa política é de tolerância zero a qualquer tipo de agressão, se souberem de alguma coisa, por favor, peço que digam a alguém do conselho. - ele disse cada palavra olhando diretamente pra você.

O sinal do fim das aulas ecoou pela faculdade, fazendo os três garotos saírem da sala. Você juntou suas coisas rapidamente, saindo da sala e vendo Atsumu conversando com uma garota aleatória. Você não se importou, só passou por ele e puxou seu braço, o levando pra longe dali.

- Ela ia me dar o número dela se você não sabe, podia esperar um pouco, não?

- Não. - você o olhou nervosa. - Você é louco de falar aquilo? Eu realmente espero que tenha sido só na minha sala.

- Na verdade não, ficamos o dia todo passando de sala em sala, é bem chat...

- DE SALA EM SALA? - você bradou, atraindo alguns olhares. - Você é louco, Miya? Se Ikuya achar que eu contei pra alguém, e-ele...

- Ele o que? Te bate? - Atsumu te encarou com um sorriso ardiloso no rosto.

- Ele não fez nada e nem vai fazer, por favor, não faça uma tempestade em um copo d'água.

- Apenas fazendo o meu trabalho. - você odiava o sorriso sarcástico que Miya tinha nos lábios e não o desfazia um segundo que fosse. - Espero que você se toque antes de se machucar. - ele deu dois tapinhas no topo da sua cabeça, te deixando ainda mais irritada. - Até... qualquer dia, [Nome].

Você o encarou e o viu andar até a garota que conversava antes. Você logo percebeu que era uma amiga de Ikuya, estremeceu quando viu a garota, mas ela não te olhava, então parecia não ter notado, pelo menos, você esperava que não. Você foi até o andar do curso de Izumi, se encontrando com a garota.

Ela te levou embora e vocês não conversaram sobre seu namoro, o que te deixou aliviada. Conversaram sobre o dia e o que iriam fazer no fim de semana, você provavelmente não faria nada que não incluísse Ikuya, mas já era costumeiro.

- Vai ter uma festa sábado. Não vai ser grande coisa, vai ser uma festa do conselho.

- Do conselho? Tá brincando? Como a gente vai entrar nessa festa, Izumi?

- Oika-chan não te contou? - você negou. - Ele entrou pro conselho, [Nome]. Ontem, pra ser mais específica.

- Ele não me disse. - você suspirou. - Eu tenho sido uma péssima amiga, não tenho? Mal dou atenção pra vocês. - Izumi assentiu, te encarando com as sobrancelhas arqueadas. - Eu vou então, preciso passar mais tempo com vocês.

- Isso, deixa aquele garoto te esperando um pouco, não custa nada. Até amanhã.

- Até, Izumi! Obrigada.

Ela sorriu em resposta, te assistindo sair do carro. Você entrou na sua casa, morava sozinha desde que entrou na faculdade, segundo seus pais, ele queriam te fazer mais independência e você não reclamou disso, pelo contrário, apoiou a ideia na hora. Sua mãe sempre cuidou de você normalmente, mas você nunca teve muito contato com seu pai e ele não era um dos mais carinhosos, sempre foi distante, mesmo se estivesse sentado na sua frente.

Você se assustou ao entrar, vendo que todas as luzes estavam acesas e a porta pro quintal estava aberta. Você andou receosamente até lá, pensando se chamava ou não a polícia, mas logo lembrou que Ikuya tinha a chave. Ao ir pro lado de fora, viu o garoto fumando um cigarro sentado em uma das cadeiras que tinham no pequeno jardim.

- Ikuya! Não sabia que vinha. - você se aproximou, com um sorriso no rosto. O mesmo se desfez quando a expressão que você bem conhecia estava estampada no rosto do moreno.

- Atsumu Miya, uh? - ele apagou o cigarro na mesa, o jogando em qualquer lugar. - Seu gosto decaiu mais do que eu achei.

- O q-que? Eu nem conheço ele.

- Não me chame de burro assim. Você o agarra pelo braço no meio do corredor mas diz que não o conhece?

- Não foi nada demais, eu só precisava resolver um negócio com ele e...

- Que se foda, eu não quero saber o que você precisa ou não. - ele se levantou, ficando cara a cara com você. Você engoliu seco, sentindo seus olhos arderem ao lacrimejarem. - Estamos acabados, eu não quero mais saber de você. - ele ameaçou sair, mas você ficou na frente antes, impedindo a passagem.

- Por favor, acredita em mim, eu e ele só estávamos c-conversando e el..

- Conversando?! - ele praticamente gritou, agarrando seu pescoço. - Você se acha interessante o suficiente pra algum cara querer só conversar com você?

- T-tá... machucando. - você disse com a voz falha, sentindo as lágrimas molharem seu rosto.

- Céus, você já está chorando. - ele te olhou com desdém. - Deixe-me te dizer algo, ok? - a mão direita no seu pescoço te apertava cada vez mais. - Qualquer cara que diga que está interessado é você, além de te foder, é mentira. Tenho nojo de você, não se aproxime mais de mim.

Ele te largou, fazendo você cair no chão e tossir desesperadamente pela falta de ar. Ikuya foi embora, sem dizer mais nada. Você ficou sozinha, de joelhos no chão, soluçando e completamente em lágrimas.









N/A - eu acho que vocês já perceberam que eu uso bastante trecho de música e/ou série/filme, né? adjanjdnjfds Euphoria é minha série favorita e eu pego bastante coisa de lá - como a fala do arrombado ali -, por favor, assistam!!! Espero que estejam gostando, até o próximo sz

𝐂𝐇𝐀𝐎𝐓𝐈𝐂, miya atsumuOnde histórias criam vida. Descubra agora