vinte;

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— Ei, ei, calma. – Hajime disse manso, segurando no braço do amigo. – Que tal pararmos por cinco minutos?

— Tudo bem. – respondeu ofegante, tirando as luvas. – Não está adiantando de qualquer maneira.

Iwaizumi ficou sabendo por Oikawa que Atsumu havia terminado com você, então chamou o loiro para treinar com ele na academia da faculdade, mas o Miya estava a mais de vinte minutos socando o saco de pancadas, Hajime conseguia ver que ele precisava disso. Não era tão próximo dele como Sakusa era, mas o suficiente para saber que Atsumu realmente gostava de você e estava em um péssimo lugar agora.

Ambos se sentaram no chão, bebendo em suas garrafas de água e encarando a academia vazia devido ao horário, já se passava pouco mais de nove da noite, todos já haviam ido para suas respectivas casas. O silêncio foi quebrado quando a porta da academia se abriu, Atsumu se surpreendeu ao ver Osamu.

— Eu conheço essa cara e você não vai se desculpar comigo. – apontou para o irmão, dando mais um gole na garrafa.

— Vou sim! – se aproximou, sentando-se na frente dos dois. – Eu dei um soco na sua cara, preciso me desculpar por isso.

— Oh, então isso não foi Ikuya? Foi Samu? – Iwaizumi apontou para a bochecha ainda inchada de Atsumu, dando risada. – Pelo menos foi um bom soco.

— É, foi ótimo, dói até agora. – resmungou. – Eu fodi sua relação com nosso pai, eu mereci o soco e... Todo o resto.

— Você precisa parar de se culpar por tudo. Eu concordei em fazermos festa lá em casa também, não é como se você tivesse feito tudo sozinho. Me desculpe, Tsumu.

— Tudo bem, Samu. – sorriu pequeno ao dizer. – O que acham de nós três irmos pra algum bar e beber tudo o que conseguirmos?

— Vocês dois precisam de um banho antes, mas sim, eu espero no carro. – se levantou, voltando de onde veio.

Os dois tomaram banho no vestiário, Atsumu vestiu a única roupa que havia trago, calças pretas e uma blusa de gola alta da mesma cor. Entraram em seus respectivos carros, indo um atrás do outro até o bar que sempre costumavam ir depois das aulas. Alguns alunos da faculdade estavam ali, os três os cumprimentaram, sentando-se em uma das mesas.

Algumas rodadas de cerveja depois, já estavam levemente alterados, falando algumas bobagens e rindo atoa, Atsumu sentia-se leve, por mais que ele não conseguisse parar de pensar em você – grande parte de querer beber -, estava feliz que seu irmão já não estava mais bravo com ele.

— Você deveria ligar pra ela. – Osamu aconselhou, dando um gole na cerveja.

— Péssima ideia, vocês acabaram de terminar, se você ligar pra ela, só vai a deixar ainda mais confusa.

— Ok, talvez Iwa tenha um ponto. – concordou, encarando o irmão. – Mas você não pode deixar isso pra lá, vocês tem que se resolver!

— Tooru está com ela agora? – perguntou à Hajime.

— Talvez, ele me disse que passaria na casa dela. Quer que eu ligue pra ele?

Os três se entreolharam, dando de ombro e Atsumu assentiu, fazendo Hajime pegar o celular do bolso e ligar para o namorado. Sentia-se um adolescente, borboletas na barriga que ele nem sabia que ainda existiam se manifestaram mais uma vez, ficando ansioso a cada toque do celular.

— Iwa, eu estou em uma situação delicada com duas garotas, uma foi largada e a outra está no banheiro chorando tem duas horas, então o que você quer?

— Boa noite, amor. – disse com a voz embargada pela bebida. – Quero saber da [Nome], estou com uma coisa que eu acho que ela quer de volta.

— Se for o merda do Atsumu, mande ele tomar no cu por mim.

— Ele mandou você tomar no cu. – avisou, Osamu gargalhou em seguida, mas segurou a risada ao ver a expressão nada divertida do irmão.

— Justo. Mereço. – suspirou, virando o resto de cerveja do copo. – Desliga, foi uma péssima ideia.

— Não, quieto. – colocou o indicador na boca do loiro, Atsumu fez uma careta. – Como ela está, Oikawa? – perguntou, colocando no viva-voz.

— Ela está bem e... Vocês estão em um bar? É terça-feira! Enfim, não importa. Ela está bem, digo... Age como se não tivesse acontecido nada.

— Primeiro estagio: negação. – Osamu disse, Atsumu revirou os olhos.

— Ela quer me ver, Tooru?

— Não sei, eu tentei falar com ela sobre você, fui rudemente ignorado. Mas é claro que ela quer te ver, você terminou com ela por coisa pouca, seu imbecil.

— Não foi por pouca coisa, eu só não sabia o que fazer.

— Não é justificativa pra fazer merda. Ela está bem, só a contate quando você tiver certeza do que quer porque ela realmente não precisa de indecisão na vida dela, até mais, Atsumu. – disse por fim, encerrando a ligação.

— Sabe o que a gente tem que fazer pra você ficar melhor? – Osamu perguntou, chamando a atenção do irmão. – Beber mais.

— Concordo.

— Ótimo, peçam mais uma rodada então. – deu de ombros, Iwaizumi chamou um dos garçons em seguida.

Você realmente não sabia como lidar com a situação, sempre teve uma conexão de outro mundo com Atsumu e agora que tudo estava acabado era tão estranho, como se algo faltasse dentro de você. Comia um pote de sorvete sozinha no sofá da sua sala, enquanto Oikawa tentava tirar Izumi do banheiro.

Ela chegou em prantos, dizendo que tinha brigado com o namorado – o qual você nem sabia que existia – e não havia saído do banheiro desde então. Mas você não estava tão afim de lidar com o drama dela, então apenas ficou quieta.

— Desculpem. – ela disse assim que saiu, com os olhos inchados e o nariz vermelho. – Não conseguia parar de chorar e eu fico horrorosa quando choro.

— Tem razão. – Oikawa concordou, guiando a amiga até a sala e a colocando sentada do seu lado. – Vamos todos dormir aqui hoje, como nos velhos tempos, isso vai animar vocês, vou pedir algo pra comermos.

— Quem era no telefone? – você perguntou, sem muita importância para o que ele disse antes.

— Hajime e os Miya.

— O que eles queriam?

— Saber de você. – respondeu sincero, sentando-se em uma poltrona e começando a pedir comida pelo aplicativo. – Eu disse que estava bem e que não era pra te perturbar até achar rumo na vida.

— Obrigada. – riu baixo, dando uma colherada no sorvete. – Eu não quero pensar nele, podemos fazer alguma coisa?

— Comer e ver filme até dormir.

— Ótima ideia! – Izumi comentou.

E foram o que fizeram até de madrugada, colocaram colchões no chão da sala, alguns filmes depois, dormiam largados, ainda com a TV ligada. Você acordou com batidas na porta, estranhando pelo o horário, se levantou devagar, sem fazer barulho e foi até a mesma, olhando pelo o olho mágico, arregalando os olhos ao ver Ikuya ali.

— Izumi! – ele gritou, estava claramente bêbado. – Eu sei que você está ai, vamos conversar, por favor!

Você ficou sem reação por alguns segundos, dando alguns passos para trás e se virando, vendo a garota parada ali, com a feição assustada.

— Eu posso explicar, [Nome]. 

𝐂𝐇𝐀𝐎𝐓𝐈𝐂, miya atsumuOnde histórias criam vida. Descubra agora