24. A new doll

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Aviso: conteúdo possivelmente perturbador [+16]

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As coisas andavam boas.

Com o pé, empurro o balde de tinta cor de ameixa para o lado enquanto dou dois passos para trás e analiso o resultado do quarto.

Foi um semana longa e cansativa, mesmo se eu me esforçar não consigo lembrar de tudo o que aconteceu. Consigo visualizar flashes de lojas de construção onde comprei diversas ferramentas que agora estão empilhadas no porão e um armazém que vendia diversas tintas de parede. Lembro de me dirigir confiante até as tintas amarelas e alaranjadas, aquelas cores gritavam a personalidade de Taehyung e ainda me deixavam nostálgico com a vibe verão que ele passou assim que chegou em Daegu.

Lembro também de ficar confuso em que cor levar para o quarto de Jennie. Mas então meus olhos bateram no roxo, a cor dos hematomas. A cor do rosto do meu pai enquanto balançava suavemente com uma corda ao redor de seu pescoço. Eu soube que tinha que ser aquela cor, eu a odiava, mas parecia ser uma forma de fechar um livro nojento que eu nunca mais queria ler. Infelizmente, minha vida não é um livro, não posso apenas arrancar as páginas que não quero mais lembrar.

Parecia ser um gesto desafiador, até mesmo rebelde, gostei da sensação que me deu, como se eu tivesse reinvidicando a cor para novos significados e propósitos. Roxo agora significava a cor do quarto de Jennie, junto com a cor de sua fruta favorita, a ameixa.

A janela do quarto estava aberta e a luz amarelada do sol reivindicava cada espaço do cômodo que começava a se formar. Seguro o balde de tinta e deixo o quarto, o som baixo da televisão chega aos meus ouvidos, outro leilão de jóias, imagino.

A porta do quarto de Jisoo está fechada, a de Namjoon e Hoseok também. Desço as escadas e espio a cozinha, Jin hyung continua em frente ao fogão. Imagino que uma hora terei que falar com ele, mas ainda não sei bem o que quero dizer, portanto, eu apenas o ignoro e abro a porta que me leva até o porão.

Ligo a luz do cômodo e coloco o balde de tinta no chão. A maca e os lençóis em cima dela estão empoeirados, o que me faz lembrar que preciso trazer tecidos novos para forrá-la antes de colocar Jennie deitada no móvel. A cadeira de rodas está ao lado da cama forrada com um lençol branco, puxo o pano e checo as algemas que ficam no braço da cadeira. Abro elas e as fecho duas vezes só para ter certeza de que estão funcionando corretamente. Faço o mesmo com as algemas da maca.

Confiro os desinfetantes e germicidas que estão bem lacrados em frascos na estante no canto da parede. Ligo a máquina que bombeia o sangue para fora do corpo e fico aliviado ao ouvir seu som normal de funcionamento. Confiro todas as ferramentas cirúrgicas que já estão esterelizadas dentro de saquinhos plásticos.

Pego uma agulha e a mergulho dentro de um tranquilizante, tirando a quantidade suficiente para fazer Jennie dormir todo o caminho, tampo com cuidado e coloco no bolso. Por precaução, encho mais uma. Minhas mãos tremem quando seguro a prancheta que informa todos os horários de saída de Jennie do hospital. Apesar da minha respiração entrecortada, uma risada borbulha dentro da minha garganta, eu a prendo, mas ainda assim um sorriso escapa, preenchendo meu rosto e se alargando até minhas bochechas ficarem doloridas.

ᴅᴏʟʟʜᴏᴜsᴇ | ᴋᴛʜ + ᴍʏɢOnde histórias criam vida. Descubra agora