Em Meio à Flores 『CHAELISA』

36. Princesa Lilli.

E lá estavam Chaeyoung e Lisa após o trabalho de frente a casa da Park mais velha. A loira ainda sentia receio em conversar com sua irmã após tudo o que aconteceu, e sinceramente, já fazia muito tempo desde a última vez que ao menos se olharam.

Chaeyoung sentia falta do carinho e apoio de Alice, antes e acima de tudo que aconteceu, ainda era sua primeira e única irmã. A única que lhe apoiou de verdade quando ao menos cogitou a ideia de estar apaixonada por Lisa, foi quem esteve ali quando a mais nova fora embora, mesmo que a causa de tudo isso fosse Alice. Ela ainda era sua única família.

Lalisa se aproximou da campainha e a tocou, logo escutaram um "já estou indo" vindo de dentro da casa, foi quando as mãos da neozelandesa começaram a soar frias, nem mesmo o abraço ladino de Lisa acalmava seus nervos.

A porta fora aberta por uma Alice com os cabelos devidamente trançados e Ella em seu colo com a cabeça apoiada no ombro enquanto fazia um carinho com as pequenas mãozinhas no rosto da mãe, era o suficiente para fazer qualquer pessoa se derreter.
A mulher ficou sem palavras ao ver Chaeyoung e Lisa juntas, abrindo a boca várias vezes para falar, mas nada saía.

— Podemos entrar? — a Park sussurrou recebendo uma afirmação minutos depois. Ella notou sua tia e pulou em seu colo num abraço apertado. Ou como ela dizia: um abraço dos ursinhos carinhosos. — Ei, minha pequenininha!

— Tia, eu fiquei com saudades! — olhou para Chaeyoung com os olhos levemente marejados.

— Não, não, não chora pequena Mulan. — sorriu. — Em vez disso, por que você não aproveita que eu e a princesa Lilli estamos aqui e se arruma para irmos dar uma voltinha, em?

A pequena garotinha assentiu animada com um largo sorriso no rosto, se virando para sua mãe que não demorou três minutos para ceder, e então a observaram subir as escadas o mais rápido que podia. Lisa foi em seguida para ajudá-la, uma vez que ela ainda era nova demais para banhos sozinhas, poderia ser perigoso.

O silêncio se instalou na sala, tanto Alice quanto Chaeyoung não falavam nada, ambas tinham o maldito receio. Alice de machucar mais sua irmã e Roseanne de dizer coisas nada desejadas a mais velha.

Mas não foi preciso muito tempo antes de se encararem e, em uníssono, dizerem algo que estava entalado:

— Me desculpa!

— Me desculpa! — voltaram a se encarar, desta vez sorrindo minimamente. — Eu não estava entendendo bem a situação, então, me desculpe. Achei que as coisas com nossa mãe não estavam bem então... sabia que não iria agir, então eu fiz isso por você.

— Eu aprendi a entender isto. — respondeu sincera. — E peço desculpas por não estar te entendendo, você só quis meu bem.

— Mas fiz da maneira errada.

— É, fez. — riu sem graça. — Mas agora está tudo bem. — levantou-se esticando os braços para Alice. — Sem mais brigas?

— Sem mais brigas. — descansou os braços no ombro de Chaeyoung em um abraço que queria receber há muito tempo, um abraço de perdão. Era reconfortante. — Posso lhe contar uma coisinha? — a neozelandesa assentiu. — Mamãe ligou.

A loira congelou. O que Hayun queria desta vez?

— E então?

— Não aconteceu nada demais. Ela perguntou como você e Ella estavam, me pediu para se desculpar com você e que ela não poderá nos visitar tão cedo.

— Ah, certo... Tudo bem então, achei que...

— Não, ela não vai voltar. — sorriu reconfortante. — Isso me lembra quando ela te matriculou em uma escola lá em Busan, foi quando você pediu para adiantar a viagem.