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Ela estava sentada no banco daquela praça, se lembrando dos melhores momentos que um dia teve.

Eram jovens talvez um pouco inconsequentes, mas ainda sim se amavam de verdade.

É uma pena, que as vezes nem todo amor que sentimos parece ser o suficiente.

A menina que estava ao seu lado não para de falar sobre si, o que a deixava muito irritada. Era morena com a pele pálida, olhos arredondados, uma boca fina, mas bem desenhada, com um corpo muito bonito também. Mas não era a visão que ela queria ter. Aquela moça não era igual a ela.

Nenhuma nunca seria. E acreditem, não foi falta de procura. Já havia saído com várias pessoas, mas nunca, nenhum toque de mãos fez seu estômago ter borboletas levantando vôo, sua mão suando frio ou seu coração ficando como um louco descompassado.

Nenhum olhar foi aquele que ela tanto amava, que que a olhava com tanta ternura e carinho.
Nenhum sorriso a fazia sorrir automaticamente de volta.

No entanto, odiava pensar assim. Ela foi muito machucada, ferida demais.

Tudo foi uma linda mentira.

Um belo conto de fadas, que teve suas páginas onde haviam o possível final feliz, arrancadas.
Ou então fosse realmente um drama, onde tinha que acabar assim.

E mesmo assim, com todas as feridas e o rancor guardado em seu peito, ela não conseguia deixar de comparar. Ninguém nunca seria tão seu amor quanto ela.



Narrador

Já estava tudo mais que planejado.
Ela iria comprar alguma coisa para simbolizar a união das duas. Não seriam os famosos anéis de compromisso, para não levantarem tantas suspeitas assim com os pais da sua namorada.
Era domingo e ela estava pensando desde do fim da noite anterior, em como presentear sua pequena.

Perdida em seus pensamentos, com uma xícara de café em sua mão, não reparou sua mãe chegar na porta da cozinha a observando com carinho e curiosidade.

_No que você tanto está pensando, filha? - Selma pergunta com um tom de voz ameno.

Ela queria contar para sua mãe sobre o motivo de seus sorrisos mais fortes. E ela poderia contar. Não tinha mal algum, sua mãe entenderia.

_Sabe mãe... - começa a fazer círculos com os dedos na sua xícara - eu conheci alguém...

_A Carol, não é? - ela fala dando um sorriso para a sua filha.

Day sofreu muito consigo mesma por se esconder por tanto tempo. No começo foi difícil para Selma, mas nada era maior do que o amor pela sua filha. Elas estavam juntas nessa vida, não a deixaria no sereno nunca. E tudo que ela queria era lhe dar apoio, mostrar a sua filha que ela estaria ali em todos os momentos. Poderia se passar todos os anos, mas ela nunca deixaria de ser seu bebê.
E ela iria a proteger até seu último minuto, com unhas e dentes.

_É, é ela sim - Day fala e um sorriso involuntário se abre em sua boca, mas um sombra toma conta de seu olhar.

_Qual o problema filha? Aconteceu algo com vocês duas? - Selma pergunta, observando o olhar de sua filha.

_Os pais da Carol mãe... Eles não sabem. E pelo que vi, e pelo o que a Carol fala, eles não aceitariam. - ela diz, com o olhar cabisbaixo. - eu queria andar com ela sem medo dos pais dela descobrirem sabe? Nós estamos tão bem, mas parece que nunca vamos ficar 100% por causa disso.

Day se permite desabafar com sua mãe. Ela estava tão feliz, mas tinha tanto medo. Era uma questão de tempo até as coisas começarem a desabar sobre suas cabeças e elas ficassem sufocadas por tudo.

My Dear Confidant - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora