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Pov Caroline

Olho ao meu redor e só vejo rostos desconhecidos por mim, mas acho melhor assim, nessa situação não sou obrigada a interagir em exagero por pura educação. Nunca fui, mas esse mundo para bem ou para mal é feito de aparências e quero sempre evitar dores de cabeça.

Cheguei em São Paulo tem uma semana e hoje é meu primeiro dia de aula.

Convencer meus pais de que queria me mudar foi até que fácil, tenho minhas táticas. Disse que era para fins da minha educação e venho comentando sobre isso a um bom tempo. Nesses quesitos eles não medem esforços para me dar o melhor e eu sempre me esforcei muito para conquistar essa confiança.
Como já estávamos com esse assunto em pauta a um tempo, não foi difícil arrumar a casa nova e a escola.

Eu realmente estava bem preparada para a minha fuga arquitetada, me ironizo.

Pego o ônibus agindo bastante no automático sem aquela empolgação que as pessoas dizem serem clássicas de coisas novas.

Depois de uns trinta minutos chego no meu destino. Não sou boa com essas coisas, preciso me preparar melhor. Meu percurso iria durar tranquilos dez minutos mas com a minha admirável maestria de pegar transporte público, consegui me embicar em dois pontos que claramente não eram o que eu deveria estar.

Que ótimo jeito de começar algo pela primeira vez, penso comigo. Meu humor acaba de azedar e já tenho a certeza de que aquele dia não vai ser como eu gostaria que fosse:
apático.

Saio do ônibus um pouco receosa, nada muito sério e vou em direção aos portões.

A escola é um ambiente calmo e tranquilo, tenho a impressão que me darei bem com esse silêncio que era uma das coisas que estava à procura e ainda bem que não falhei na pesquisa.

Vou andando pelos corredores bem devagar, captando os detalhes daquele lugar.Observo a quadra e quase me perco nna volta infinita pelos corredores.
Passo pela biblioteca e vejo a infinidade de opções disponíveis naquele lugar relativamente pequeno. Tinha cara de aconchego.
Olho a movimentação jnterna da cantina ainda fechada e dou um leve sorriso. As pessoas ali dentro parecem pequenos minions de longe. Eu amo minions.

Vou na diretoria, pego meus horários e qual seria minha sala e vou em busca do lugar próximo ao número indicado com a maior manada de adolescentes presentes, com essas características poucas porém precisas, consigo me identificar.

O primeiro horário é química, já fico um pouco mais feliz por ser minha matéria favorita. Entro na sala de aula e procuro rapidamente com os olhos as carteiras que estão desocupadas no fundo da sala, não quero chamar atenção pra mim, é bem na realidade a última coisa que desejo.

Cheguei um pouco antes do horário por não saber como que funciona a dinâmica da escola, então fico sentada em minha carteira esperando dar o sinal.

Quando o sinal toca, olho para porta para os rostos que agora eu vou ter que me familiarizar. Não vejo nada de muito interessante, alguns amigos interagindo, alguns outros guardando seus fones conforme vão entrando na sala.

Até que meu mundo para por alguns milésimos.

Meu coração erra um instante parecendo que vai falhar e me fazer passar vergonha no meu primeiro dia. Sinto meu estômago ficando gelado e minha boca seca, com certeza meus olhos estão levemente arregalados.
Que sensação horrenda mas que garota mais linda. Ela está conversando com seus amigos também bem bonitos também, diga-se de passagem, mas ela, meu Deus...
Seus olhos se encaminham diretamente oara os meus e mais rápido do que sabia que conseguia fazer, desvio o olhar e pego um lápis na tentativa deprimente de disfarçar.

Paro para pensar no que estou sentindo, e me policio quase que imediatamente. Porque eu achei ela tão... tão? Porque eu estou tentando ajeitar minha postura e cabelo antes que ela perceba? E ei ,espera aí, porque eu estou sentido atração por ela?

Pov Dayane

hey estranho, vamos lá, seja bem vindo ao meu mundo mas não se sinta tão a vontade assim, você pode fazer bagunças.
Não ache que somos melhores amigos porque demos algumas risadas juntos, isso não é verdade. Somos desconhecidos que se dão bem, e acho que já é um começo não é?

Voltando para escola novamente, segundo ano do ensino médio. Algo me diz que esse ano pode ser diferente, mais divertido.
Tenho sede de viver, sede de aventuras mas as vezes tenho medo das coisas que quero viver e sentir. Mas o medo, quase nunca nunca me impediu de fazer o que eu quero e ser feliz. Se eu estou com medo eu vou com medo mesmo e tento ser assim todos os dias.

Tenho poucas pessoas ao meu redor, mas as que tenho são as melhores que eu nem sequer poderia imaginar. São meus irmãos que a vida me deu e amo ter essa galera junto de mim, não abro mão disso. Tenho um sério defeito, não consigo e nem gosto de me abrir, são poucas as pessoas com quem fiz isso, mas tudo bem já faz parte de mim mesmo que eu admito não gostar, gosto menos ainda da ideia de deixar se ser assim.

Estou indo para a aula hoje, nada de muito empolgante mas quem sabe algo aconteça, nunca se sabe.

Ando por dois quarteirões sozinha, e encontro com meu amigo Victor, mas como ele mesmo disse esses dias, quer ser chamado de Vitão. Ele é um cara alto, com um cabelo de dar inveja e sempre muito sorridente, um menino de coração de ouro.
Não tenho medo de dizer que tenho sorte de ter o mesmo comigo.

_ Maninha, bom dia - ele diz com sua empolgação matinal que sinceramente, não sei de onde ele tira - pronta para mais um dia de tédio? - faz um "soquinho" leve no meu braço que eu devolvo prontamente.

_ Oi mano, bom dia - digo com um sorriso leve - e não, nem um pouco empolgada para a escola mas quem sabe a vida faz a boa - falo com uma risada um pouco triste.

_ Ânimo maninha a vida é bela - ele diz rindo da minha cara de tédio - quem sabe hoje o dia te surpreende.

"Duvido muito" pensei. Mas não quero contrariar meu amigo com excesso de felicidade então só lhe dou um sorriso leve. Respiro da forma mais terapêutica que consigo enquanto vamos caminhando pelas ruas.

Chego na escola e nada de muito novo está presente, vejo Dreicon, Bruno, Thay, Nath e Elana. Eu e Vitão vamos ao encontro dos nossos amigos para seguirmos para a sala de aula no nosso primeiro horário de hoje. O sinal toca e nós vamos andando calmamente para a sala, conversando um pouco sobre o fim de semana nada produtivo que tivemos.

Entro na sala sorrindo, por alguma besteira que a Elana disse e me encaminho para o final da sala já que me sento nas carteiras mais ao fundo mas, antes de concluir meu objetivo final, meus olhos se perdem um pouco.

Uma menina ruiva sentada ao canto está bem quieta, tenho a impressão de que não quer ser notada... seus olhos estavam focados em mim mas, agora que olhei de volta, começou a rabiscar freneticamente alguma coisa em seu caderno. Suas bochechas estão um pouco vermelhas olhando para o caderno e eu, estou a olhando um pouco perdida.

_ Fecha a boca se não a baba vai nos fazer escorregar, Dayane - Thay diz em meio aos seus risos debochados e eu nada te respondo, estou mesmo meio intimidada.

Essa é sem dúvida alguma a menina mais linda que eu já vi.
Realmente, o dia me surpreendeu e ele mal começou.




Beijo crianças, até o próximo cap.
Comentem e votem, por favorzinho!

My Dear Confidant - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora