My Dear Confidant - Dayrol

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Pov Caroline

Chego em casa e vou direto para o chuveiro para conseguir descarregar um pouco do peso que está nas minhas costas, estou definidamente exausta.

Coloco uma roupa fresca com uma blusinha com mangas cumpridas e vou para a sala, já que meus pais estão ali vendo a televisão. Meu irmão Renan, está estudando em uma cidade próxima mas foi morar com os amigos, já que ele está na faculdade e "a procura de experiências novas maninha", palavras do próprio.

Sinto falta dele por perto, ele contava piadas ruins e dava risada dos erros bobos juntos comigo. Pelo menos ele eu posso ver quando quiser... fico um pouco pra baixo com esse pensamento, mas logo jogo ele para longe e vou em direção meus pais.

_Oi filha, boa tarde! - meu pai me cumprimenta pela primeira vez no dia, já que ele trabalha a noite, e chega somente de manhã, quando já estou na escola - como foi o primeiro dia de aula? Fez algum colega?

_Oi pai, boa tarde. - digo a ele um olhar e um tom de voz que julgo ser carinhoso já que não sou muito boa com demonstrações afetivas - o dia foi normal, mas conversei com algumas pessoas acho que podem vir a ser meus colegas sim.

_Que bom que teve essa impressão filha, dê chance a novas amizades eles podem ser legais - minha mãe me fala com um olhar afetuoso que me abala momentaneamente, vendo que ela acha a filha sozinha demais.

Eles sabem bem que não sou uma pessoa de muitos amigos mas  também sabem que sou um tanto quanto popular, pelo menos era na minha antiga cidade, onde todos me conheciam e falavam na maioria das vezes, coisas boas e positivas sobre mim.

Meu pai acena com a cabeça e eu aceno de volta, dando aquele assunto por encerrado.

A tarde passa rapidamente, sem acontecimentos muito grandes leio o meu livro que estou completamente viciada nos últimos dias "O misterioso caso de Styles", que posso dizer que é um livro muito bom e de um tipo de leitura que me interessa muito.

Depois de ler alguns capítulos marco a página em que parei, e pego minha mochila para fazer meus deveres e é quando aquela menina passeia nos meus pensamentos sem nenhuma pretensão. Só passa por eles, com aquele sorriso torto que me tirou de órbita por alguns segundos. Balanço minha cabeça levemente, mandando a garota do sorriso bonito para pensar com mais calma outro momento e desci as escadas, indo para a sala, onde meus pais estão sentados no sofá em frente a tevê, com um sanduíche nas mãos.

_Filha, eu deixei o seu em cima da bancada, pegue e venha se sentar com a gente! - minha mãe fala com um sorriso gentil.

Devolvo o sorriso para ela agradecendo, e pego meu lanche voltando para a minha família.

Passamos por vários canais, para assistirmos alguma coisa enquanto esperamos o horário do jornal que meu pai assiste e consequentemente eu e minha mãe assistimos também. Sagrado de todos os dias.

Paramos em um canal aleatório, e começa a passar um filme com um casal de duas garotas, elas dão um selinho inocente, aparentemente para selar algum momento importante para elas.

A cena parece incomodar meu pai que logo diz:

_Isso não é coisa que se deve passar nesses horários - diz com a voz calma porém séria, mudando rapidamente de canal - pessoas cientes de certo e errado não fazem isso. Que falta de escrúpulos.

Fico um pouco surpresa com as palavras ditas pelo meu pai, e penso um pouco antes de fazer algum comentário:

_O senhor acha isso errado? - pergunto com a voz indiferente que se tornou minha marca registrada, mas dessa vez em meu íntimo, existe alguma preocupação.