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E de repente, todos os meus escritos e canções, dos mais tristes aos mais belos, falavam sobre você...







Narrador

Saiu na ponta dos pés tomando cuidado para não ser pega de surpresa.
Naquele momento a porta parecia fazer mais barulho que o normal, e ela estava praguejando tudo o que podia por aquilo não estar com as dobradiças lubrificadas.
Estava indo de encontro com o seu porto seguro de todas as horas e agora que ela estava no meio do caos, aquilo era extremamente necessário. Tinha consciência de que era perigoso fazer aquilo ainda mais em uma cidade grande como São Paulo, mas não estava muito inclinada a pensar nisso, não no momento.
Assim que saiu de casa, começou a caminhar em passos largos e decididos para um destino certeiro.
Todas as luzes dos postes e faróis dos carros eram sua iluminação, a lua estava ofuscada pelas luzes daquela selva de pedras que é a grande metrópole.
Chegando em frente ao portão, fez uma ligação e escutou uma voz de sono do outro lado da linha:

_Amor? Tá tudo bem pra você me ligar agora?

_Tem como abrir o portão pra mim?

_Oi? - escuta ela dizendo sonolenta demais para assimilar rapidamente as coisas - como assim abrir o portão pra você?

_Eu estou aqui na sua porta... por favor, vem abrir pra mim.

Sem entender muito bem o que estava se passando, se levanta aos tropeços e vai com o passo mais silencioso que conseguiu, cuidando para não acordar os presentes na casa, e foi abrir o portão. O que ela estava fazendo ali aquela hora?
Enquanto pega a chave olha para o relógio pendurado na parede e vê que marca 01:50 da manhã. Ela estava sozinha e provavelmente sem carro... que perigo era esse? Ela estava sozinha a essas horas em uma capital? De certo ela não estava com as ideias em perfeita ordem.
Assim que abriu o portão, encontrou sua namorada um pouco desestabilizada.
Seu rosto tinha clara confusão e um pouco de desespero...

_Amor, o que aconteceu? Entra. - disse a puxando levemente pelo braço enquanto abria um bocejo.

_Eu tenho umas coisas pra te contar... - ela disse com a voz extremamente baixa.

_Vamos - disse a guiando para dentro da casa. - você quer alguma coisa?

_Água, por favor.

Day foi até a cozinha em passos silenciosos, pegar a água e logo em seguida, estendeu o copo para Caroline, que assim que respirou um pouco, lhe peguntou:

_O que tá acontecendo para você andar a pé sozinha a noite em São Paulo Caroline?

_Day... eu precisava de te ver... me desculpe por isso - respirou fundo - podemos subir?

_Vamos - disse Day um tanto quanto preocupada... o que era tão grave que ela não podia esperar o amanhecer para te visitar, ou então te mandar uma mensagem?

Assim que fechou a porta de seu quarto, começou a ter essas respostas:

_Eu já tive um namorado, você sabe disso - Day confirmou com a cabeça - e também sabe que eu terminei com ele porque eu iria me mudar para cá - Day confirmou novamente - mas ele tá vindo pra cá.

Day olhou para a garota sentada em sua cama com confusão nos olhos. Não conseguia entender bem as coisas, seu raciocínio ainda estava meio lento.

_Mas qual é o problema maior princesa? Eu não tô entendendo...

_A gente não brigou Day. Meus pais gostam dele e chamaram ele para um almoço no sábado. - deu um riso seco - eles querem "rever o genro deles" - disse fazendo aspas com as mãos. - para eles, a gente vai voltar a namorar, e o Daniel também acha isso aparentemente.
Eu não sei o que fazer... como que eu não vou voltar com meu "ex-namorado perfeito" sem levantar mais suspeitas sendo que eles já estão desconfiados Day? O que eu vou fazer?

My Dear Confidant - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora