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Alguns esclarecimentos no final do cap, espero que gostem:)

Dayane

Era um dia corrido. Algumas vozes alteradas eram ouvidas através das paredes e tudo que eu queria era resolver aquilo logo. Péssimo, um dia péssimo. Minha cabeça estava a cinco passos de explodir.

_Como vai fazer Dra. Lima? - mais uma mãe desesperada com um filho que estava no lugar errado, na hora errada - consegue reverter a situação?

Eu estava construindo meu nome no mercado. Devido aos estágios que fiz, com advogados muito bem sucedidos, comecei com o pé direito em minha carreira. Estudei muito e dediquei muito do meu tempo em meus estudos.
Com muitas horas de cursinho, consegui uma ótima nota no ENEM garantindo minha vaga na USP, deixando o meu currículo ainda melhor. Ainda sou jovem, tenho vinte e seis anos e sou uma das advogadas criminalistas mais procuradas que estão em ascensão. Com quatro casos em meu nome, três haviam sido ganhos com sucesso, e o quarto, está em andamento agora. O caso era de um suposto assassinato. A mãe do menino que estava sendo julgado estava desesperada, e não era de se esperar menos.
Com ajuda dos peritos, algumas testemunhas e minha incrível postura em um tribunal, modéstia parte, eu vou conseguir.

_Eu vou dar o meu melhor naquele tribunal Sra.Torres, não se preocupe. Seu filho está em boas mãos. - disse com o tom sério e apertei a mão de minha cliente.

Os seguranças já estavam se encaminhando para o tribunal com o menino, Danilo Torres, um mauricinho de São Paulo.
Apesar de não ter feito nada, tinha contaminado a cena do crime.

Ele viu o corpo da namorada caído ao pé da escada, ensanguentado e sem vida, e em uma ato de desespero encostou no corpo e pisou na poça de sangue, se tornando o principal suspeito.
O ocorrido havia acontecido em Campinas, o lugar que ficava a casa da vítima.
Tudo tinha como ser provado. A menina tinha problemas de saúde, e de acordo com o laudo da perícia ela tinha sofrido um ataque cardíaco e como a escadaria era muito grande, acabou quebrando o pescoço pela forma que caiu. Não tinha marca das mãos do menino, nem de nada no corpo que poderia indicar luta pela vida ou agressão física. Absolutamente tudo eram coisas circunstanciais. E o perito iria me ajudar a descriminar meu cliente.
Não estava acostumada a trabalhar com esse laboratório mas a fama dele é impecável, somente com nomes de primeira linha.

Meu celular começa a vibrar em meu bolso e vejo o número de Bruno no visor. Peço licença a Sra.Torres e vou ver o que houve.

_Oi Bruno, tudo bem?

_Oi Day, tenho uma notícia não muito boa para você...

_O que aconteceu?

O Bruno havia se formado em direito também, e apesar de atuarmos no mesmo escritório, eramos de âmbitos diferentes, ele havia se especializado no civil.
Um profissional impecável que também estava em ascensão crescente em sua área.

_Venho te comunicar que o seu perito não pode comparecer, o laboratório acabou de ligar no escritório - me disse com uma voz de pesar.

_Como assim? - o dia realmente podia piorar - como eu vou fazer pra ganhar essa agora? - disse já com o sangue fervendo - Ele tem que comparecer, eu preciso dele aqui.

_Aparentemente ele teve um imprevisto particular de extrema urgência - escutei o telefone tocar do outro lado da linha - são eles, um minuto.

Bruno distanciou o celular para falar com o laboratório, e eu torci internamente para que fosse a confirmação de chegada do perito.

_Day?

_Fala.

_O perito que avaliou o caso pessoalmente com todos os detalhes não vai poder comparecer mas,
aparentemente tem uma perita disponível. Eles trabalharam no caso juntos, ela só precisaria ler o relatório no caminho para conseguir os poucos detalhes que ela não sabe. Coisa pouca, não iria prejudicar a audiência e o seu cliente, já que está no nome do laboratório.

My Dear Confidant - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora