Narrador
Acordou com um frio na barriga que geralmente não estava ali. Devido ao silêncio absoluto da casa, Daniel já tinha saído para levar Gustavo para a escolinha, mas nada que não tivesse na rotina, eles se encontrariam no trabalho.
O café estava pronto e tinha alguns pães na bancada. Voltou a passos lentos para o quarto, indo diretamente ao banheiro para lavar o rosto, escovar os dentes e quem sabe, se despertar de uma forma correta.
Ela sabia que estava assim por causa do evento marcado para daqui algumas horas. Pensamentos como "a gente só conversou ontem e já marcamos de nos ver?", "eu não o vejo a nove anos", "será se ele marcou isso comigo só para me esculachar?" se passavam de forma constante na mente de Caroline.Tomou um banho morno e trocou suas roupas colocando seu uniforme, passou protetor no seu rosto e foi tomar seu café.
Enquanto levava o café a sua boca, percebeu que estava no botão automático. Ela havia feito tudo o que tinha de fazer? Não se lembrava.Estralando a língua, se levantou e foi olhar sua bolsa para ver se não tinha esquecido nada. Tudo certo, ok, menos mal.
Enquanto estava no quarto pegando as chaves em cima da pequena estante, um cheiro de gás quase que imperceptível invade suas narinas. Até se dar conta de que tem algo de errado, o cheiro se intensifica e assim que esse instinto é acionado, solta:_Puta que pariu Caroline - correndo de um extremo do apartamento para o outro em uma velocidade altíssima, chega em seu fogão e fecha o registro, saindo do recinto com a respiração presa, corre para o quarto e abre a janela desesperadamente a procura de ar.
Quando se recupera desse momento caótico, fecha os olhos e respira fundo pedindo calma a todos os deuses que lhe eram conhecidos para que o dia ficasse mais tranquilo. Ela nem se lembrava de ter usado o fogão, o que ela tinha feito?
Balançou a cabeça a fim de esquecer aquilo e sem querer pensar demais, pegou suas chaves e saiu para trabalhar.Entrando em seu carro, respirou fundo e agradeceu por mais um dia, e também pediu para que o mesmo fosse mais tranquilo.
Virou as chaves e saiu pelas ruas da cidade que nunca dorme.Chegando em seu trabalho, percebeu que não tinha comprado seu capuccino mesmo estando com o horário adiantado. Foi em direção a praça de alimentação antes de subir para o laboratório.
Cumprimentou todos os seus colegas de trabalho no caminho, já sentindo seu ânimo melhorar um pouco pelo fato de estar no seu trabalho. Ela amava aquilo, era sua paixão, não saberia o que fazer se isso tivesse dado errado, provavelmente seria mais triste que o normal e muito frustrada. Mas bom, isso não vem ao caso.Toma seu capuccino e sobe para o laboratório, colocando seu jaleco e suas proteções. Daniel já estava na bancada.
_Bom dia amigo - disse alto, enquanto ia colocar sua mochila em seu armário que ficava na sala ao lado.
_Bom dia, amor - Daniel disse - tudo bem?
_Tudo sim, o caminho foi ok.
_Tá nervosa por qual motivo?
_Quem disse que eu tô nervosa?
_Você tá?
_Talvez um pouco.
_Fala sério, eu te conheço.
Ele conseguia ser bem insuportável quando queria mas enfim, ele era seu amigo, seu irmão.
_Você sabe porque eu tô nevosa - disse colocando as luvas - horário do almoço é logo ali né - disse engolindo seco.
_Carol, relaxa - Daniel disse - vai ser maravilhoso, lembra, vocês eram grudados.
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My Dear Confidant - Dayrol
Romansa[FANFIC 16+] Caroline era uma jovem que já não sentia muitas esperanças em ter um final feliz. Afinal eles só existem em contos de fadas e estamos fadados a viver nessa triste realidade onde finais felizes não existem, onde romances verdadeiros são...