O espelho, a espada e o escudo | SNS

O Escudo - Parte Final

O País do Fogo nunca mais foi o mesmo depois daquela guerra. Nunca mais uma criança passou fome por tirania do estado, e quando acabou o reinado de Kurama e Izuna, a população estava pronta para fazer uma coisa que anos antes ele jamais saberiam fazer: votar.

É preciso voltar, no entanto, para explicar como aqueles anos se desenrolaram.

Kurama e Izuna nunca se casaram, fisicamente, mas andavam com os amuletos do Sol e da Lua depois da permissão que receberam dos sacerdotes. Eles eram reis extremamente sábios e estavam, desde o início, trabalhando para que o Fogo deixasse de ser monarquia e passasse a ser democracia. Achavam (e tinham fé) que até o dia em que eles morressem, os jovens e adultos saberiam escolher seus representantes, e talvez quem tivesse sido criança quando o reinado tivesse começado, pudesse ser um bom representante.

Kurama e Izuna eram participativos, engraçados, comunicativos e gostavam do que faziam. Toda noite eles tomavam banho juntos, deitavam cansados na cama, Kurama puxava o corpo de Izuna para os seus braços e eles se enroscavam de diferentes formas, lembrando de agradecer por duas coisas: 1) pela vida e 2) pelo amor um do outro. Não tiveram filhos, embora alguns líderes de Aldeias tivessem sugerido que eles tentassem procriar com camponesas, e propuseram um pacto com seus familiares: que o sangue Uzumaki e Uchiha deveria acabar neles. Todos os familiares concordaram e assinaram o pacto. Kurama morreu primeiro, embora Izuna tenha ido poucos meses depois. Os dois com 90 e poucos anos e completamente satisfeitos.

A vida de Kagami foi tranquila do começo ao fim, morreu com 80 anos, conseguiu trabalhar pelo reino e ver seu filho sendo feliz, que era a única coisa que realmente importava.

Minato dava aulas na escola escoltado por guardas nos primeiros anos, mas depois conseguiu o perdão do rei e usou sua liberdade para fazer o que pudesse como redenção pelos seus crimes. Conseguiu ganhar um abraço de Naruto vinte anos depois, e morreu em paz.

Shisui e Itachi dedicaram boa parte da vida para cuidar dos animais, dar aulas e treinar o exército. Eles tinham planos para aquele país e não desperdiçaram nenhum talento. Também não desperdiçaram seus anos apenas com trabalho. Viveram uma vida plena e feliz, rodeados de infinito amor. Quando Shisui morreu, aos oitenta anos, Itachi passou cinco anos esperando se encontrar com seu amor.

Kakashi e Obito se desligaram completamente dos afazeres oficiais da Coroa, embora de forma não oficial tivessem dado opiniões e ajudado os seus familiares com o que fosse preciso. O que Kakashi realmente gostava era de dar aula na escola que levava o nome do seu pai, e o que Obito realmente gostava era de cuidar dos doentes, depois de aprender o que pôde com Sakura e Ino. Kakashi morreu primeiro, na casa que havia sido do seu pai, com um sorriso no rosto, lembrando do quão grato era por tudo o que tinha vivido, pela vida plena que seu filho tivera e pelo seu garoto Obito, que sempre, sempre seria seu garoto, não importava quantos anos tivesse. Sasuke o enterrou com uma dor grande nas costas e a certeza de que não faltava muito tempo para si, embora nunca se saiba quanto tempo está reservado para um deus. Obito partiu quinze anos depois.

Hashirama e Madara assinavam documentos, viajavam muito pelas aldeias, conheciam pessoas e eram os melhores diplomatas do Fogo, sendo o motivo pelo qual o País se tornou acessível para o mundo todo. Pessoalmente, eles não poderiam estar mais felizes. Juntos, casados, seus sobrinhos e filho felizes e cientes de que a pós-vida os esperaria como um presente, embora tenha vindo tarde, quando eles já contavam com 107 e 103 anos, respectivamente. Conseguiram morrer juntos, enquanto dormiam, cientes de que seu papel estava cumprido e que todos os que eles deixavam para trás não ficariam tristes, mas sim felizes pela vida que eles tiveram. Quando Naruto e Sasuke os encontraram no dia seguinte, sábios e velhos o suficiente para entenderem, derramaram lágrimas de alegria. Tudo estava bem. Não demoraria para chegar a hora deles.