Eles não descansaram por tempo demais. Decidiram, por conta própria, que iriam até o terreno do Castelo. Provavelmente seus últimos aliados vivos estavam aos arredores do local. Já fazia algum tempo que eles tiveram notícias de alguns dos seus amigos. Além disso, as pessoas da Névoa, Areia e Nuvem também não tinham sido vistas em lugar nenhum. Kakashi não podia mais contar com o brilhantismo de Shikaku, uma vez que o homem estava desaparecido, então simplesmente reuniu todos os presentes para explicar qual era sua estratégia.
- Presumindo que eles terão poderes sobrenaturais, precisamos que os animais estejam preparados. Dhiren e Tsukuyomi podem nos passar informações, enquanto Leo, Izanami e Kyuubi devem focar em atacar o exército, pois um ataque direto aos... demônios... pode ser perigoso. Enquanto isso, Aoda e Susanoo são nossas melhores opções para isso, porque eles, bem, eles soltam fogo e tudo mais. E Naruto e Sasuke... acho que agora é a hora em que eu digo que criei meu filho pro mundo e essa merda toda - no fundo ele queria lutar contra Danzou e Orochimaru sozinho, sem envolver o filho naquilo, mas sabia que a vida não era boa assim. Eram o Sol e a Lua quem deveriam fazer aquilo.
- Vai ficar tudo bem, pai - Sasuke disse se aproximando e o abraçando. Kakashi suspirou antes de abraçá-lo de volta.
Hashirama fazia suas próprias recomendações a Naruto, o rosto do filho entre suas mãos trêmulas. Os demais reuniam todas as armas que podiam, enquanto Kiba e Minato levavam os corpos de Kushina e Fugaku para fora a fim de atearem fogo. Ninguém precisava daquela lembrança tão vívida.
- Então é agora que testamos Aoda e Susanoo? - Karui perguntou se esticando. Depois de tanto tempo deitada se recuperando, era bom poder usar as pernas de novo.
- Susanoo não precisa ser testado - Madara disse - Ele está sempre pronto. Mas Sasuke deve querer testar seu vínculo com Aoda, então seria bom.
Sasuke caminhou até o dragão que estava enroscado perto dos outros animais.
- Ei, rapaz - disse com voz firme. Sabia que seu dragão não era como Dhiren. Ele não ia querer palavras meigas e carinho - Preciso que você incendeie aqueles corpos para mim, pode ser?
O dragão o encarou. Seus olhos amarelos eram sinistros, mas Sasuke sabia que não precisava ter medo. Aquele era o mesmo dragão que o havia levado pelo céu com Naruto, Dhiren e Minato em seu dorso. E ainda que não houvessem palavras, Sasuke sabia o que o animal pensava: "sim, mestre." Afastou-se e deixou que ele se esgueirasse meio encolhido pelo espaço limitado da floresta. Ele ficou diante dos corpos. Sasuke sabia que sentimento era aquele: ódio. Aqueles eram os reis que o haviam aprisionado junto com os outros animais, os reis que pretendiam usá-los no futuro contra os príncipes que os amavam. Aoda não precisava de incentivo. Simplesmente incendiou, de forma precisa, os corpos e o lençol que outrora os cobria, vermelho de sangue. Todos os presentes se afastaram rápido, quão absurdo era o calor. Não demorou mais que alguns segundos para Kushina e Fugaku terem sido reduzidos a cinzas. Meras cinzas aonde outrora já houvera tanta vida, mas também tanto ódio.
- É isso - Sasuke disse - Podemos ir?
Todos assentiram, se colocando no dorso dos gigantes dragões junto com o corvo, o tigre, a raposa, o lobo e o grifo. E Aoda e Susanoo levantaram voo.
[...]
Danzou e Orochimaru estavam esperando por eles no terreno do Castelo junto com o Exército. Enquanto isso, o povo do Fogo estava de pé diante deles. Era humilhante ver as duas forças comparadas daquela forma. Aqueles eram milhares de soldados armados e bem protegidos, prontos para lutar. Tinham tantos que era como se nunca tivesse morrido nenhum. Do lado dos príncipes era outra história. Havia pouco mais de cinco mil pessoas, e eram pessoas em condições de sobrevida. Desnutridas e fracas com suas facas de cozinha, nenhum escudo e coragem limitada. Poucos ali contavam com músculos e uma arma de verdade, e o que as mantinha de pé era a esperança, por menor que fosse.
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O espelho, a espada e o escudo | SNS
FanfictionDois camponeses do penúltimo estamento, duas famílias na realeza onde primos casam entre si, o reino passa fome e ninguém toma o poder há milhares de anos. Um cântico antigo que diz que quando o Sol e a Lua se encontrarem, cada pedaço de terra que e...