A Espada - Parte 2

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- Então... - Naruto começou depois de duas horas andando direto com Sasuke - Quer me contar o que aconteceu?

- Estou nervoso - ele disse tentando não alterar a voz - E queria um tempo sozinho com você. Já estamos chegando.

- Aonde estamos indo?

- É a antiga casa do meu pai. Quando meu avô morreu o governo o fez se mudar. Alegou que um lugar que havia sido palco de um suicídio não deveria ser habitado e toda essa merda.

- Qual o real motivo?

- Podem ter achado que se ele ficasse na cena do crime, poderia descobrir quem cometeu, mas é óbvio que um plebeu nunca teria ferramentas para isso. Ele voltou aqui há uns seis anos e pintou tudo, arrumou e vem aqui cuidar e limpar toda semana, mas só isso - explicou entregando a chave a Naruto.

Naruto abriu a porta e se surpreendeu. Era uma casa bem menor que a que os Hatake moravam, mas era charmosa, estava limpa e a sensação de lar era avassaladora.

- Gostei daqui.

- Pois é. Acho que meu pai tem planos de morar aqui na velhice. De repente voltar a se sentir da mesma forma que se sentia quando tinha o Sakumo.

O Senju trancou a porta quando entraram e caminhou até Sasuke, o puxando para um abraço apertado.

- Você brigou comigo porque eu falei que talvez morresse na guerra, mas creio que a razão do seu nervosismo é, basicamente, a mesma. Não gosto de como está agindo, Sasu. Como se fosse uma despedida.

- Eu não posso ter nada por garantido - ele disse envolvendo a cintura de Naruto e enfiando o rosto no seu pescoço, sentindo o coração desacelerar pela calmaria que aquele perfume lhe trazia.

- Se ousar continuar isso vou ficar muito bravo, é sério. Quando foi o contrário você fez o maior escândalo. Não pode nem por um segundo pensar na possibilidade de morrer nessa guerra.

- Eu sei, mas... Mesmo que eu não morra... - Naruto segurou seu rosto entre as mãos e o encarou firmemente, perdendo a doçura habitual de sua expressão.

- Não. Não pense nisso agora. Vai dar tudo certo, precisamos ter fé.

- Preciso lhe dizer uma coisa - o Hatake sussurrou, encarando Naruto nos olhos, os oceanos profundos e perigosos que eram.

- Pode dizer.

- Eu amo você - sussurrou, observando com adoração como os olhos azuis se encheram de lágrimas.

- Verdade? - o loiro perguntou sentindo as pernas amolecerem, mas Sasuke o segurava firme.

- Verdade - Sasuke disse sorrindo.

- Fiquei com medo de falar isso e você me achar um louco, apressado ou sei lá - ele disse e os dois riram em meio às lágrimas - Eu amo você, Sasu.

Eles prosseguiram em uma bagunça de lágrimas e risadas quando finalmente Sasuke o apertou mais forte e o beijou, Naruto correspondendo de forma automática, suspirando audivelmente pelo contato que amara desde o primeiro momento.

O Senju sempre começava tocando o rosto do outro com extrema delicadeza, agradecendo inconscientemente aquela oportunidade e compreendendo que, no fim das contas, tinha uma sorte inexplicável. Sasuke era mais intenso e não se continha ao apertá-lo, puxá-lo para si, mordê-lo e fazer o que estivesse a seu alcance para ouvi-lo suspirar efetivamente.

Naquele dia, no entanto, ambos sentiam que não era suficiente, por isso quando as mãos de Sasuke passearam pela pele quente por dentro da camisa do outro, não houve hesitação. Não houve questionamento nem a mínima dúvida de que talvez aquela fosse a última oportunidade que teriam. Naruto tirou a camisa e encarou Sasuke de uma forma que ele vira e nunca esqueceria. Teve a própria camisa arrancada enquanto perdia tempo embasbacado pela pele bronzeada do outro e só percebeu que o olhava há tempo demais quando escutou uma risadinha. Olhou Naruto nos olhos e corou automaticamente. Ele o puxou e o fez deitar na cama, subindo em cima dele.

O espelho, a espada e o escudo | SNSOnde histórias criam vida. Descubra agora