A Espada - Parte 9

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Orochimaru tirou de dentro da boca uma língua de cobra pingando veneno roxo e o sorriso que estampava seu rosto era tudo, menos humano. Danzou tirou de si todas as ataduras que levava, revelando um corpo esquisito, mole, cheio de fissuras com olhos.

- Tantos anos infiltrados nesse palácio e ninguém nunca desconfiou. Vocês são patéticos. Assassinaram a rainha Mikoto a troco de quê? Mataram os dois conselheiros mais estúpidos do mundo. Vocês são idiotas, não é? Tolos. Não sabem quem realmente controla o reino. Não sabem quem tem possuído os reis desde que Kushina tem quinze anos. Claro, nenhum deles é flor que se cheire, então foi muito mais fácil.

- E aqui estamos. Frente a frente com os deuses. E vocês, frente a frente com dois demônios.

- NÃO! - a voz de Nagato se fez ouvir de algum lugar, chorosa, trêmula - Não! Vocês não vão conseguir!

- Meu caro Nagato - disse Danzou com um sorriso medonho - Os horrores que você viu preso nessa masmorra não são nada perto do que vai viver quando vencermos essa guerra.

Nagato veio se arrastando até o centro das masmorras. O dia estava claro lá fora e ele encarou Naruto, prestes a desmaiar. Naruto lembrava de ter visto um brilho diferente nos olhos de Nagato. Ele emanava poder, mesmo que seu corpo fosse muito fraco.

- Vou dar tempo a vocês.

E tocou sua mão com força, pegando para si alguma coisa de poder também. Naruto nem sabia que aquilo era possível, mas de repente Nagato, alto, desnutrido e apavorado, levitou e ficou no centro da sala.

- O que pretende fazer, seu estúpido? - Kushina perguntou, lágrimas saindo dos seus olhos, as mãos sujas do sangue da filha morta.

- Vou me sacrificar. Preciso fazer alguma coisa ou vamos ficar presos durante eras na mais completa escuridão. Me perdoe, Mito, por tudo o que fiz de errado.

Nagato juntou as duas mãos, formando com elas uma espécie de símbolo, linguagem, selo. E disse com uma voz alta:

- Shinra tensei.

E tudo explodiu. Naruto só sentiu os braços de Sasuke ao redor de si enquanto tudo ia pelos ares. Ele e Sasuke, todo o Castelo, cada pedra e parede a um raio de um quilômetro de onde era o Castelo antes. Tudo ficou mergulhado no mais absoluto nada, como uma terra virgem, com uma cratera no meio onde eram as masmorras. Uma cratera profunda, absurdamente profunda que já estava deixando os mortais claustrofóbicos.

- Precisamos sair daqui - Naruto disse nervoso. Odiava aquele escuro absoluto e queria saber como estavam as pessoas do lado de fora.

O corpo de Nagato jazia no chão depois do seu último sacrifício. Seu "poder" atingira Danzou e Orochimaru, que tossiam meio desorientados. Madara e Hashirama pareciam intactos, mas os corpos de Karin e dos conselheiros mortos não estavam mais lá, foram levados assim como todo o resto. Minato amparava uma Kushina trêmula e fraca demais para dizer ou fazer qualquer coisa e Fugaku estava sentado no chão, tentando levantar de uma vez. Madara olhou para Sasuke com urgência e os dois assobiaram, chamando seus mascotes.

O Hatake ainda não havia soltado Naruto, cuja ansiedade tomava todos os seus pensamentos. Kagami amparava Dhiren, que havia protegido Deidara e Sasori com seu corpo denso. Kakashi e Shikaku não estavam presentes, provavelmente haviam sido levados pela força de Nagato também. Sasuke tentou não pensar naquilo. Precisava acreditar que eles estavam bem.

Logo o pouco de luz que entrava foi coberto por duas criaturas gigantescas: Susanoo e Aoda, os dragões de Madara e Sasuke, que voavam na direção dos seus donos. Kagami e Hashirama foram rápidos o suficiente para golpearem Danzou e Orochimaru na barriga enquanto os dois estavam distraídos, e sangue começou a sair da boca deles. Fugaku assumiu uma expressão grave. Kushina gritou.

O espelho, a espada e o escudo | SNSOnde histórias criam vida. Descubra agora