Uma Luthor entre nós

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Cheguei ansiosa ao DOE e fui recepcionada por Brainy que estava voltando para agência enquanto nós chegávamos, ele conhecia muito bem aquele lugar que para mim chegava a parecer um parque de diversões.
- Gostando do que vê, Luthor. - Perguntou ele com os braços para trás e arqueando as sobrancelhas. Típico daquele ser adoravelmente desleixado.
- Na verdade, estou mais é ansiosa pelos brinquedinhos que ainda não vi. - Disse animada e virando um pouco a cabeça enquanto piscava para ele. - Mas vamos, me leve até o chefe de estado babaca.

Nos dirigimos até uma sala de reuniões mais reservada, na verdade nem era uma sala de reuniões de fato, era a sala do J'on. Gloria já estava me esperando quando cheguei a porta, nos despedimos de Brainy para entrar.
- E aí, como foi na Luthor Corp? - Estava curiosa sobre o ocorrido antes da minha chegada ao DOE. - Conseguiu dobrar os engravatados? - Dei de ombros entrando na sala.
- A pergunta seria se eles conseguiram me dobrar. Mas você já sabe a resposta. - Suspirei, mais por cansaço do que por qualquer outra coisa. - Está tudo "aparentemente certo". - Fiz aspas para ela entender o que eu queria dizer. - A questão agora é identificar os pontos cegos e onde minha mãe e o Lex tem brechas e tentar fechá-las antes que eles façam alguma merda e eu tenha que limpar a sujeira ou seja prejudicada. E vamos começar a mudar algumas coisas, a começar pelo nome da empresa. - Gloria me olhou confusa. - Simples. Vamos mudar o nome da empresa para L corp. Simples e desapegado ao nome Luthor. Mudar a imagem da corporação e desvincular das sujeiras da minha família. - Gloria sorriu, pareceu feliz.

Infelizmente foi interrompida por alguns brutamontes que adentraram a sala antes da figura grisalha e com um sorriso falso vindo em minha direção.
-Olá senhorita Luthor, é um prazer revê-la. - Me estendeu a mão, mas eu apenas assenti com um olhar sarcástico e recusei.
- Infelizmente não posso dizer o mesmo, senhor presidente. Mas... - revirei discretamente os olhos. - Boa tarde. - Gloria pisou em meu pé e eu fingi não sentir dor. Droga, era meu momento sua idiota.
- Sente-se por favor, teremos uma longa conversa pela frente. - Apontou para a cadeira.
- A agente Miller me disse que já te passou as informações sobre o alvo, correto? Imagino que já está buscando as informações para executá-lo. Mas vou pedir que não o faça.
O olhei confusa. Isso nunca havia ocorrido, porque diabos eu não poderia matá-lo logo. Suspirei, fazendo com que ele percebesse meu incômodo.
- Ok, porque não posso fazer a única coisa que faço para vocês. As coisas aqui não funcionam assim e o senhor já deveria saber disso. - Olhei para Gloria com reprovação. Com certeza ela já havia sido avisada. - O senhor faça o favor de me consultar antes de qualquer decisão.
Nesse momento eu já estava com os braços cruzados olhando em direção aquela figura incrédula com a minha atitude. Ele achava mesmo que me intimidaria com um cargo que poderia facilmente ser destruído com um simples telefonema? Neste momento J'on entrou na sala e me deixou sem entender nada.
- O que diabos ele está fazendo aqui? Não era para isso ser altamente secreto? - Bufei mais uma vez.
- Calma Lena, isso também diz respeito a ele. - Gloria pôs as mãos em meu ombro. - E afinal de contas ele também é um agente, e dos melhores. - Olhei para o marciano que aparentava ser apenas um humano, fiquei curiosa.
- Não é minha real aparência senhorita Luthor. Eu fico assim apenas para agradar os olhos humanos deste planeta. - Sorriu sarcástico enquanto eu arregalei os olhos. - Um dia eu, se você se comportar e merecer, eu lhe mostro. - Ele acha que eu tenho 5 anos para ter que me comportar? Que marciano abusado.

Voltamos a conversa que seria mais longa do que imaginei.

POV KARA

Aquela mulher não parecia uma Luthor, ela sorria para o Brainy com empolgação, como se estivesse animada por estar aqui. Até começar a caminhar com aquele ar de superioridade e aquela cabeça erguida depois que um dos agentes veio dizer para entrarem na sala do J'on.

- Admirando a nova colega de trabalho? - Alex apareceu na porta me tirando dos meus devaneios. - Não está muito tempo aqui? A senhorita Grant não vai estranhar seu sumiço? - Dei língua para ela e revirei os olhos.
- Ela estranhamente me deu folga hoje. Disse que precisava resolver umas coisas e que não precisaria de mim. Então resolvi continuar minhas pesquisas. - Apontei para os papeis. - Não consigo entender algumas palavras. Me parece um idioma familiar, mas parece que tenho um bloqueio. - Alex pareceu engasgar com o vento. - Alex, o que houve? - Me levantei para ajudá-la.
- Nada, desculpa, eu engoli uma bala. - Que bizarro!
- Não cai nessa, mas ok. - Semicerrei os olhos em direção a ela. - E eu não estava admirando a Luthor, apenas fiquei curiosa.
- Bom, aceitável. - Ela revirou alguns papeis. - Não tem um planeta mais fácil para pesquisar, afinal de contas, Krypton foi destruído.
- Justamente, é o que o torna mais fascinante e curioso. É uma cultura que poderia estar perdida, mas não está. Apenas espalhada por vários lugares. - Meus olhos brilharam - Eu não sei explicar, só sou apaixonada.
Era uma curiosidade involuntária, não havia explicações, é como se a história daquele planeta fizesse parte de mim.
- Ok, agora me explica, Alex. O que aquelas duas estão fazendo a portas fechadas com o presidente e o J'on. - Virei para ela e mordi uma balinha de alcaçuz que estava em um potinho. - Os outros agentes não foram junto.
-Que observadora, Indiana Jones. - Joguei uma bala nela, que pegou no ar. - Achei que não iria me oferecer. - Falou rindo. - Acho que o Presidente queria dar as "boas vindas" a caçula da família Luthor. Para alguém conservador como ele, aquela família deve ter um grande valor.
- Conseguiu falar com a Gloria. - Perguntei vendo Alex corar.
- Ela me deu bom dia, serve? - Sorriu. - Sim, ela me chamou para tomar uma tequila na garrafa de água dela depois que sair da reunião. Aliás, a Lena vai sobrar para você e para o Brainy, já que você não foi pra Catco hoje.
- Sério? Você vai me deixar sozinha para lidar com isso? - A olhei incrédula.
- A Danvers, vai. Não é um bicho de sete cabeças, pelo que vi é só uma mulher. - Se perdeu um pouco nos pensamentos. - E sinceramente uma mulher muito atraente.
- Não começa, sério. - Respirei fundo e ajeitei os óculos. - Não dá para adiar a tequila? Aliás, que história é essa de tequila na garrafa de água. - Ela mordeu o lábio e sorriu ao parecer lembrar de alguma coisa.
-Não seja empata foda, irmãzinha. - Se sentou, finalmente na cadeira. Me irritava essa postura da Alex no DEO, formal demais para lidar comigo. - Bom, no treinamento do FBI, nós andávamos com garrafinhas de água com tequila, e no fim do dia íamos para o quarto uma da outra para ficar conversando e bebendo. Não que fosse segredo, afinal, nós éramos treinados por agentes experientes. Hoje eu sei que sinto cheiro de álcool de longe. Mas era divertido fingir que estávamos enganando alguém. - Abaixou a cabeça para sorrir. - Uma pena nunca ter passado de conversas.
- Como assim só conversas? Alex, como você não agarrou aquela mulher? Eu tô decepcionada! Que tipo de sapatão você se atreve a dizer que é. - Ela caiu na gargalhada.
- Olha a menininha inocente revelando o caminhãozinho emocionado que tem dentro de você. - Ajeitei os óculos envergonhada. - Mas, enfim. Simplesmente não era permitido que os agentes em treinamento tivessem algo. Aconteceu alguma coisa em treinamentos anteriores, teve umas coisas bem insanas por conta de envolvimentos de agentes. - Fez biquinho.
-Primeiramente, você é uma idiota. E eu não sou tão inocente assim. - Dei de ombros. - Mas enfim, eu entendi. - Observei o corredor que levava a sala de J'on. - Eles não saem daquela sala?
- Está demorando, não é? Espero que esteja tudo bem.

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