The Game (Levi Ackerman X Leitora)

A Festa

– Erga mais esses joelhos, recruta!

– Sim, capitão!

Você obedece a ordem de Levi, se esforçando para levar os joelhos o mais próximo que conseguia do peito. Estava correndo por apenas meia hora do percurso de uma hora e quarenta minutos; já se sentia próxima de ter um ataque cardíaco. Sabia que estava com a resistência física baixa, mas não se lembrava de estar tão crítica assim. Parando para pensar, se impressiona por ter conseguido fazer tudo que fez em seu primeiro teste com o DMT. Agora acredita piamente que a empolgação e a adrenalina haviam sido responsáveis por boa parte do trabalho.

O treino que o capitão lhe prometeu veio bem à calhar. Para não atrapalhar a agenda, ele concordou em te treinar no final da tarde junto com seus subordinados do esquadrão. Já havia feito testes de força enquanto os cadetes lutavam – no qual se saíra bem, por sinal –, e agora estava se submetendo à tortura de correr em círculos, tendo de controlar a falta de fôlego. Sempre odiou correr. Talvez pelo fato de ser muito chato. Quando se equipa com o DMT pelo menos consegue se distrair com vários outros movimentos. Dar voltas em círculos sem ter nada para te prender a atenção fazia com que ela se voltasse ao fato eminente do quanto estava cansada.

– Vamos, Kirstein! – Escuta Levi esbravejar, rígido. – Mais rápido!

– Sim, capitão!

A voz de Jean ressoou logo atrás de você. Não demorou muito para que te alcançasse e começasse e começasse a trotar logo ao seu lado.

– E, aí? – Quando olha para ele, percebe que aparenta estar muito menos cansado que você; o que é totalmente plausível, já que treinava constantemente faziam anos. O rosto estava levemente suado, mas ainda parecia cheio de energia. – A gente nunca teve a oportunidade de nos apresentarmos. Jean.

Ele lhe acena com uma das mãos e você acena de volta, enquanto diz o seu nome. A luz alaranjada da tarde fazia cada milímetro de pele brilhar. Os cabelos repicados loiros e curtos estavam molhados, e tinha que erguer um pouco a cabeça para alcançar seus olhos castanhos. Gostaria que ele tivesse procurado outro momento para vir puxar papo, para evitar que te visse naquele estado deplorável. Era impossível que chegasse perto de estar minimamente apresentável – quem dirá atraente como ele – enquanto corria.

– Apesar de só me apresentar agora... Já conhecia você há um tempo, Jean. – Você pronuncia as palavras arfando.

– Posso te dizer a mesma coisa. – Ele sorri. Também está ofegante, mas consegue manter a compostura com facilidade, quase como se estivesse correndo há apenas cinco minutos. – Tá todo mundo falando sobre o seu teste. Apenas três segundos de desvantagem sobre o capitão... Isso é impressionante.

Você deixa escapar um risinho, ajeitando um fio teimoso que cismava em cair sobre seus olhos.

– Obrigada. Também duvidei que fosse conseguir. – Você observa Annie passar correndo em alta velocidade por vocês, como se estivesse competindo. O vento da movimentação dela bate contra você e a agradece mentalmente pelo incentivo. – Revisei sua ficha várias vezes para escrever alguns relatórios. Não sei se poderia estar dizendo isso, mas o capitão te considera um soldado muito disciplinado. 

Jean levanta as sobrancelhas, aparentemente impressionado. E então estufa o peito, desviando o olhar para frente, tomado por uma determinação repentina. Vocês estão quase completando a quadragésima quinta volta.

– Eu já imaginava. O capitão finge que não, mas ele me adora. – Estão há poucos passos de alcançar o posto onde Levi parava em pé, os avaliando com o olhar frio. Jean ergue uma das mãos e aumenta o tom de voz: – Não é verdade, capitão?