41 - Fogos, explosões e memórias

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Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula-gigante.

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Alguns meses antes –
Salão Comunal da Sonserina

— Como se fôssemos querer gastar o tempo livre que nem temos participando de umas reunião sobre um monte de coisa que já sabemos. — Erik Mavior resmungou, adentrando o dormitório masculino do sexto ano.

Andrew Gardner, atrás dele, fechou a porta e não falou nada.

— Sério, que menina estranha. — Erik comentou, jogando-o em sua cama. — Ela chega do nada como se já nos conhecesse e...

— Ela parecia saber do que estava falando. — Andrew disse seriamente, tirando os sapatos.

— E daí? Não somos obrigados a fazer nada para ela...

— Ela não nos obrigou a nada, Erik, ela só perguntou se queríamos fazer parte de um grupo de Defesa Contra as Artes das Trevas. — Andrew se irritou um pouco, mas Erik não percebeu de imediato.

— Bom, não queremos. — Erik riu. — Eles que se metam em problemas se quiserem, nós não.

Andrew não falou nada enquanto tirava a capa e a dobrava, em silêncio. Erik olhou para ele.

— Por que você está tão quieto? — O ruivo indagou.

Andrew deu de ombros, com a cara fechada.

Erik franziu as sobrancelhas, olhando para ele com atenção. Será que...

— Você queria ter aceitado?

— Não sei. — Andrew respondeu em voz baixa.

— Não sabe?

— Sei lá, Erik, eu só não sei. — Andrew alteou a voz, claramente chateado. Erik se alarmou. Estava chateado por causa dele? — Talvez quisesse. Ou talvez eu só quisesse fazer alguma coisa além de ficar fingindo que eu não vejo o que as coisas que Umbridge faz ou o que elas significam. Talvez eu só queira sair de cima da droga do muro.

— De cima do muro? Do que diabos você está falando?

— O que Fudge está falando é bobagem e você sabe disso. — Andrew começou. — A Umbridge aqui na escola não é para elevar o nível de ensino coisa nenhuma, é para ficar de olho em Dumbledore. Em nós. Eu detesto isso, detesto ela.

— Eu também. — Erik concordou, colocando-se de pé. — É por isso que a gente fica no nosso canto sem chamar atenção e sem fazer nenhuma estupidez que mereça uma detenção, e também é exatamente por isso que a gente não se mete com gente que nem os Potter que só se ferram todo ano.

— Resumo: a gente não faz nada. — Andrew disse, sem humor.

— E nem se ferra, para mim está ótimo.

— Mas para mim não está! — Andrew disse. — Talvez todo mundo devesse fazer alguma coisa, incluindo nós dois, mesmo que não ganhemos nada com isso, mesmo que seja só para ajudar, porque é o certo.

OLÍVIA POTTER [5]Onde histórias criam vida. Descubra agora