21 - Aquele em que Olívia não tem culpa

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Em letra maiúscula ou cursiva?

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Olívia estava prendendo o cabelo num rabo de cavalo. Pelo espelho, ela enxergava os olhares preocupados que Hermione lhe lançava. Audrey balançava freneticamente a perna com nervosismo.

— Que horas são? — Hermione perguntou.

— Dez para as cinco. — Audrey respondeu, tensa.

— Okay. — Olívia disse, colocando a varinha no bolso interno da capa. — Vejo vocês mais tarde.

Mas as duas seguiram Olivia até o salão Comunal, onde Harry e Rony estavam esperando para desejar boa sorte, embora seu irmão obviamente ainda estivesse emburrado. Josh estava fazendo um trabalho atrasado de Aritmancia na biblioteca, mas ele havia desejado a ela boa sorte mais cedo. Na realidade, todos os seus amigos pareciam muito mais preocupados com aquela detenção do que ela. Às cinco em ponto, ela estava de frente para a porta da sala de Umbridge. Quando bateu, a voz melosa da mulher respondeu:

— Entre.

Olívia se controlou para não fazer uma careta. A sala de Umbridge era tão ridícula quando a decoração do Salão Principal no dia dos Namorados, organizada pelo Profº Lockhart. As superfícies tinham sido protegidas por capas de rendas e tecidos. Havia vários vasos de flores secas, cada um sobre um paninho, e, em uma parede, havia uma coleção de pratos decorativos, estampados com enormes gatos em tecnicolor, cada um com um laço diferente ao pescoço. Um deles não tinha pelos e mal parecia um gato, e sim uma ratazana sendo enforcada pelo laço exageradamente grande. Qualquer criança normal teria pesadelos com aquela coisa.

— Boa noite, Srta. Potter.

Umbridge estava usando vestes de
flores de tons pálidos que se fundiam perfeitamente com a toalha de mesa sobre a escrivaninha às suas costas. A princípio, Olívia quase não a notara.

— Boa noite, professora. — Respondeu com um tom igualmente melodioso.

— Sente-se. — Disse ela, apontando para uma mesinha forrada com uma toalha de renda, junto a qual ela colocara uma cadeira de espaldar reto. Havia sobre a mesa uma folha de pergaminho em
branco, à sua espera.

Olívia obedeceu.

— Sabe por que está aqui, não sabe, Srta. Potter?

— Porque a senhora queria mais tempo para apreciar minha companhia? — Olívia apoiou a cabeça entre as mãos e sorriu para a mulher.

Umbridge não sorriu.

— Não, Srta. Potter. — Ela soltou um suspiro de frustração e então se colocou de pé, dando passos lentos até ficar de frente para Olívia. — Tenho que dizer que o seu comportamento se mostrou um tanto quanto decepcionante para mim.

Olívia cruzou os braços.

— Que coincidência. O Ministério também tem se mostrado um tanto quanto decepcionante para mim.

— É por isso, querida, que acha certo espalhar histórias nocivas e maldosas para atrair atenção? — A mulher acusou com uma voz fria, mas, ainda assim, aguda. Olívia se manteve em silêncio. — Pois bem. Imaginei que houvesse a probabilidade de você e seu irmão serem diferentes, mas... vejo que não.

A professora a observava com a cabeça ligeiramente inclinada para um lado, mantendo o largo sorriso no rosto. Era coisa de criança, mas Olívia sempre odiava não saber o motivo da risada de alguém, porque tendia a pensar que era ela. Naquele caso, realmente era. Isso a irritou.

OLÍVIA POTTER [5]Onde histórias criam vida. Descubra agora