18 - E o jogo virou

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Tem alguma ideia do que você poderia ter feito se não tivesse parado?

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— Quer que vamos com você até as masmorras? — Foi Hermione quem perguntou, descendo as escadas atrás de Olívia.

— Não.

— Tem certeza? — Audrey disse nervosamente, com as sobrancelhas franzidas. — Você vai mesmo? Não tem nenhuma outra opção?

— Gente, relaxem. — Josh, que era o último da fila, falou. — É só uma aula. Vocês estão agindo como se a menina estivesse caminhando para ir ser executada em algum lugar.

— Não é uma aula. Snape vai entrar na cabeça dela, isso é insa... — Audrey parou após levar uma cotovelada de Hermione. — Tá, desculpa, não quero te deixar nervosa, é que...

— Audrey, respira. — Olívia falou, rindo. — Eu sigo sozinha daqui. Obrigada pela escolta. — Ela disse aos três, que pararam no último degrau da escada. — Aproveitem a festa de comemoração do Rony. Guardem bolinhos para eu comer amanhã. E não consumam bebidas alcoólicas, crianças.

— Não pense em nada constrangedor. — Josh falou. — Pense em ursinhos. Ou hipogrifos. Ou num Basilisco empalando o Snape.

— Se quiser desistir, é só sair correndo. — Audrey acrescentou.

— Lembra de limpar sua mente. — Hermione instruiu por último.

Só que a instrução de Hermione era mais difícil do que ela imaginava. Aquilo não era bom, Olívia sabia. Oclumência era uma ciência de ocultação. Tranquilidade, objetividade e frieza eram praticamente essenciais e ela passara as últimas horas, desde a noite anterior, caminhando exatamente na direção contrária. Mas, ainda assim, manteve-se calma. Aquilo precisava acabar bem. Ela podia não estar na melhor das fases da Legilimência, mas Oclumência era diferente. Talvez, de algum jeito, fosse até mais fácil. Isso, era aquela linha de pensamento que precisava seguir.

Ela iria conseguir. E ponto.

Quando chegou ao corredor escuro onde se localizava a sala de Snape, Olívia apenas caminhou tranquilamente até a porta, que se abriu quando a garota estava apenas a uns cinco passos de distância. Não foi Snape quem surgiu, Olívia notou com tédio.

Pansy Parkinson fez questão de fechar a porta assim que ela e Draco passaram.

— Potter. — A sonserina exclamou, dando uma gargalhada cortante de tão fina. — O que veio fazer aqui?

Olívia inspirou fundo. Aquela aula tinha que dar certo. Em resposta, mirou a porta atrás dos dois (que era o único caminho possível) e, em seguida, encarou Pansy novamente com um semblante contemplativo.

— Você perguntou só porque gosta de ouvir o som da sua voz ou não consegue mesmo adivinhar sozinha? — Pansy não se irritou, mas também não sorriu. — Cuidado, Parkinson, os Malfoy não vão querer uma nora burra.

Pansy bufou. Draco girou os olhos e deu uma risada.

— Sério. — Ele deu um passo para mais perto de Olívia, o olhar debochado focado nela. — Você deveria mesmo aprender a controlar sua língua. — E desviou da garota. — Vamo, Pansy.

A sonserina seguiu-o sem se dar o trabalho de demorar a atenção em Olívia, que permaneceu parada com as palavras de Draco na cabeça. Ela podia ter deixado para lá.

Podia mesmo.

Mas a deixa era tão, tão, tão boa.

— Engraçado. Sua boca costumava gostar da minha língua uns meses atrás.

OLÍVIA POTTER [5]Onde histórias criam vida. Descubra agora