47 - A voz do Equilíbrio

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A profecia escolheu sua criança, e eu escolhi a minha.

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Merda.

Mil vezes merda.

— Gente! — Josh gritou, chamando por eles.

"Marcel" bufou e reclamou:

— Está tão escuro aqui. — E, com um estalar de dedos da mão que não estava segurando a varinha, o lugar inteiro começou a se iluminar quando as tochas que rodeavam as paredes acenderam.

Olívia enfim conseguiu enxergar aquele lugar com clareza.

Era como um poço. Tinha talvez uns vinte metros de diâmetro, ou mais. A água (ou parecia ser água) era um líquido escuro. As paredes eram de uma pedra negra fosca; e havia duas portas, em lados opostos. A porta pela qual eles entraram e a porta no topo da escadaria sobre a plataforma onde Audrey e Josh estavam, encarando-os com espanto.

— O que vocês estão fazendo?! — Audrey exclamou, claramente nervosa.

— O Marcel não está aqui. — Olívia falou em voz alta. — Ele estava atrás da Luna, do Rony e da Gina, não de nós. Não faz sentido ele estar aqui.

— Se eu soubesse que você iria estragar tão rápido a graça da brincadeira, teria ido direto ao ponto. — O comensal da morte disse, parecendo entediado. — Enfim, agora que a apresentação acabou, por que você não me entrega essa profecia?

— Não, acho que não. — Olívia disse, pronta para caso ele atacasse.

Mas foi Josh quem atacou. O comensal se defendeu.

Olívia aproveitou a deixa para atacar também. Audrey fez o mesmo. Eram três contra um, não devia ser tão difícil. Só que, quem quer fosse aquela pessoa, não fez questão de se defender usando apenas a varinha. Uma barreira de "água" se formou entre ele e Olívia enquanto que o comensal duelava com Audrey e Josh. Olívia tentou nadar na direção deles, mas algo a puxou para trás, como se o lago tivesse correnteza. Seus amigos pareceram perceber isso também. Toda a extensão da superfície da água estava começando a assumir um espectro de cor azul cintilante, como se houvesse algo iluminando-o por baixo. A barreira entra ela e "Marcel" se dissipou. O comensal, porém, não pareceu surpreso, em vez disso encarou a plataforma com o que pareceu ser impaciência e disse:

— Poxa, sobrinha. Tanto tempo de separação entre nós e é assim que me cumprimenta.

Tudo pareceu paralisar por alguns segundos.

O semblante de Audrey, que era, inicialmente, de medo e choque, agora havia sido convertido em raiva. E desespero.

Os três lançaram feitiços juntos novamente, mas Anthony Dolohov conjurou a mesma maldita barreira ao redor de si e, com um gesto a mais de varinha, o rosto de Marcel sumiu e foi substituído pelo de um homem em seus quarenta ou cinquenta anos, o cabelo e a barba num misto de preto e grisalho e aquele olhar cinza vazio que Sirius também carregava, de alguém que passara uma péssima temporada em Azkaban.

— Eu vou repetir: eu quero a profecia. — A voz grave dele mandou. O sorriso havia sumido. — Agora.

— Ela não vai te dar. — Josh disse espumando de raiva e, quando pareceu que ele estava prestes a pular de volta na água, Dolohov deu uma risada.

— Eu não faria isso se fosse você.

Josh hesitou. Audrey, ao lado dele, encarava o comensal com nojo.

OLÍVIA POTTER [5]Onde histórias criam vida. Descubra agora