27 - Declínio

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Comece a me contar tudo de importante que acontece com você e talvez eu comece a fazer o mesmo.

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— Pode ir. — Snape a dispensou, dando as costas e sentando-se à escrivaninha em seguida.

— Nenhuma palavra de depreciação? — Olívia perguntou, de bom humor. — Olha só, estamos evoluindo, não acha?

— A porta é por ali, Potter. — Snape sequer ergueu a cabeça para ela.

— Esses são os nossos trabalhos? — Olívia perguntou, inclinando-se sobre a mesa dele para ver o nome de Ana Abbout como o primeiro da pilha. Com certeza eram os trabalhos do quinto ano. — Sabe, você deveria seriamente considerar me dar um O nessa atividade, eu realmente arrasei.

— Algum motivo especial pelo qual ainda está nesta sala, Potter? — Snape perguntou com hostilidade, lançando a ela um olhar frio.

— Na verdade sim. — Olívia falou. — Dumbledore me dispensou na últimas três vezes que tentei ir até o escritório dele.

— Dispensou? — Snape não pareceu nem um pouco interessado.

— Indiretamente. — Ela acrescentou. — O senhor não tem nenhuma ideia do porquê ele passou os últimos meses ignorando a mim e ao Harry, tem?

— Já passou pela sua cabeça, Potter, que Dumbledore tenha coisas mais importantes com as quais lidar do que os dramas dos irmãozinhos Potter?

— Já. — Ela confirmou tranquilamente. — Mas o fato de você querer que eu pense assim me faz pensar que você quer me despistar por algum motivo, o que me leva a querer urgentemente achar outra resposta, entende?

Os olhos de Snape cintilaram.

— Fora daqui.

— Eu estou aqui numa missão amigável. — Ela disse, sentando-se na cadeira de visitas à de Snape. — Sabe, eu acredito mesmo que podemos ter uma conversa civilizada.

— Certamente que acha. — Ele retorquiu, àspero. — No entanto, não vejo como eu poderia gastar o meu tempo de forma produtiva falando com você, Potter.

Olívia cruzou as duas mãos sobre a mesa e, pela primeira vez naquela noite, seu rosto assumiu um semblante sério.

— Tem algo errado com o meu irmão.

Snape sequer piscou. Não havia nenhuma indicação de interesse em seu rosto enquanto corrigia o trabalho de Ana com uma careta de desdém no rosto.

— Sei o que você está pensando: o precioso menininho de ouro está passando por probleminhas, ó, que pena. — Ela disse, irônica. Snape começou a corrigir o trabalho de Antônio Goldstein. — Mas, quando eu digo "errado", é "errado" do tipo que eu acho que incomodaria Dumbledore caso ele estivesse se dando o trabalho de checar como as coisas vão indo conos... com ele. Entende?

Uma leve ruga se acentuou na testa de Snape e, de alguma forma, ela soube que ele estava prestando mais atenção do que estivera dez segundos atrás.

— Já que ele confia em você e... por Deus, até George confia em você e, tipo, ele não confia em muita gente, sabe... bom, achei que você podia se dar o trabalho de falar a Dumbledore que tem coisas estranhas acontecendo e que eu agradeceria se ele fingisse que se importa, ao menos com o que diz respeito a Você-Sabe-Quem. — Olívia optou por não dizer o nome, já que estava muito pouco interessada em um sermão desnecessário de Snape. Ela logo se levantou e, antes de se virar, disse: — Desde já, obrigada.

OLÍVIA POTTER [5]Onde histórias criam vida. Descubra agora