11 - Calada da Noite

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Sempre que você começa uma frase com "Acha mesmo" eu tenho certeza de que é o contrário do que eu estou pensando.

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— Professor!

Olívia saíra pela porta quase ao mesmo tempo que Dumbledore, retirando a Capa de Invisibilidade apenas quando estava longe o suficiente de Jessica e do Sr. Weasley. Dumbledore não pareceu ouvi-la.

— Professor Dumbledore! — Chamou mais alto, e o Diretor enfim parou e olhou para trás.

— Creio que não possamos conversar agora, Olívia.

— Por que a pressa? — Ela perguntou, um pouco mais rapidamente do que pretendia.

— Imagino que entenda que eu tenho muito o que resolver. — Dumbledore respondeu calmamente, baixando a cabeça para ela num gesto de dispensa. Bom, pena, ela não pretendia ser dispensada.

— Eu entendo. — Ela assentiu. — Desculpe o incômodo, mas é que eu tinha a vaga impressão de que alguém me disse que eu tinha maturidade suficiente para ouvir e entender o que esse alguém tinha a dizer.

— E você tem. — Dumbledore deu um sorriso que pareceu a Olívia muito honesto, mas ela não queria uma porcaria de um sorriso, queria respostas.

— Obrigada pelo elogio vazio, mas acontece que Voldemort voltou, Cedrico morreu e a única coisa que o senhor fez desde que voltamos para casa foi mandar que não nos dissessem nada e nos deixar no escuro. — Ela disse devagar. — Não que esteja reclamando, acredite, eu aprecio férias de problemas, mas eu esperava que, no mínimo, o senhor não fingisse que não estamos aqui.

Dumbledore continuou encarando-a, os olhinhos azuis brilhando por trás dos óculos. Olívia não conseguiu enxergar nada através deles.

— Tenho tido muita coisa em que pensar. Imagino que você também.

— O senhor está mudando de assunto. — Ela apontou com um olhar tenso direcionado ao diretor. — Voldemort voltou. Eu não achava que era bobagem pensar que o senhor compartilharia alguma coisa conosco, sabe, achei que era bem plausível até, mas...

— Olívia. — Dumbledore interrompeu-a, aproximando-se o suficiente para pousar a mão esquerda no seu ombro.
— Sinto muito, mas realmente não podemos conversar agora. Volte, Jessie deve estar preocupada com você.

Então soltou-a, se virou e saiu, desaparecendo assim que dobrou no corredor seguinte. Olívia ficou parada ali por alguns segundos, tentando não se sentir frustrada, respirando fundo até não sentir mais aquele maldito nó na garganta que aparecera ali sem ela se dar conta.

Quase um minuto depois, a garota se virou e desceu rapidamente as escadas que levavam de volta para a entrada do tribunal. Olívia logo avistou Jessie, o Sr. Weasley e Harry, mas seu olhar pulou para a Suprema Corte, que estava saindo aos poucos e, ao passar, alguns olhavam para ela com desdém, outros com surpresa, mas Madame Bones fez questão de parar para cumprimentá-la.

— Srta. Potter, não? — Perguntou a mulher, que havia sido uma das últimas pessoas a sair. A expressão no rosto dela era gentil, mas, ainda assim, profissional. Por mais que Olívia tivesse gostado dela, a bruxa ainda era uma funcionária do Ministério, ainda subordinada a Fudge, fez questão de lembrar

— Eu mesma. — Respondeu com um sorriso gentil. — E a senhora, quem é?

— Eu sou Madame Bones, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia.

— Prazer em conhecê-la.

— O prazer é meu. — Mas ela parecia perturbada em relação a algo, e então acrescentou: — Bem, creio que esteja se perguntando por que eu estou aqui. Bem, eu poderia lhe fazer uma breve pergunta?

OLÍVIA POTTER [5]Onde histórias criam vida. Descubra agora