Deixei-me perder nesse beijo. Deixei o meu corpo sentir, responder a paixão desenfreada que vinha dele e que se enraizava em mim me enchendo de prazer. Fazia muito tempo que não me sentia assim...hum...alias eu nunca me tinha sentido assim. O prazer intenso começava a me devorar por dentro. A fome que um simples beijo podia provocar era absurda de tão intensa. Queria-o, queria-o tanto que até doía. Queria que ele entrasse em mim, que invadisse todo o meu ser com o seu corpo, com as suas mãos, com os seus beijos. Queria que nos uníssemos para nunca mais nos separarmos. Queria-o tanto ...
Quando o beijo acabou, senti que uma parte de mim fugia. Senti-me vazia, tão insuportavelmente vazia, que de repente só me apeteceu chorar. E sem abrir os olhos pedi baixinho.
-Mais...-
-Aqui não podemos.- Ele arfou. Abri lentamente os meus olhos desanimada e fiquei um pouco feliz por ver que ele estava como eu, sem chão.- Passo na tua casa logo a noite.- Disse me dando um beijo de leve e finalmente se afastando de mim a grande custo. Senti frio e desamparo queria tanto puder estar novamente em seus braços, mas sabia que ele tinha razão, não podia ser na universidade. A reputação e o emprego dele estariam postos em causa se eventualmente fossemos descobertos. Eu iria partir em breve, esta aventura não teria consequências para mim. No caso de eventualmente sermos descobertos o pior que me poderia acontecer seria o de não poder mais frequentar a universidade, mas para ele a história seria bem diferente ....a reputação de um académico era o seu ganha pão e eu nunca poderia pôr isso em causa.
-Não!
-Não?
-Não me entendas mal, eu quero muito, mas quero ser eu a ir até a tua casa.- Ele olhou para mim com estranheza.- Não me olhes assim, mas é que a última vez que disseste que passavas na minha casa, não aconteceu, e fiquei a noite toda a tua espera. Por isso vais me desculpar mas prefiro ir ter contigo, não quero mais surpresas desagradáveis.
-Ok, sem problema nenhum. - Ele não pareceu muito satisfeito mas acabou por anuir mesmo assim.- Lembraste do meu andar, certo! A minha porta é a da esquerda. Estarei em casa por volta das dez horas, hoje infelizmente tenho uma réunião de departamento.
- Temos então um novo encontro marcado, por favor, não faltes como o fizestes na última vez, não sei se seria capaz de te perdoar novamente! - Afirmei, olhando para ele muito séria. Nunca ele poderia compreender o quanto eu tinha ansiado por essa primeira noite que não aconteceu. A única coisa boa foi ter conhecido a Lili, mas mesmo esse evento feliz não pode apagar a magoa que a rejeição me tinha feito sentir.
- Não te preocupes, estarei lá.
-Acredito! porque se não apareceres prometo-te que vou fazer da tua vida um inferno.- Disse apontando o meu dedo indicador em direção ao seu nariz. -Fazendo uma expressão que eu queria como ameaçadora.
Ele agarou o meu dedo com a sua mão e depositou um último beijo na ponta do meu nariz. Não pude deixar de soltar uma leve gargalhada de pura felicidade.
Antes de ir embora decidimos, por mera segurança trocar de números de telefone. Saí do escritório dele saltitando de contentamento, se pudesse neste momento abrir as minhas asas e voar era isso que eu faria, queria literalmente explodir de felicidade.
O resto do dia passou tão lentamente que até doeu. Cada minuto foi dividido em segundos, e tive de os contar a todos. Fui me encontrar com a Lili mas evitei as perguntas dela ao máximo, o que não foi dificil porque ela ao ir embora da faculdade tinha encontrado o Alan, e os pormenores desse encontro que não deve ter durado mais do que 10 minutos serviram para preencher mais de uma hora de conversa. Gostaria de poder dizer-lhe que," sim, eles ficariam juntos para sempre" para acalmar a angustia que estes primeiros momentos de um novo romance despertava, mas infelizmente não podia. O meu código de procedimento de Fada proibia-me de fazer isso sob pena de perder o meu trabalho que eu, apesar de estar cansada tanto adorava. E por falar em trabalho dei um pulo também em Londres para monotorizar o meu mais recente, futuro casal.
Helena e João estavam ambos a trabalhar e teria poucas chances hoje de os juntar, a menos que criasse uma situação para que isso acontecesse. Mas não vi necessidade de anticipar qualquer tipo de trabalho para hoje, especialmente quando me sentia incapaz de me concentrar nos romances amorosos dos outros e apenas pensava no meu.
Apenas por descargo de consciência decidi fazer uma última parada antes de voltar para casa e me preparar para o encontro que iria ter nessa noite. E ainda bem que o fiz...por um lado.
Depressa encontrei a Elsa, que contrariamente ao que estava a espera não estava em casa a ler, passeava sem rumo nas ruas de Londres. Fiquei a observá-la durante uns minutos, e não foram poucas as vezes que me controlei para não ir ter com ela para a consolar. O desalento era tão patente no seu semblante que me deu tanta pena. Ela andava no meio das pessoas deste final de tarde como se de um zumbi se trata-se, parando aqui e ali para ver uma montra sem realmente a ver. Essa menina estava claramente a lutar uma batalha interior que a estava a dilacerar.
- Elsa! Elsa! Espera.- Ouvi alguém gritar do outro lado da rua. Alexandre estava do outro lado da rua e assenava com a mão para chamar a atenção da nossa linda elfa. Quando ela o viu, uma expressão de terror se desenhou na sua face, que se tornou de alguma forma ainda mais pálida.
Via-se claramente que ela queria fugir, e até deu os primeiros passos para o fazer mas Alexandre foi bem mais rapido e alcançou-a em alguns segundos, agarrando-a pelo barçopara que ela não pudesse escapar.
- Nem penses nisso! Não vais fugir mais uma vez!- Ele estava irritado e não fazia nada para o disfarçar.
Ela encolheu-se na sua conchinha e deixou-se arrastar pelo rapaz até um pub que se situava na esquina da rua.
Nesse momento decidi me tornar invisivel para poder acompanhar esse enredo. Eu tinha certeza que o que iria descobrir era realmente importante para o meu trabalho.
Desde que tinha visto a interação entre estes dois tinha tido a certeza que algo de importante se passava.
Elsa era a peça chave para o sucesso da minha missão, sem ela seria muito fácil voltar a juntar a Helena e o João. Esse casal ainda estava apaixonado, ninguém que os visse juntos podia duvidar disso. O amor entre eles fazia-se sentir a volta deles. E quando os conheci percebi porque é que os tinha de juntar novamente. O amor que deles emanava daria para alimentar o reino das fadas por muito tempo. Mesmo estando de férias, eu tinha que ter sucesso nesta missão.
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1, 2,3... Lá vou eu outra vez
ParanormalOlá Este é um simples aviso ...meti férias Estou farta de ser a fada madrinha...é verdade... adoro ver finais feliz mas estou enjoada..tão enjoada que se tiver de ajudar mais uma gata borralheira a encontrar o seu feliz para sempre, vou vomitar e...