Segui o Alexandre pelas rua chuvosas de Londres. A minha cabeça dava voltas e mais voltas a procura de uma solução que tardava a encontrar.
Não podia deixá-lo conversar de forma nenhuma com a sua irmã!
Mesmo sabendo que ela poderia ajudá-lo com a sua historia de amor com a Elsa, que neste momento estava num bom caminho para ser resolvida, porque aquela menina estava perto de desmoronar e iria tornar-se para a única pessoa que a aceitava tal como ela era, e que ainda por cima era o pai do filho dela. Sei, que ela não o disse com todas as letras mas não era precisa ser um génio para o ter lido claramente nas entrelinhas. O silêncio era muitas vezes mais poderoso de que qualquer palavra.
Mas apesar de esta ser mais uma historia de amor e eu apoiava e torcia por todas as historias de amor, não fossem elas o combustível para a existência do reino das fadas. Nunca poderia aceitar que este feliz para sempre fosse construído sobre os escombros de um outro relacionamento.
A minha missão principal era o casal Helena e João.
E assim fiz uma coisa da qual não me orgulho, mas estava a ficar sem tempo e sem opções. Com um pequeno gesto do meu indicador fiz uma casca de banana aparecer no passeio e Alexandre distraído não a viu, e tropeçou nela. As imagens sucederam-se em câmara lenta, pelo menos foi o que pareceu aos meus olhos. Eu realmente não queria que ele se aleija-se muito. A intenção era que ele partisse uma perna ou um braço, nada de grave. Eu, sei... partir uma perna ou um braço não deixa de ser um pouquinho grave e excessivo, implica perder dias de trabalho e ficar confinado em casa, mas me desculpem eu precisava mesmo fazer alguma coisa.
Assim que ele ficou estendido no passeio, corri para o socorrer. E ainda bem que o fiz porque nenhuma das pessoas que se encontravam nessa rua fez um gesto para o ajudar. Francamente!! o que estava a acontecer a este mundo! Já ninguém se preocupava em ajudar o próximo?
- Está bem? Não se machucou ?- Perguntei genuinamente aflita, eu não queria tê-lo magoado muito. Ficou claro que ele tinha magoado o pé quando tentou ficar de pé com a minha ajuda.
- Yui! acho que há alguma coisa errada. - Ele tentou dar mais um passo, mas teve de parar imediatamente. -Não consigo andar. - disse apoiando-se sobre mim.
- Vou chamar uma ambulância.- Depois que o fiz voltei-me para ele e perguntei.- O meu nome é Paradis e o seu?
- Alexandre. Obrigado por se dar ao trabalho de me ajudar.
-Ora essa não tem de quê! Temos que nos ajudar uns aos outros, verdade?
- Sim, mas como bem sabe nem toda a gente o faz. Eu vou ser-lhe eternamente grato pela sua ajuda.
Tentei ajudá-lo da melhor forma possível, fiz-lhe montes de perguntas para distraí-lo da dor que ele com certeza estava a sentir.
Quando a ambulância chegou cerca de 10 minutos já sabia muita coisa a seu respeito, onde trabalhava, quantos anos tinha e até qual era a cor dele preferida. O facto de ter conseguido criar uma ligação tão rápida com ele iria me ajudar no passo seguinte.
Acompanhei-o até o hospital e lá depois de alguns exames foi-lhe diagnosticado uma luxação do tornozelo, que embora não fosse grave era muito doloroso e deixava-o tão incapacitado como se ele tivesse quebrado a perna. Ele teria que andar de moleta por pelo menos um mês e meio.
Na minha cabeça enquanto lhe anunciavam o diagnóstico eu só conseguia repetir...desculpa Alexandre...desculpa Alexandre...desculpa Alexandre
Enquanto estávamos a espera dos papeis da alta o meu telefone tocou. Era a minha barrinha de chocolate. Olhei para o meu relógio num instante e vi que já eram 10h30, estava atrasada para o encontro mais quente que tinha programado em séculos.
- Desculpa, desculpa, desculpa. Estou no hospital- despachei-me a dizer.
-No hospital ? aconteceu-te alguma coisa?
- Não a mim. Foi um rapaz que escorregou no meio da rua e corri para o ajudar, já que mais ninguém se dignou fazê-lo e estou aqui com ele, mas ele já está a receber alta e já vou para aí.
-Ok, a tua história é muito estranha, mas tu es estranha por isso acredito. Daqui a quanto tempo pensas estar aqui?
-Uma hora talvez.
-Ok, fico a tua espera. Não demores.
- Prometo que te vou compensar. - disse marota.
-Podes apostar que sim! Não te demores.
-Até já.- disse desligando
Alexandre vinha na minha direção nesse momento agarrado a uma muleta que seria a sua perna pelo próximo mês e meio.
- Bom agora que está tudo tratado só falta levar-te até a tua casa.
- Não precisas de fazer isso!
- Deixa-me ajudar-te até ao fim. Não ficaria bem comigo se não te deixa-se são e salvo na tua casa. E já sabes nada de ir trabalhar amanhã, ouviste o que o médico disse. A palavra do dia é repouso, o teu tornozelo precisa recuperar.
-Sim mãezinha.- Não pude deixar de sorrir. Tinha-se estabelecido entre nós uma amigável camaradagem.
Já dentro do taxi e sabendo que o meu tempo estava a acabar decidi abordar o assunto que me tinha levado a cometer esse pequeno crime.
- Desculpa te estar a incomodar com isso mas eu estava na mesa ao lado da tua no Pub e não pude deixar de ouvir. Foi até uma das razões pelas quais decidi ajudar-te, para mim era inconcebível ter tanto azar no mesmo dia.
Os olhos dele aumentaram de surpresa, para depois baixarem em sinal de derrota.
- Ouviste tudo...então sabes que a minha ex-namorada é agora a namorada do ex. da minha irmã e que ainda por cima ela está grávida, e embora ela não me tenha dito, tenho a certeza que o filho que ela espera é meu.
- Sim, sei disso tudo. E como pensas resolver esta situação?
- O meu primeiro passo é contar a minha irmã.
Esta era oportunidade que eu estava a espera.
- Por favor, não faças isso.
- Porquê ? - Perguntou estranhando a minha afirmação.
- Porque se quiseres que a tua irmã e o seu ex. voltem ela não pode saber.
- Ok, mas porquê?
- Ora! pensa comigo. Quando isto se souber, porque vai-se saber mais cedo ou mais tarde. Se ele souber que a tua irmã sabia e não lhe disse nada, ele vai ficar furioso com ela e vai perder toda a confiança nela. E se por outro lado ela lhe disser, ela vai ser a causadora de uma grande dor, ela vai despedaçar toda a esperaça no futuro que ele hoje tem, ela vai tirar-lhe o filho que ele pensa que é dele. Por isso por favor, tenta resolver as coisas sem a participação da tua irmã. Eu sei que neste momento precisas do apoio dela, mas apoia-te antes em mim.
- Tens razão, não tinha pensado nisso.- Ele parou por um segundo e olhando-me nos olhos perguntou.- Mas há algo que me intriga ....porque é que me estás a ajudar tanto?
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1, 2,3... Lá vou eu outra vez
FantastiqueOlá Este é um simples aviso ...meti férias Estou farta de ser a fada madrinha...é verdade... adoro ver finais feliz mas estou enjoada..tão enjoada que se tiver de ajudar mais uma gata borralheira a encontrar o seu feliz para sempre, vou vomitar e...