Acordei na segunda atrasada como sempre...Fiz as minhas mágicas do costume senão nunca chegaria a tempo da minha aulinha. Eu não tinha mesmo emenda nenhuma...
Engraçado, não tinha pensado no meu querido professor o fim de semana todo mas agora que me vinha a mente parecia que ele voltava com toda a força. Eu tinha de arranjar uma forma de o tirar do meu sistema, embora ser capaz de o esquecer durante muitas horas seguidas era um bom indicio de que ele não deveria ser assim tão importante, mas sabia que só o tempo seria o juiz final da importância que ele tinha para mim. Sabia que seria um bocado difícil já que fazia muito tempo...desculpe...já que nunca me tinha sentido assim seja por um ser humano seja por um ser do mundo das fadas.
Não cheguei atrasada o que Liliana me agradeceu profundamente, já que ela não queria provocar ainda mais o seu mais temido professor, e o mentor do seu novo crush.
Entrei no auditório e fui novamente me sentar bem na fila da frente. Era uma provocação, eu sei, mas encontrava tanto prazer em provocá-lo que não iria desistir desse pequeno prazer. Lili tinha-me pedido antes de entrar para sentar mais atrás, mas fiz de conta que não tinha ouvido nada, e ela tal um cordeirinho que vai para o abate seguiu-me cabisbaixa. Eu realmente tinha encontrado uma grande amiga nessa humana. Qualquer dia teria de ver como a podia ajudar.
Quando a minha barrinha de chocolate entrou senti o meu coração disparar. Quanta saudade desse homem! Lindo e inalcançável, a fórmula perfeita para se tornar uma obsessão.
Neste dia o meu querido professor decidiu dar a sua aula passeando pelo auditório, e tive a certeza de que era por minha causa, ele estava a tentar sair do meu campo de visão e não ter de estar constantemente a olhar para mim.
Fiquei frustrada mas muito feliz, as coisas que eu obrigava este homem a fazer...
Ele conseguiu sair da sala sem ter que falar comigo uma única vez, e não foi por falta de tentativas da minha parte que não perdia uma única oportunidade para o interromper, mas ele aproveitava todas as minha perguntas para aprofundar o assunto para toda a classe, sem nunca me responder directamente. Ele só não sabia que ao fazer isso estava a cutucar a serpente com uma varra muito curta. Eu detestava ser ignorada. Eu sou uma Fada. E com as fadas ninguém brinca.
No final da aula ele deu-nos um trabalho para fazer para a próxima aula. Deveríamos pesquisar e contar uma história relacionada com o inicio da mitologia dos deuses e das fadas, enfim nada de muito difícil porque eu conhecia todas as boas historias da minha terrinha. Mas isso deu-me a perfeita desculpa para ir falar com ele...dúvidas, tantas dúvidas que este trabalho me estava a dar...hehehe
Mal a aula acabou eu disse a Lili que iria até a sala do Professor. Ela olhou para mim como se eu tivesse duas cabeças, e não pode deixar de dizer.
- Tu estás maluquinha !! Vê-lá o que dizes ao homem, isto é se tiveres minimamente interessada em acabares esta cadeira. Ele já fez de conta que não te ouviu a aula toda e não parecia nada satisfeito com a tua última pergunta.
- Também reparaste! Que maravilha! - Não pude deixar de sorrir e fingir-me de ingénua.- A minha pergunta foi muito inocente, eu queria mesmo saber se havia indícios de que as fadas faziam sexo.
- Pois, uma pergunta completamente inocente...Só mesmo tu para fazer perguntas dessas! Mas agora falando sério, tem cuidado.
-Não te preocupes Lili, eu sei me cuidar.
- Isso é o que tua achas. Ele não é um homem qualquer. E tenho certeza que ele não se deixa levar por uma cara bonita.
- Mas eu sou muito mais do que uma cara bonita, e também não sou uma mulher qualquer!- Disse sorrindo de orelha a orelha e lançando um olhar travesso despedi-me da minha amiga-Beijo miga, vemo-nos logo?
-Claro que sim, e vais ter que me contar tudo o que se passou.
Lancei-lhe um beijo e fui até o gabinete do meu sonho molhado.
Ouvi um "entre" mal bati na porta do seu gabinete, o que eu fiz sem demora. Ele estava concentrado em juntar uns papéis de cima da sua secretária para colocá-los na sua pasta e sem levantar a cabeça para ver quem tinha entrado disse.
-Em que posso ser-lhe útil? Mas seja rápido que tenho pouco tempo.
-É impressionante como nunca tem tempo para mim!- Disse um pouco asperamente. Ele levantou a cabeça e olhou-me fixamente por alguns segundos antes de voltar ao que estava a fazer sem sequer me responder.
- Já está a criar um padrão...eu falo consigo e não obtenho nenhuma resposta.- Ele olhou novamente para mim e respondeu secamente.
-Tenho o hábito de só responder a perguntas pertinentes e as suas perguntas idiotas não merecem um segundo sequer da minha atenção.
-Perguntas idiotas? Que estranho achei a minha pergunta acerca da sexualidade das fadas muito inteligente!
-Acaba de provar o que eu estava a dizer! Pode me explicar como a sexualidade se encaixa na mitologia?
-Simples! Explicaria como as fadas se reproduzem. Não sabemos de onde as fadas apareceram ou como elas nascem e crescem, mas temos inúmeros relatos das suas lutas e de como elas podem ser mortas, e elas morrem às centenas. Pensei sinceramente que poderia nos explicar como um ser, que a meus olhos não tem uma origem conhecida, pode morrer e ainda assim continuar a existir no decorrer de gerações. Porque elas supostamente existiram durante séculos e provavelmente até podem continuar a existir, certo?
- Que paciência tenho de ter!- Disse baixinho e dando um profundo suspiro de exasperação respondeu-me.- A questão não é se elas fazem sexo ou não, porque é obvio que sim, mas essa não é a temática da minha cadeira. Eu ensino somente as legendas e contos celtas, não a origem das fadas ou como elas se reproduzem! Percebeu agora?- Nesse momento parou e olhou para mim com um sorriso de deboche.- Mas nós sabemos que não foi por isso que trouxe a sexualidade a baila na minha aula. Falou nisso só para me provocar, afectar-me. Mas lamento informar mas não conseguiu o seu intento.
-Não sei do que fala! Diga-me como é que eu o poderia provocar com esse assunto professor?- Fiquei tão feliz por conseguir fazê-lo sair desse estado de frieza gelada que ele me dedicava últimamente.- Já mostrou claramente que eu não o afeto de forma alguma.
Ele deu outro suspiro, passou um mão pelo cabelo para depois contornar devagar a sua secretária até chegar a mim parando somente a uns escassos milímetros de onde eu estava. E então fez um gesto que me desorientou completamente. Pegou o meu rosto entre as suas mãos e olhou-me fixamente antes de dizer, com a sua voz gutural.
-Paris, só estamos aqui os dois, podes parar com essa brincadeira. Sabes perfeitamente que se eu tivesse escolha estarias na minha cama em vez de estar na minha aula. Mas isso não pode acontecer, pelo menos não até este ano letivo acabar. Depois prometo-te que vou te devorar.
Nesse momento nenhum de nós conseguiu resistir e devagar, sem nunca deixarmos de olhar nos olhos um do outro as nossas bocas foram-se aproximando até se tocarem ligeiramente, os hálitos se misturam e foi nesse momento que perdemos o controlo.
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1, 2,3... Lá vou eu outra vez
ParanormalOlá Este é um simples aviso ...meti férias Estou farta de ser a fada madrinha...é verdade... adoro ver finais feliz mas estou enjoada..tão enjoada que se tiver de ajudar mais uma gata borralheira a encontrar o seu feliz para sempre, vou vomitar e...