Que vergonha...devia estar patética mais uma vez estendida no chão, se tivesse o poder de fazer o tempo voltar para trás e apagar este dia que estava definitivamente arruinado, de certeza que o faria. Rfletindo melhor, merecia este castigo depois de ter sido tão patética naquele escritório e sem poder me conter mais tempo, deixei as lágrimas de humilhação e frustração começarem a correr soltas. Porque mesmo sendo velhinha ainda tinha sentimentos.
-Desculpa, eu não queria...Magoei-a?- Ouvi uma voz atrapalhada perguntar.
-Apenas o meu orgulho, mas não se preocupe.-respondi ainda chorando como uma criança com o rostos escondido atrás das mãos e sem fazer qualquer movimento para me levantar.
- Precisa de ajuda? - A amabilidade na voz do rapaz teve o dom de me tirar da total apatia e autocomisseração na qual me encontrava e finalmente decidi sair da posição na qual me encontrava.
Devagar comecei a levantar-me e o jovem rapaz ou seja a "montanha" que me tinha derrubado delicadamente ajudou -me nessa tarefa ingrata que tinha que levar a cabo pela segunda vez numa unica manhã. Ele não devia ter mais do que vinte cinco anos mas tinha um corpo de um atleta de alta competição e uma cara bonita. Ao menos isso...poderia até ser o destino a ajudar-me, nunca se sabe...
- De certeza que está tudo bem consigo? - Perguntou com uma voz extremamente meiga, o que me obrigou a sorrir. Acho que o menino estava se sentindo pior do que eu. Acho mesmo que ele se responsabilizava pelo desastre que tinha acabado de acontecer.
Depois de ele me ter ajudado a me colocar de pé novamente, pude ver um mar de papeis espalhados pelo corredor. Ele começou a apanha-los colocando-se de joelhos para isso. Tive pena dele e tentava junta-los praguejando baixinho que alguém ia matá-lo. Não precisava ser um gênio para adivinhar quem seria e dei-lhe uma mãozinha com a minha magia. Nada de muito óbvio, claro. Apenas fiz com que todos os papeis encontrassem o caminho das minhas mãos, na mais perfeita ordem enquanto eu fazia de conta que o ajudava a apanha-los.
- Acho que isso é seu. - Disse-lhe estendendo o enorme molho de papeis.
-Sim, obrigado!- Ele pegou neles e depois de uma rápida verificação ele soltou o que me pareceu um longo suspiro de alivio. - Tudo certo! Desta vez acho que vou me safar.
-Está a trabalhar com o professor Dr. Gregório Saintclaire?
-Sim, e embora ele seja extremamente justo, ele é também pouco tolerante no que diz respeito a erros e espero que ele não dê grande importância desta vez. Estou atrasado e com os documentos na ordem errada de certeza. Enfim ...seja o que Deus quiser.- Era evidente que ele tentava minimizar a situação, mas quando a aflição pelo ocorrido saltava a vista.
-Mas não é da sua responsabilidade, fui eu que tropecei contra si. - Tive que ajudar o rapaz mais um pouquinho, não podia deixar que ele sofresse por um estúpido erro meu. Assegurei-me que os documentos estivessem todos na ordem correta e fiz com que os ponteiro de todos os relogios que se encontravam na universidade voltassem cinco minutos ao para trás, isso devia servir para livrá-lo de qualquer problema.
-Desculpe mas tenho de ir.
-Tudo bem, mas podia me dar o seu contacto antes de ir.
-Sim claro.-Ele disse-me o seu número de contacto que eu instantaneamente memorizei no meu telefone.- Mas porque precisa dele?
-Nada de especial, apenas quero convida-lo para tomar café qualquer dia...como pedido de desculpa pela trapalhona que eu sou.-Um grande sorriso abriu-se na sua cara de anjo. Que rapaz amoroso e de boa índole era esse moço, ele seria perfeito para a Liliana.- Já me esquecia, eu sou a Paradis, e sou aluna do professor Gregório.
- Alan, e sou aluno de pós-graduação e seu estagiário. -Trocamos um aperto de mão cúmplice.- Tenho de ir, liga-me.
- Com certeza, até logo. - Após um último sorriso, vi-o bater a porta para depois entrar quando a voz da minha barrinha de chocolate se fez ouvir.
Encontrei a Liliana a minha espera nas escadas de entrada do nosso departamento, quando ela me viu chegar correu ao meu encontro.
-Então o que aconteceu?- Perguntou aflita.
-O que aconteceu sua cobarde é que tu me deixaste para enfrentar a fera sozinha. - Respondi-lhe, fingindo-me zangada.- Amanhã temos de chegar a horas a aula dele ou vamos nos dar mal. O homem não é nada gentil.
-Eu já te tinha dito, vais aprender que tenho sempre razão. Mas porque é que demoraste tanto.
-Conheci um rapaz quando estava a sair do escritório do professor, isto é dei um encontrão nele e tive que o ajudar a apanhar os papeis todos.
-Quem era?
-O Alan, conheces?
-O tudo de bom, e mais que mega bom Alan, assistente do professor Gregório? Esse Alan?
-Sim, esse Alan...combinei convidá-lo para um café, queres vir?
-Claro que quero !- A minha amiga começou a dar pulinhos de alegria como se tivesse ganho o dia com essa simples informação.
-Não sabia que estavas tão interessada nesse rapaz.
-Tás doida? Todas as raparigas da faculdade estão interessadas nele, só que ele não fala com ninguém, anda sempor de um lado para o outro pelos corredores, carregado de papeis e cheio de pressa. Tentei uma vez lhe dar bom-dia mas ele nem sequer olhou para mim, era como se ele não me tivesse visto, por isso amiga...sim...quero muito conhecé-lo, o rapaz fascina-me e ainda por cima ele é podre de bom. Enorme, cheio de musclos e com uma carinha de anjo. Para quando queres marcar com ele?
-Não sei...hoje à noite?
-Boa, pode ser.... não tenho nada agendado...liga-lhe! respondeu cheia de entusiasmo.
Peguei no meu telefone e liguei-lhe, não sabia se ele ia atender mas esperava sinceramente que o fizesse, eu sabia no fundo do meu coração que ele era o par idéal da Liliana. Já tinha visto o futuro dela e sabia que ela ia ter um grande amor com um homem que também seria importante na minha vida e eu senti que era ele, e eu raramente me enganava. Que eu me lembrasse o meu unico fracasso era a minha barrinha de chocolate.
Ele atendeu ao terceiro toque, e perante a face espantada da minha amiga agendei um encontro para essa mesma noite no café perto de minha casa para as dez horas. Demoramos menos de um minuto para combinar o encontro, e quando olhei para Liliana vi que ela estava aflita e levantei os olhos de forma interrogativa.
-O que e que eu vou vestir. Não tenho nada para vestir Dis. - Ela agarrou nas minhas mãos e em suplica pediu-me.- Ajuda-me senão estou perdida.
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1, 2,3... Lá vou eu outra vez
ParanormalOlá Este é um simples aviso ...meti férias Estou farta de ser a fada madrinha...é verdade... adoro ver finais feliz mas estou enjoada..tão enjoada que se tiver de ajudar mais uma gata borralheira a encontrar o seu feliz para sempre, vou vomitar e...