Capítulo 2

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― Aqui está. ― O diretor disse me entregando o papel.

― Obrigado, Sr. Jensen. ― Respondi levantando e andando até a porta.

― Espere! ― Gritou e eu o olhei por cima do ombro.

O homem negro foi até um armário e tirou de lá 3 folhas. Andou até a mesa e as grampeou.

― Aqui estão as regras da escola. ― Explicou enquanto me estendia os papéis.

Assenti e peguei as folhas.

Girei a maçaneta e saí da sala. Passei pelos garotos sentados no sofá e eles me encararam.

Saí da diretoria e me deparei com Thomas encostado na parede.

O sinal logo tocou e uma multidão entrou na escola.

― Qual aula você tem agora?! ― Perguntou o garoto moreno ao meu lado, gritando por causa da barulheira no corredor.

― Biologia! ― Olhei o papel em minhas mãos.

― Aritmética! ― Revirou os olhos e eu ri. ― Te vejo no intervalo? ― Perguntou e eu assenti.

Nos separamos e eu entrei na minha sala.

[...]

Eu estava quase dormindo quando o sinal tocou e eu levei um susto.

Arrumei o meu material, peguei a minha mochila e saí da sala.

Não sabia onde era o refeitório, então apenas segui os estudantes.

Cheguei no refeitório e já tinha vários alunos lá.

Me direcionei para uma mesa vazia e me sentei. Deixei a mochila ao meu lado e a abri. Revirei os olhos ao ver que meu pai preparou o meu lanche.

Peguei o pote, o abri e mordi o sanduíche.

Vi a mesma garota que me encarava na entrada da escola se aproximando e fiquei meio tenso.

Seus cabelos balançavam conforme os seus passos e ela desfilava no refeitório. Com certeza é uma líder de torcida.

Rachel se sentou à minha frente e pôs a sua bandeja vermelha em cima da mesa.

― Você é o Noah, né? ― Perguntou e eu fiquei surpreso.

― Já sabem o meu nome?

― As fofocas se espalham bem rápido no Colégio Lawvencille Jensen.

― Você é uma líder de torcida? ― Mudei de assunto e ela franziu a testa.

― Sim...

Thomas logo se aproximou e se sentou ao meu lado.

― Oi, Rachel. ― O garoto moreno falou.

― Vocês se conhecem? ― Fitei o menino de cabelos bagunçados.

― É claro que sim. ― Respondeu a menina, como se a resposta fosse óbvia.

Dei de ombros e voltei a comer o meu sanduíche.

Reparei que Rachel encarava um garoto e ele a fitava também.

― Quem é ele? ― Perguntei me referindo ao menino alto que a garota à minha frente encarava.

― Jake Cooper, a pessoa mais popular do colégio. ― A garota respondeu. ― Tirando eu, é claro. ― Completou se gabando enquanto mexia no seu cabelo.

― A Rachel gosta dele. ― Thomas retrucou e a mesma lhe lançou um olhar mortal.

― Ei! ― Repreendeu a garota de olhos castanhos.

― Parece que ele também gosta de você. ― Fitei a pessoa à minha frente.

Ele gosta de mim. ― Afirmou revirando os olhos.

― Então por que não ficam juntos? ― Perguntei e a garota de colar com um pingente de "R" voltou a fitar o Jake.

― É complicado. ― Fez um barulho com a boca, sem me olhar.

Ficamos um tempo em silêncio até que Rachel abre a boca.

― Por que veio estudar aqui no meio do ano letivo?

Demorei um pouco para responder. Meus olhos se encheram de lágrimas só de lembrar, mas não deixei que elas caíssem.

― É complicado. ― Respondi com as mesmas palavras que Rachel e ela sorriu de lado, arqueando uma sobrancelha.

Talvez, algum dia eu conte à eles.

― Está gostando da escola, Noah? ― Thomas perguntou e eu dei de ombros. ― Já entendi. ― Riu.

O sinal tocou e eu bufei ao ver que não comi o sanduíche inteiro.

Nos levantamos e nos afastamos.

Andei em direção a lixeira e quando ia jogar o alimento fora, alguém pegou o sanduíche da minha mão.

― Ora, não desperdice comida. ― Jake mordeu o sanduíche que arrancou da minha mão e eu franzi os lábios. ― Vi que você estava sentado na mesma mesa que a Rachel. ― Falou e eu fiquei meio confuso.

― É, ela gosta de você.

Eu sei.

Ele se afastou e me lançou uma piscadela.

Revirei os olhos e saí do refeitório.

Fui até a minha sala e dei um suspiro de alívio ao ver que Thomas também é da minha turma de História.

•••
Continua...

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