Capítulo 11

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Eu não vou! ― Grito encerrando uma ligação e me levanto do banco de madeira que têm em frente ao Colégio e me direciono para um carro.

Entro nele e dou partida. Começo a sair com o veículo quando meu celular apita e eu o pego para ver a mensagem.

Então apenas sinto uma forte pancada na cabeça e minhas pernas começam à doer. Minha visão fica turva e eu fecho os olhos.

Acordei com o coração acelerado e me sentei na cama com um pouco de dificuldade.

Minha cabeça doía e tinha um arranhão na minha perna esquerda. Um machucado que não existia antes do pesadelo que acabei de ter.

― Não, não, não. ― Reclamei tentando me levantar.

Saí do quarto e fui até um armário de madeira que tinha no corredor. Abri uma das portas e tirei uma caixa vermelha.

Voltei para o quarto e fiz um curativo para o machucado.

Guardei a caixa de primeiros socorros em seu devido lugar e me deitei na cama.

Olhei para o lado e fitei o relógio: duas horas da manhã.

Suspirei e tentei dormir novamente.

Foi em vão.

[...]

O despertador tocou e eu o desliguei.

Me levantei e andei até o banheiro. E por algum motivo, eu estava mancando.

Tomei banho, me arrumei, peguei a mochila e saí do quarto.

Passei pelo corredor, desci as escadas e me surpreendi ao ver o Joey cozinhando algo.

― O que faz aqui? ― Perguntei descendo os últimos degraus.

― Oh, bom dia! ― Disse com entusiasmo. ― Recebi uma folguinha. ― Respondeu me lançando uma piscadela.

Me sentei na cadeira e comecei a comer a torrada que o meu pai preparou pra mim.

― O que foi isso? ― O homem de cabelos castanhos perguntou olhando para o meu machucado e eu logo escondi a perna em baixo da mesa.

― Não foi nada. ― Falei e ele arqueou uma sobrancelha. ― Eu arranhei a perna na quinta-feira passada, na aula de educação física. ― Dei qualquer desculpa.

― Tenha mais cuidado da próxima vez. ― Joey falou se sentando na minha frente. ― Eu posso te levar à escola, mas não poderei buscá-lo.

― Tudo bem.

[...]

Meu pai parou o carro em frente à escola e eu saí do veículo.

― Tenha uma boa aula! ― Disse antes de partir.

Andei até os meus amigos e a garota de cabelos castanhos deu um salto do banco de madeira.

― Iremos sair depois da aula e você não pode negar este convite. ― Retrucou Rachel fazendo um barulho estranho com a boca, como se estivesse mascando um chiclete.

― Sair? ― Perguntei meio confuso.

― Sim. ― Ela respondeu. ― Eu, você, Thomas e Lucy. O Jake disse que nos encontraria mais tarde.

― Sabemos que você ainda está abalado com a morte do James na quinta passada, então decidimos... fazer algo. ― Falou Thomas cruzando os braços e se levantando.

― E para onde vamos? ― Perguntei curioso e Lucy levantou do banco.

― Isso já é surpresa.

[...]

Eu e meus amigos saímos da escola e começamos à andar pelo

caminho de cimento.

― Quem é aquele? ― Perguntei ao ver um garoto sentado em um dos bancos de madeira, discutindo no telefone.

― Eric. Ele entrou na escola esse ano, como você. ― Respondeu Thomas ao meu lado.

― Ele parece bravo com algo.

Continuamos a andar quando eu escutei algo que me assustou.

― Mãe... ― Eric disse com raiva. ― Eu não vou! ― Gritou e encerrou a ligação.

Ele começou à andar com passos firmes até um carro e eu corri com dificuldade até o garoto.

― Eric! ― Gritei e ele me olhou por cima do ombro. ― Tome cuidado no volante. ― Completei e o garoto revirou os olhos.

Meus amigos chegaram até mim e Eric deu partida.

― Ele vai... ― Falei, mas sou interrompido por um acidente se formando na minha frente.

O automóvel de Eric se chocou com outro veículo e o carro do menino deu cambalhotas até finalmente parar.

Lucy deu um grito, assustada, e vários alunos se juntaram em volta dos carros.

Abri a boca, chocado, e eu e meus amigos nos entre olhamos.

Thomas me fitou com atenção e Rachel estava com os olhos arregalados.

Campbell abria e fechava a boca várias vezes, antes de finalmente dizer o que queria:

―Ok, o que foi isso?

•••
Continua...

Que Se Torne RealidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora